Goleiros de Fla e Flu têm reputações opostas quando o assunto é pênalti

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Já aconteceu uma vez neste campeonato, e o Fluminense levou a melhor: na decisão da Taça Guanabara, após empate em 3 a 3, o título saiu nos pênaltis. Se o tricolor vencer o segundo jogo da decisão do Campeonato Carioca, neste domingo, no Maracanã, por um gol de diferença, a bola irá novamente para a cal, como aconteceu nas finais de 2007 e 2009. Além da destreza dos cobradores, entram em cena os goleiros.

Alex Muralha chegou em 2016 para resolver o problema do Flamengo no gol. Desde então, assumiu a titularidade e foi convocado para a seleção brasileira. Mesmo com apenas duas derrotas em seis meses, acabou rotulado por não pegar pênaltis: apenas um em 19 chances. Neste domingo, na finalíssima, pode ter nova chance de se redimir, depois de passar em branco na final da Taça Guanabara.

No clube, há confiança no dono da meta desde a saída de Paulo Victor. Mas também o reconhecimento que, depois da convocação, Muralha oscilou em suas atuações. O trabalho de manter o atleta na ponta dos cascos é do preparador Vitor Hugo, que já trabalhou com Dida, tido como perito nas penalidades. Segundo o profissional, o que vale é a fase do goleiro. Ele ignora o retrospecto.

Goleiro se aproveita da fase. Não é só agarrar pênalti. A gente não está preocupado com o que aconteceu antes no Flamengo. A estatística não vai abalar. Torcedor agora abraça o Alex, ele é o presente. Estamos plenamente satisfeitos – argumentou Vitor Hugo.

Ciente do talento do camisa 38, o Flamengo busca maximizar suas qualidades. Para isso, alia ao trabalho físico e técnico à tecnologia. Muralha terá à disposição um GPS para avaliar os dados de seus saltos nos treinamentos. Nos últimos dias, o treino de pênaltis foi intensificado, e Muralha foi bem.

Fico sentado vendo o jogo, tranquilo, a confiança nele é total – diz Vitor Hugo.

Se há uma possibilidade que não preocupa os tricolores é a de o Estadual ser decidido nos pênaltis. O Fluminense tem em Diego Cavalieri um especialista. O goleiro já chegou ao clube com a fama de pegador de pênaltis. E, ao longo de seis anos, só a consolidou.

Os números mostram seu potencial. Segundo o site “Fluzao.info”, especializado em estatísticas, o goleiro já defendeu 20 cobranças pelo clube. É como se fizesse uma defesa a cada 16 cobranças. Entre um pênalti e outro, ele se sagrou carrasco de Loco Abreu e ainda fez o Fluminense sair vencedor em duas de quatro disputas.

Segundo Marquinhos Lopes, preparador de goleiros tricolor, a frieza e a confiança são os trunfos do goleiro. Mas ele destaca ainda um recurso que não revela de jeito algum e, acredita, é o maior diferencial de Cavalieri.

Não gosto de falar. Mas é algo que gira em torno de os cobradores normalmente indicarem para onde vão bater. Do momento em que saem da linha até chegarem na bola, tem uma hora em que a velocidade deles determina muito a direção do chute.

Desde que voltou de longo período de lesão, o goleiro tem oscilado no gol tricolor. Os pênaltis podem dar a confiança que falta.

É natural que você volte de lesão inseguro. E só pode render o que sabe se tiver uma série. Vamos para cinco meses, e esta é a primeira sequência do Cavalieri. Agora, a tendência é só melhorar – disse Marquinho.

Duelo no gol

Alex Muralha. No Flamengo desdo o ano passado, o goleiro de 27 anos e 1,86m de altura disputa sua primeira final carioca. Defendeu apenas um pênalti em 19 cobranças.

Diego Cavalieri. Desde 2011 no Fluminense, pelo qual foi campeão brasileiro e carioca em 2012, tem 34 anos e 1,93m de altura. Já defendeu 20 pênaltis no time tricolor.

Reprodução: Extra

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