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Rafael Reis: “Por que o México atrai jogadores famosos da Europa, e o Brasil, não?”

Imagine o capitão do Japão trocando o Milan pelo Palmeiras. Ou um centroavante da seleção francesa deixando a Europa para jogar no Corinthians. Talvez até um jogador formado nas categorias de base do Real Madrid desembarcando no Rio para vestir a camisa do Flamengo.

Negociações como essas parecem distantes da realidade brasileira? Pode até ser. No entanto, são corriqueiras em outro país do futebol latino-americano.

A temporada 2017 do Campeonato Mexicano conta com a participação de 193 jogadores estrangeiros. Desses, pelo menos oito fogem do padrão de atletas argentinos, uruguaios, colombianos ou de qualquer outro país das Américas com o qual estamos acostumados.

A primeira divisão do México tem um atleta de Gana (Clifford Aboagye, do Atlas), outro de Cabo Verde (Djaniny) e mais seis estrangeiros de nacionalidades não-americanas que já passaram pela elite do futebol da Europa.

Só o Tigres conta com dois deles: o centroavante André-Pierre Gignac, que disputou a Copa do Mundo-2010 e a Eurocopa-2016 pela seleção francesa, e o zagueiro Thimotée Kolodziejczak, também francês e ex-jogador de Sevilla, Lyon e Borussia Mönchengladbach.

Já o Pachuca, atual vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf, tem em seu elenco o astro jáponês Keisuke Honda, que até a última temporada europeia vestia a camisa 10 do tradicional Milan.

Os espanhóis Edgar Méndez e Abraham González, com passagens pelas bases de Real Madrid e Barcelona, respectivamente, defendem o Cruz Azul e o Pumas.

Por fim, o Atlas tem a opção de escalar em suas partidas um jogador inglês, o meia Ravel Morrison, revelado pelo Manchester United, com passagem pelo West Ham e que está emprestado pela Lazio.

Mas, afinal, por que o futebol mexicano consegue atrair esse tipo de jogador, e o brasileiro, não? Será que é tão impossível assim vislumbrar um Honda ou um Gignac atuando por aqui?

A primeira parte da resposta para essas perguntas passa por uma constatação: os clubes mexicanos têm hoje mais dinheiro para gastar do que os times do futebol pentacampeão mundial.

Ao contrário do Brasil, onde as equipes de futebol são associações esportivas sem fins lucrativos, os clubes do México adoram um modelo de administração semelhante ao das principais ligas europeias. Ou seja, possuem donos. E donos muito poderosos, como o Grupo Televisa (sim, aquele mesmo das novelas mexicanas), proprietário do América, e Carlos Slim, o sexto homem mais rico do planeta, que até a semana passada era acionista do Pachuca.

Isso proporciona às equipes mexicanas um poderio de investimento sem comparação com o restante do continente. De acordo com o jornal “Guardian”, os clubes do México gastaram ao longo dos últimos cinco anos US$ 425 milhões em contratações (R$ 1,3 bilhão), 26% a mais que os times brasileiros.

É aí que entra a segunda diferença de comportamento entre os times dos dois países.

Enquanto os brasileiros costumam concentrar esse investimento em reforços locais (ou no máximo atletas de vizinhos, como Argentina, Paraguai e Uruguai), o México, que não possui uma diversidade tão grande assim de bons nomes dentro do seu próprio país, diversifica mais a nacionalidade das suas contratações.

É por isso que 39% de todos os atletas inscritos no Campeonato Mexicano são estrangeiros. No Brasileiro, os atletas gringos não chegam a 10% do total. E, com raríssimas exceções, como o turco Kazim (Corinthians) e o alemão Alexander Baumjohan (Coritiba), eles são sul-americanos.

Por fim, há mais um fator que ajuda o México a atrair jogadores que o Brasil não consegue recrutar para o seu campeonato: a geografia.

Vale lembrar que os mexicanos fazem fronteira com os Estados Unidos, um país com o qual os europeus estão muito mais acostumados do que Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia, alguns dos vizinhos brasileiros.

