Contra o San Lorenzo grande atuação, vitória por 4 a 0. Diante da Universidad Católica uma partida muito interessante, comprometida pelo fraco desempenho das finalizações, refletido na derrota por 1 a 0. Novamente no Rio de Janeiro, bem nos 2 a 1 sobre o Atlético Paranaense, apesar de problemas, como a ausência de Mancuello à última hora. Boas apresentações fez o Flamengo até aqui na Copa Libertadores.
As exibições rubro-negras no certame internacional não são espetaculares, mas superam, claramente, o que o time tem feito no Campeonato Carioca. As estratégias de Zé Ricardo, inclusive. Diante do Furacão, o técnico do Flamengo foi astuto ao utilizar Trauco na linha de meias, pela esquerda, ao saber que não teria o argentino, fora do cotejo devido a uma indisposição estomacal. O peruano fez o lançamento para o gol de Guerrero.
O grupo é difícil e os atleticanos, que com mais posse de bola foram pouco agressivos, com apenas três finalizações, obviamente terão outro comportamento dia 26. Em Curitiba os papéis se inverterão e o time paranaense terá de vencer a qualquer custo. Sorte do Atlético que sabe muito bem onde continuará jogando, em sua Arena da Baixada, naturalmente. Já o Flamengo… Bem, aí temos um mistério.
Com a Lagardère se aproximando da compra da concessão do Maracanã, o clube ameaça abandonar o estádio devido a “uma total incompatibilidade (da empresa francesa) com os princípios e valores do Flamengo”, como destacou em recente nota oficial. Seja lá o que isso signifique, fato é que o estádio é a única opção compatível com a demanda para jogos de maior porte durante a temporada 2017.
Sem o Maracanã, no Rio de Janeiro o Flamengo mandará jogos somente na Ilha do Governador (20.500 lugares), inviável em partidas de Libertadores nas fases mais avançadas, caso as alcance. Além disso, o estádio não será capaz de trazer receitas compatíveis com o potencial de jogos da Série A se o time estiver novamente disputando o título, nem mesmo se os preços dos ingressos forem absurdamente altos.
Nesta quarta-feira foram 53.389 pagantes, com 58.558 presentes, e renda de R$ 3.336.297,50. Ingresso ao preço médio de R$ 62,49. Na Ilha, mesmo que salte para, digamos, R$ 100 o valor do tíquete médio, a arrecadação não chegaria à metade. Isso porque lá serão vendidos no máximo 16,5 mil, devido às famosas gratuidades e também às cortesias por compromissos com patrocinadores e parceiros do Flamengo.
Em tal cenário, o que farão quando surgirem partidas nas quais for fundamental um estádio com mais 40 mil lugares? Se não jogar no Maracanã, o Flamengo só poderá atuar para públicos acima de 20 mil pessoas caso vá a Brasília, por exemplo. O regulamento do Campeonato Brasileiro de 2017 proíbe seus participantes de mandar jogos fora do local onde cada clube está sediado.
Caso a CBF volte atrás, permita cotejos em outros Estados e os rubro-negros façam tal opção, a equipe voltaria a conviver com o prejuízo técnico causado por muitas viagens, como em 2016. A direção estará disposta a colocar o elenco novamente sob tais condições, mesmo correndo risco de queda em seu rendimento? Isso apenas para manter sua decisão de sequer dialogar com a Lagardère?
Os dirigentes certamente têm motivos para não gostar da ideia de conversar com a empresa sediada em Paris. Mas qualquer plano B que apresentem deixará a desejar numa temporada que se mostra promissora. Óbvio que a postura de momento pode ser apenas parte de uma estratégia. Também é evidente que a Lagardère precisa do Flamengo para fazer do New Maracanan um excelente negócio.
Cabe aos cartolas rubro-negros negociar de forma dura com a Lagardère se esta realmente pegar as chaves do estádio. Mesmo que seja por algum tempo, enquanto desenvolvem projeto de “casa própria” que seja autosustentável. Não dialogar em hipótese alguma soa sem nexo. Até porque, por mais que a organização francesa tenha defeitos na visão do Flamengo, seria contraditório.
Sim, contraditório, porque hoje o clube não só conversa, como negocia com quem detém a concessão do estádio. E vai além, se acerta com os gestores, recupera o Maracanã abandonado após acordo com a companhia que ainda o administra — foi assim antes do jogo com o San Lorenzo. E essa empresa com a qual o Flamengo dialoga para jogar no New Maraca é simplesmente a Odebrecht!
