(A sensação de que a caixa de esgoto do país entupiu torna escrever sobre futebol uma tarefa difícil. Não, “difícil” não é um termo apropriado. Inútil, constrangedor talvez. Porque além de aniquilar qualquer ideia de futuro, o que se conhece hoje sobre a classe política brasileira alcança o feito de extrapolar as mais exageradas impressões da realidade. Sempre se imaginou – e em certa extensão, se soube – que o que corria pelas tubulações do poder era grotesco, mas a esse ponto? É material suficiente para abrir uma cratera de esterco de um banheiro em Brasília até o centro da Terra. E o futebol? Céus, o futebol…)
O “fato importante” da semana foi a eliminação do Flamengo na Copa Libertadores, após um colapso absoluto na Argentina. Das três derrotas como visitante que inviabilizaram a classificação, o jogo contra o San Lorenzo foi o único em que o Flamengo se apequenou em campo de tal forma a exigir o gol fatal. A defesa de Muralha após uma cobrança de escanteio pode ter sugerido que a noite terminaria em empate, mas a placa com três minutos de acréscimo foi uma garantia de tempo suficiente para o castigo. Como Carlos Eduardo Mansur escreveu em O Globo, o futebol não costuma perdoar a renúncia ao jogo.
O encontro da expectativa exagerada com a frustração repentina costuma levar a erros de análise, que geram decisões mal informadas. Embora tenha sido recebida com níveis incendiários de indignação, a postura, digamos, sóbria de Eduardo Bandeira de Mello foi a única repercussão relativamente agradável da visita ao Nuevo Gasómetro. Pior do que abandonar a Libertadores em um estágio precoce é transformar a situação em motivo para solução nuclear. Dirigentes, é importante lembrar, têm o dever de controlar a própria temperatura nas ocasiões em que o torcedor quebra o termômetro.
Não é um elogio ao presidente do Flamengo, que exibe a tendência de politizar a discussão futebolística e aqui foi criticado quando se alinhou ao comando da CBF. A questão é que não existe obrigação nesse nível de futebol, independentemente do tamanho do investimento ou da capacidade de um time. O Flamengo teve um resultado que não merecia em Santiago, perdeu com justiça – mas não com vergonha – em Curitiba e fez uma atuação desastrosa em Buenos Aires. A maneira correta de absorver o impacto obviamente não é negá-lo, mas também não faz sentido aumentar seu tamanho. Experiências dessa natureza são valiosas, acima de tudo, para um técnico em início de carreira.
A ideia de que o clube sofre de alguma patologia que o impede de ser bem sucedido na Libertadores tampouco ajuda. Qual seria o remédio para esse mal? Times que jogam bem o futebol costumam ter maiores possibilidades de sucesso em competições de características diversas, ainda que não seja simples atingir esse patamar e não haja garantias. O pote de ouro não está ao final do arco-íris para todos os que trabalham bem. Nesse contexto, o diagnóstico de Zico sobre o risco de contaminação do ambiente pela “narrativa do cheirinho” deve ser considerado com a autoridade de seu nome. É uma influência que terá de ser administrada, pois o Flamengo seguirá no papel de candidato a cada vez que entrar em campo.
Reprodução: Lance!
Eu gosto da diretoria e do trabalho que está sendo feito. Só lamento que nenhuma das apostas têm dado certo. Todo time campeão brasileiro tem 4 dos 5 pilares:
a) o artilheiro do campeonato (camisa 9) – ??? (Adriano em 2009/ Gabriel Jesus16)
b) o armador do campeonato (camisa 10) – Diego (Petkovic 09/ Tchê Tchê 16)
c) o maior ladrão de bolas (camisa 6) – ??? (Willians 09/ Moisés e TchêTchê 16)
d) melhor zaga – Réver + ??? (Angelim e Braz 09/Mina e Vitor Hugo 16)
e) melhor goleiro – não temos (Bruno 09/ Fernando Prass 16)
Infelizmente, esse ano, temos tudo para não ganhar nada novamente, a menos que o Vinícius Jr. vire o artilheiro do Flamengo, e o MA roube todas as bolas possíveis.
ótima analise!
B ) Tche tche armador do campeonato!?!?!
O cara eh volante.
C) ate onde eu saiba, o camisa 6 continua sendo lateral esquerda. Vc deve ter contado de de 1 a 11. Seu 5 caiu na lateral e o seu 6 ficou na cabeça de area. De qualquer forma, a numeracao das camisas nao eh tao marcante como em decadas passadas. Entao assumimos que vc queria dizer cbaeca de area onde vc coloca como maior ladrao de bolas dois jogadores ao mesmo tempo. Moises e tche tche.
Sendo que no brasileiro do ano passado o 1 lugar em roubo de bolas foi o arao. Setimo o jorge e oitavo o Marcio araujo. Tche tche e moises nao ficaram nem entre os 10.
E) melhor goleiro. Prass.
Prass mal agarrou. Se machucou. Quem agarrou a maior parte do campeonato foi o jailson. Que ja tinha 34 anos e nunca fez nada na vida. Mas agarrou bem
Sei que vc trntou seguir uma logica fazendo uma analogia. Mas ela ta toda furada.
ótima análise;
se te deixa otimista, temos o camisa 10, aliás, vários deles, mas nenhum joga atualmente.
Tem muito texto bom por aqui ultimamente… Essa eliminação não pode ser encarado como uma catástofre mas tem que ser encarada com a seriedade que merece.
Concordo. E que sirva no mínimo para tirarem de lição para a próxima.
Quando ele comecar a ver os jogos do flamengo ele vai entender o que estamos falando.