Zé Ricardo já demonstra evolução

Concordo, mostrou evolução em uns aspectos em outros parece que piorou, em momentos distintos do jogo ele vai de Ancelotti a jayme de Almeida, que disse a maior idiotice que eu ja vir na história do futebol “Márcio Araujo tem as mesmas características do Elias.”

Eu bem que me esforço, mas não consigo compartilhar a expectativa de muitos de que o ZR, com maior experiência, será um excelente técnico. Confesso minha estupefação quando leio alguns dos comentários aqui postados, que não somente elogiam a inteligência e a visão estratégica do novel técnico, mas até pressagiam que a excelência do seu trabalho o levará futuramente ao topo da elite dos treinadores no mundo. Menos, por favor.
Até admito que pessoas que nunca foram praticantes de determinado esporte possam vir a tornarem-se bons treinadores atuantes naquela modalidade esportiva. Para isso, todavia, precisam possuir carisma e liderança tais que o façam verdadeiramente respeitadas, em suas decisões e orientações técnicas, por seus comandados, particularmente quando estes encontram-se entre aqueles considerados exímios e valorizados praticantes do esporte em questão. Infelizmente, não creio ser o caso do Zé Ricardo. Vejo-o como alguém que, apesar da vontade de realizar uma carreira como jogador profissional de futebol, viu-se frustado nessa tentativa, por lhe faltar o imprescindível talento. Esta condição, ao meu ver, parcialmente já o fragiliza diante do elenco que tem em mãos.
Por outro lado, apesar de não privar de um convívio mais próximo com sua pessoa e com os seus métodos de trabalho, limitando-me apenas à análise de suas declarações em entrevistas públicas e naquelas que são noticiadas, não consigo nele vislumbrar uma liderança carismática que galvanize e arraste os seus comandados à crença irrestrita em suas idéias e à confiança de que elas os levarão à realização de grandes objetivos, conquistas e glórias. Reconheço nos jogadores do elenco, em geral, apenas uma respeitosa consideração ao seu bom caráter e à sua condição de devotado estudioso do futebol. Mesmo assim, pude já entrever, em depoimentos de destacadas lideranças técnicas e morais entre os jogadores flamenguistas, veladas críticas à pouca, ou nenhuma, flexibilidade tática da equipe, particularmente na reta final do último campeonato brasileiro, fazendo eco à expressiva parcela da torcida que compartilha igual opinião.
Mas o pior, em minha modesta opinião, é o fato de que o ZR é um sujeito turrão. Note-se, principalmente os mais injuriados com o desempenho do treinador, que eu disse turrão e não burrão. Apenas o tempo justificaria, se imposta pelas evidências, a troca das consoantes iniciais.
Mas, realmente, se há algo de que não carece o Zé, é teimosia. Sobra-lhe convicção no que acredita certo, mesmo que os fatos apontem na direção oposta. Em sua concepção, se os fatos vão de encontro às suas teses, pior para os fatos. Ou, em muitos casos, pior para o Flamengo, eu diria.
A insistência em tentar adequar o elenco ao esquema tático idealizado e não o contrário, que deriva para o aproveitamento de jogadores tecnicamente inferiores, porém mais adaptáveis ao seu esquema tático preferido, em detrimento de jogadores melhor qualificados tecnicamente, porém de mais difícil adaptação ao desenho tático que imagina o melhor, são exemplos inequívocos dessa teimosia do ZR.
Outra de suas manias é poupar jogadores considerados titulares no atacado, em jogos que entende como menos importantes – como o de hoje, contra o América/MG – com o objetivo de preservá-los, em suas condições físicas, substituindo-os por seus reservas, desatendendo a aspectos importantes como entrosamento, ritmo de jogo e de competição, autoestima e motivação dos atletas, entre outros. Os resultados obtidos com esta estratégia, até então, têm sido pífios e não recomendariam a sua manutenção, embora se reconheça a necessidade de rodízio entre os jogadores, para evitar o excessivo desgaste, em uma temporada plena de tantas e difíceis competições, o que me induz à conclusão de que melhor seria que as substituições dos jogadores, com esta finalidade, se fizessem no varejo, isto é, aproveitando-se os jogos teoricamente mais fáceis ou menos decisivos para a escalação de alguns poucos reservas de início, bem como a inclusão de mais alguns durante o transcorrer da partida, dependendo de como esta se desenvolva, mas nunca escalando uma equipe totalmente reserva, com um banco totalmente constituído por reservas dos reservas. Mas o Zé, teimosamente, volta a tentar a fórmula dos insucessos anteriores..
Estou manifestando este meu ponto de vista antes do jogo de hoje à noite e espero, pelo bem do Flamengo, estar errado em meu prognóstico de que, numa hipótese bastante favorável, encontraremos grande dificuldade para alcançar a vitória.
Se mesmo sofrida, a vitória vier, já estará, para mim, de ótimo tamanho.
SRN!