Esqueça a goleada do dia 8 de março. Aquele San Lorenzo do Maracanã, frágil e cansado, não é o mesmo que enfrentará o Flamengo, nesta quarta-feira, em Buenos Aires. A base do time, de fato, segue praticamente igual. Mas o que se viu nos últimos dois meses foi o renascimento inesperado do campeão de 2014 na Copa Libertadores. Após conquistar apenas um ponto nos três primeiros jogos da fase de grupos, os argentinos conseguiram a façanha de chegar na última rodada dependendo apenas de si mesmo. E chegam com moral. Bom para eles, dificuldade a mais para o Fla. O Rubro-Negro precisa pelo menos de um empate para avançar e não depender de outro resultado.
Mudança de goleiro
O esquema do San Lorenzo segue o mesmo desde a estreia do Maracanã. Algumas peças alteram de acordo com o momento e a situação, mas a base se manteve. A mudança relevante, no entanto, foi a troca de goleiros. Desde a vitória diante do Universidad Católica em casa (a primeira na Libertadores), o técnico Diego Aguirre barrou Torrico e colocou Navarro.
O momento
A vitória por 2 a 1, em casa, diante da Católica veio na quarta rodada. Foi uma espécie de injeção de ânimo para o time argentino. E, sobretudo, para o treinador, que estava com o cargo ameaçado. Desde então, o San Lorenzo não perdeu mais. O destaque fica por conta da expressiva goleada aplicada no Atlético-PR, há duas semanas, na Arena da Baixada: 3 a 0.
A boa fase do grupo é muito atribuída ao funcionamento coletivo da equipe. Dando méritos ao treinador. No entanto, ainda conta com o bom momento de nomes como Mussis, Botta e Blandi. O último, que atua como camisa 9, tem tido participação em quase todos os gols do time.
Retrospecto depois do Maracanã
A goleada sofrida para o Flamengo (4 a 0) na estreia do torneio foi um duro golpe para o San Lorenzo. Sem ritmo, aquele era o primeiro jogo da temporada do time por conta dos problemas e da greve do futebol argentino. O Flamengo foi competente e não perdoou. Na rodada seguinte, os argentinos ainda perderam para o Atlético-PR dentro do Nuevo Gasómetro. A virada do time da Copa Libertadores não deixa de ser uma surpresa.
Desde o jogo do Maracanã, o San Lorenzo disputou 14 partidas: 8 vitórias, 1 empate e 5 derrotas. O último triunfo foi no sábado, quando venceu por 1 a 0 o clássico diante do Huracán. Em casa, foram sete jogos: duas vitórias e duas derrotas.
Libertadores: prioridade
Os resultados positivos no torneio argentino deram moral ao time. Mas, assim como no Flamengo, a Libertadores e o jogo desta quarta-feira é prioridade no Nuevo Gasómetro.
– Tanto a torcida quanto o grupo têm esse jogo como prioridade. O objetivo é passar de fase. A partida definirá muitas coisas para o futuro. Em junho, acabam os contratos de Ortigoza, Torrico, Mercier, Bergessio. Outro vínculo que termina é o do técnico Diego Aguirre. Se seguir com vida na Copa, pode ser que fique – disse a jornalista Giuliana Pasqualli, que cobre o dia a dia do San Lorenzo pelo diário ”Olé”.
Fala, Zé Ricardo:
– Não temos ilusão. Nem daquela vitória que tivemos (no Maracanã, 4 a 0) e também do que vamos encontrar lá. Sabemos que a equipe do San Lorenzo é muito forte, tem uma torcida que empurrar e lota o estádio. É uma equipe rápida, com três organizadores (Ortigoza, Mussis e Belluschi). Fazem um 4-3-3 com Cerutti, Blandi e Botta com velocidade e qualidade técnica. Recuperaram uma situação muito difícil, terminaram o turno com apenas um ponto e hoje estão com sete e podem classificar até em primeiro lugar. Sabemos que vamos encontrar um aspecto completamente diferente do que foi a estreia aqui no Maracanã. Tivemos felicidade e competência também de aproveitar aquele momento que não era o ideal da equipe deles. Esperamos fazer uma outra grande partida lá.
Fonte: Globo Esporte