Fonte: Blog do Rafael Reis/Uol

Ver comentários

  • E nem assim os times mexicanos conseguem ganhar a Libertadores!!!

    • A Libertadores para os Mexicanos é igual a Sulamericana era (e ainda é) para nós.

      • Diferença que a Sulamericana nos garante vaga na edição da libertadores do ano que vem, nos garante mais duas três possibilidades de títulos internacionais , a Copa Suruga , a taça euro-americana e a Recopa sulamericana

        • Tá se valorizando agora, mas anos atrás os clubes brasileiros só sr integravam quando estava tudo perdido pra eles em relação à títulos, e ainda teriam que está livres da briga pra não cair, se não era só time reserva, e quando ia com os titulares os próprios jogadores não se interessavam, lembra daquela surra que o Flamengo levou da La U?

    • Agr veja quantas vezes ganharam a concacaf, torneio realmente importante pra eles. Eles ligam tanto pra libertadores que nem fizeram questão de disputar essa atual e nem as próximas, oque dar vaga pra mundial é o torneio deles, libertadores é como se fosse torneio amistoso.

  • Esse ano estamos presenciando a questão de que dinheiro não é tudo e quanto mais tem mais pressão vem.

    • Concordo, se fosse um time de 2008 nessa msm situação, o Fla não estaria nessa crise toda, 5° no Br, final da CB e oitavas da Sula.

  • pq os caras são mente aberta... aqui no brasil agora que estão começando a deixar os sulamericanos entrar

    • Mas desses aí só o Gignac joga alguma bola. O resto é tiriça. Q continuemos com.a mente fechada. Prefiro as categorias de base.

  • Aqui até técnico chora e faz reunião com a CBF quando chega extrangeiro! Kkkkkkkkkkkkk

    Falando sério, o motivo é financeiro mesmo, o Fla sondou o Vargas esse ano, mas não conseguiu competir com o Tigres. E olhe que o Vargas já jogou no Gremio!

    Por sinal, se não tivéssemos 1 milhão na folha para manter o CA paredão, dava pra trazer Vargas ou outro goleador de verdade...

  • Nossa cara, Flamengo tem Diego e Diego Alves, ambos vindos da europa.

    A verdade é que não faz sentido buscar esses nomes, principalmente os que estão em fim de carreira.

    • O Diego quando veio pra cá era reserva na Turquia, o Gignac quando foi pro Tigres era artilheiro da Ligue 1

      • Sei... E quando o Romário veio, havia acabado de ser o Melhor do mundo, titular do Barcelona e campeão pelo Brasil depois de 24 anos.

        Qual foi o argumento?

        O Fla não contratou estrelas europeias AINDA por falta de grana. Hj talvez desse pra trazer um Diego Costa sem condições de pagar salário, como fez o Kléber Leite em 1995, mas hoje pagamos salário, então não dá ainda. Mas não tá tão longe não, sabia.

        Quantas vezes vc viu o Fla tirar 22 milhões de reais do bolso pra trazer um Éverton Ribeiro da vida nesse século XXI?

        SRN

        • '' E quando o Romário veio, havia acabado de ser o Melhor do mundo, titular do Barcelona e campeão pelo Brasil depois de 24 anos.

          Qual foi o argumento? ''

          Nesse caso sou obrigado a dizer: RIO DE JANEIRO! praias,mulheres,noites cariocas etc etc

          Você acha mesmo que a ''competência e atuação'' do Kléber Leite foram mais determinantes que os 3 fatores que eu falei acima?

        • Discordo do início do seu comentário, aquilo eram outros tempos, o resto vc até tem razão.

    • Ah coração, os outros podem até não ter. Mas eu tenho. Num mar de alienados (e pq não alucinados?!), vc é um sopro de senso crítico.
      Infelizmente, muitos aqui opinam de acordo com o resultado do último jogo, seja ele qual for.

      SRN!