Convenhamos, quem dialoga com a Odebrecht, para defender os interesses do clube, deveria dialogar com qualquer outra empresa estabelecida no Brasil. Para defender os interesses do clube. E o Maracanã obviamente, hoje, interessa muito ao Flamengo.
Fonte: Mauro Cezar | ESPN
Dessa vez tenho que discordar do Mauro. Renda bruta de 3,3 milhões para uma renda liquida de 1 milhão? Isso é roubar o flamengo e seus torcedores. A renda bruta na ilha está estimada em 800 mil. O aluguel ja pagamos e o custo operacional é de uns 100 mil. Melhor ganhar 700 mil num estádio que nós mandamos, que 1 milhão em um que nos roubam. Sem falar que esse 1 milhão depende delotação, o que nao vai acontecer rodo jogo.
Equanto ao diego, claro q vamos sentir muito sua ausencia, mas vamos passar de fase.
Exatamente isso… As pessoas crescem os olhos para quantidade de público e renda bruta mas se esquecem do preço absurdo do aluguel. Também não vêem que no brasileiro, mesmo com uma campanha muito boa, o Flamengo não lotará o Maracanã em todos os jogos… Mas o aluguel permanecerá o mesmo. Tem também o estímulo ao sócio torcedor, que uma quantidade mais limitada de ingressos dará.
Pois é, do que adianta faturar R$3 Mi e ter uma “despesa” de R$2 Mi? P que importa é o lucro e isso a ilha vai nos dar com certeza. Porém o que o Mauro quis dizer é que a partir das quartas seremos obrigados a jogar em um estádio maior pois assim define o regulamento da Libertadores. E aí? Precisaremos ou do Maracanã ou definir outra cidade que seria a nossa casa até o final da competição, ou seja, teríamos que nos mudar para Brasília para acompanhar o Flamengo, nada contra, sei que a Nação de lá irá apoiar tanto quanto a daqui, mas a atmosfera é diferente.
SRN
O negócio é jogar duro nas negociações.
O Fla possui um estádio alternativo e sua poderosa marca. Essa empresa pelo pouco ou muito tempo que irá mandar no Mini-Maracanã dificilmente irá sobressair sem o mais querido.
A Arena da Ilha é uma estratégia valida hj sob inúmeros aspectos, mas com limitações como as citadas pelo Mauro. A médio prazo – tendo em vista a perspectiva econômica e a evolução técnica – será inevitável a adoção de um estádio bem maior que esse da Ilha. Se houvesse uma possibilidade real e auto-sustentavel da criação de um estádio do tamanho do Fla “para hoje” valeria o esforço (não sem lamentos) em jogar o mata-mata da Liberta fora do RJ (e só na Liberta) pelos próximos 03 anos da construção desse sonho.
Hoje, do jeito que tá é algo muito, muito… Preocupante.
Não é só isso.
A pressão da torcida no Maracanã é muito mais intimidadora que a da arena da Ilha.Flamengo se caracteriza pelo Maracanã. Maracanã é Flamengo e Flamengo é Maracanã.
E não conte com uma renda de 800 mil em todos na ilha. Lá não tem estacionamento, não tem logística, não tem transporte e etc. Dias de semana, o estádio não vai lotar, mesmo em jogos importantes.
E por último. Porque a nossa diretoria não conversa com a Lagardare mas conversa com a Odebreth ?
A Lagardere é corrupta, mas a Odebreth não??
Me parece mais jogo político do Flamengo. Godinho e CIA … não estou insinuando nada mas ….
O custo operacional da ilha está estimado em 300 mil.
A estratégia do Flamengo é a seguinte. Prestem atenção:
Óbvio que rolou propina nessa licitação do Maracanã. Isso já ta começando a pipocar e quando vier a público com as próximas delações premiadas, outra licitação deverá ser feita (por isso inclusive a GL events, parceira do Flamengo, pulou fora: é a tal da insegurança jurídica).
Nesse momento a pressão vai precisar ser máxima pra que o governo autorize a participação dos clubes na licitação. É nisso que o Flamengo tá de olho. Nenhum plano de gestão sem o Flamengo pode ser superior a um que tenha o Flamengo, e só o Flamengo tem o poder de decidir em qual plano de gestão quer entrar.
Por isso a estratégia é não aceitar entrar em nenhum pra que o próprio Flamengo vença a licitação, por ter o plano de gestão mais lucrativo, e se torne administrador pleno do new maracanan.
Por enquanto, resta enrolar até que essa situação jurídica se defina.
Tão querendo vencer pelo cansaço, por isso não temos que ter nenhuma pressa, só aguardar a justiça anular essa licitação, o que nas atuais circuntâncias vai acontecer cedo ou tarde.