Pré-candidato à presidência do Fluminense na eleição do ano passado, o advogado Pedro Trengrouse milita no futebol há 20 anos. Tem bom relacionamento na Gávea, onde passou como assessor jurídico do Flamengo na gestão Márcio Braga, conhece bem a Ferj – foi vice jurídico – e participa de discussões em mesas de debate no futebol dentro e fora do país. Recentemente, foi consultor da ONU para a Copa do Mundo realizada no Brasil.
Acompanhando de perto o imbróglio do Maracanã, o professor e coordenador de curso de gestão esportiva da FGV – a Fundação realizou estudo à parte de viabilidade econômica do Maracanã – considera risco a compra da concessão pela Lagardère junto à Odebrecht. Para ele, os clubes deveriam administrar o estádio
– Administrado pelos clubes é muito mais do povo que administrado pela Odebrecht – afirma.
Confira a entrevista com Pedro Trengrouse, consultor FIFA Master e coordenador do Curso de Gestão Esportiva da FGV:
GE – Os protestos de 2013 mudaram o escopo do contrato no Maracanã. Da maneira que se podia explorar o estádio, havia saída?
Pedro Trengrouse – A previsão inicial incluía um empreendimento imobiliário e isso mudava bastante o potencial de receitas do Maracanã. Mas de qualquer forma o estádio tem viabilidade econômica e precisa ser muito melhor administrado.
É viável o Maracanã sem o Flamengo? Você acha que a diretoria rubro-negra vai ceder e atuar no estádio?
Cabe aos administradores do Maracanã trabalhar para que o estádio seja a melhor opção para os clubes. A atual diretoria do Flamengo é séria e competente. Sem dúvida jogará no Maracanã se isso for o melhor para o clube.
No entendimento da GL e da CSM não há segurança jurídica e contratual, pelas ações do MP e do TCE. Há um risco grande para a Lagardère assumindo o contrato?
O MP pede, e acredito que com toda razão, que a licitação seja anulada. Se isso acontecer afeta quem quer que venha a herdar o contrato da Odebrecht.
A FGV fez estudo de readequação contratual. Existe equilíbrio financeiro do estádio sem construção de shopping center, estacionamento etc?
Independente de qualquer estudo, o Maracanã é viável economicamente. Sempre foi. Inclusive quando a Márcia Lins (ex-secretária de Esporte e Lazer do Estado) administrava o estádio ele dava lucro. Era o ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro junto com o Corcovado.
Você defende a administração direta de clubes no Maracanã?
Estádio de futebol é para clube de futebol. A licitação do Maracanã começou muito mal quando se proibiu que os clubes apresentassem suas propostas. Por que não podem se organizar e administrar o estádio? Em 2007, Flamengo, Fluminense e CBF formaram um consórcio para financiar as obras e administrar o Maracanã. Teria sido muito melhor.
O último edital proibia clubes de participarem diretamente da gestão. Pelo discurso de que o Maracanã foi construído, reconstruído e reformado com dinheiro de impostos, do povo. Administrado pelos clubes, poderia pertencer a um deles. Como vê esse debate?
Administrado pelos clubes é muito mais do povo que administrado pela Odebrecht.
Nova licitação, no momento, significa deixar o estádio fechado, talvez, por mais tempo ainda. Sem o Estado poder bancar.
O problema central é que o Estado licitou mal. Para que o consórcio formado por Fluminense, Flamengo e CBF assumisse a responsabilidade de fazer a obra e administrar o estádio nem seria necessário licitação. Iriam investir R$ 600 milhões. Mas aí o governo do RJ mudou de ideia.
Fonte: GE
Espero que o EBM seja firme e não abra nenhuma negociação com a Lagardère, e que a partir do momento que o Maracanã for deles o Flamengo não pisa mais o pé lá.
Como diz Martinho da Vila: “é devagar, é devagar, devagarinho … a gente chega lá”. Ou seja, o Maraca vai ser nosso de graça. Vamos jogar lá quando quisermos e pagando um aluguelzinho meia boca.
Vamos rir muito nação!!!!!
Vamos comemorar títulos!!!!!
Estamos sonhando nação rubro negra!!!!!!