Coluna do Torcedor: “O burocrático jogo do Flamengo”

Apesar de saber que o problema do flamengo seja muito além do que o time jogando mal, como por exemplo: permanência de profissionais fracos trabalhando no clube (preparador de goleiros, psicólogo, auxiliar técnico permanente entre outros) e a falta de cobrança e atitude por parte da Diretoria em querer um desempenho e resultados melhores neste ano onde o clube fez altos investimentos no futebol e até aqui tem feito um ano pífio, irei apenas me aprofundar na questão dentro das quatro linhas e como o futebol burocrático do flamengo que vem desde ano passado tem segurado o Mengão de voar bem alto rumo aos títulos e a gloria.

A situação começa em 2016 com o Eduardo Bandeira de Mello contratado Muricy Ramalho para técnico do Flamengo, e com a chegada do treinador que tinha feito um “curso” na Europa, visitando o time do Barcelona, o mesmo aceitou o cargo de técnico com o intuito de ajudar a diretoria (além dos serviços que lhe convinha) na estruturação de uma nova filosofia no clube, onde iriam implementar um esquema de jogo em todos as categorias de base até o profissional, com o intuito de colocar uma forma de jogar independente do técnico a ser escolhido e numa melhor transição dos garotos da base pro profissional.

O que parece, mesmo após a saída do Muricy ramalho, a forma de jogar num esquema 4-3-3 ou 4-2-3-1 (seja lá como queiram chamar) não mudou, mesmo com a troca do treinador por Zé Ricardo e agora com o Rueda. O que devemos notar aqui é que não importa se o time joga com 4 volantes ou 4 laterais (como na libertadores esse ano), com 4 meias armadores ou com 2 atacantes de oficio, a estrutura e a forma de jogar são sempre as mesmas: primeiro uma estrutura onde se tem 2 volantes sendo 1 de mais marcação, 1 meia armador, 2 pontas abertos e um centroavante isolado na frente e segundo a forma de jogar, sempre o meia abrindo as jogadas pra beirada de campo, onde se tem as subidas dos laterais ou pontas que pegam a bola e carregam até a linha de fundo e cruzam para que o atacante (isolado) tente cabecear a bola.

Não que eu não goste desse esquema de jogo, mas a forma como o Flamengo joga é extremamente apática, sem criatividade nenhuma, sem objetividade, sem criar grandes chances de gol. E muito se deve à falta de bons pontas no time, pois os que se tem aqui não sabem driblar, não sabem chutar, não se aproximam do meia ou do atacante pra tentar uma tabela, uma triangulação, não se infiltram dentro da área em jogadas de facão ou puxam a bola da lateral pro meio, tentando jogar em diagonal e afunilando para se aproximar do gol e utilizar o principal recurso que o Guerrero tem, que é fazer muito bem o pivô, jogadas essas que são muito recorrentes em jogos de futsal. O único que poderia fazer isso era o Vinicius Junior pelo talento que tem, mais que infelizmente não tem tantas oportunidades que deveria ter, mesmo por que, seus concorrentes são apenas jogadores esforçados e operários, nada mais do que isso, não apresentam poder de finalização ou ofensividade melhor que o garoto.

Uma das coisas que o Rueda e a maioria dos técnicos estrangeiros que no Brasil trabalharam gostam de fazer é a rodagem do elenco, assim além de conhecer os jogadores que ele dispõe ainda consegue manter todos os jogadores motivados e com vontade de jogar e se dedicar nos treinamentos para jogar, claro tendo sempre a meritocracia papel importante para a escalação dos mesmos. Como Rueda chegou no meio da temporada e tem em mãos 31 jogadores, testar todos em situações de jogo é uma tarefa complicada, mas já teve tempo para fazer isso, e mesmo que alguns só tiveram uma única partida para apresentar seu futebol, um relatório de quem pode ou não contar já deveria ter sido feita pelo mesmo, assim como a barca que irá embora em 2018. Aparentemente diferente do antigo treinador, Rueda já percebeu que tanto Vaz quanto Gabriel não são jogadores para o Flamengo, inclusive os mesmos parecem que já tem liberdade para procurarem outro clube para jogar em 2018, porem a barca é ainda maior.

Falando exclusivamente da última partida, não dá para o treinador improvisar o Pará na lateral esquerda tendo Rene e Trauco no banco de reservas, essa situação é apenas quando os mesmos machucarem, tiverem em uma fase muito ruim ou no caso de nenhum deles fizer parte dos planos do treinador, o que não vem a caso já que o mesmo colocou Trauco na partida.

Já na volância, testar Rômulo ou Mancuello é até aceitável, o que não dá para entender é testar os mesmo ao lado do enganador do Márcio Araújo. Se o Rueda até hoje não percebeu que o jogador só “finge” que marca e corre, estamos perdidos, já que Zé Ricardo saiu por que insistiu nesse jogador fraco e em outros que eram apenas “esforçados” e nada mais. Notem que na maioria dos gols do adversário, o jogador mais próximo da origem da jogada ou na finalização é o Márcio Araújo, e o mesmo SEMPRE, digo SEMPRE finge que vai marcar, começa a correr e quando vai chegar próximo do adversário para, levanta os bracinhos e fica olhando o desfecho da jogada, foi assim no gol do fluminense onde Rever sobe pro ataque e MA ao invés de cobrir o jogador, só vai atrás do atacante quando o mesmo recebe a bola e ainda para na jogada quando o Juan vai tentar travar o cruzamento. MA teve a capacidade de no jogo contra o Avaí, ter menos roubadas de bola que o Mancuello, que muitos dizem ser sem sangue e que não corre e ontem ao lado do Rômulo não conseguiu fazer NENHUMA roubada de bola.

Rômulo é primeiro volante, então se é para testa-lo, que o coloque jogando com o Arão e Mancuello pode jogar como segundo volante, assim teste-o com o Cuéllar ou com o Próprio Arão que sabe jogar de primeiro volante.

Já no ataque, não dá para ficar improvisando o Paquetá de atacante, por mais que o jogador seja esforçado, acaba limitando o seu futebol, que por sinal é um jogador de grande técnica e recursos, que pode sim jogar de titular, mas como um meia caindo pelas pontas ou centralizado na articulação das jogadas.

Portanto, não dá para continuar colocando o mesmo time e a mesma forma de jogar do ZR e esperar que teremos um time ou futebol melhor, pois se com o antigo treinador não estava dando certo, por que com o atual daria?! Está na hora de escalar o que tem de melhor, definir um time titular, e quando for necessário, trocar um ou outro jogador para evitar lesões. A principal mudança está nas pontas, Everton e Berrío são jogadores esforçados e nada mais, só reparar que nesse jogo contra o fluminense não deram continuidade a praticamente nenhuma jogada, não sabem cruzar bola, não sabem chutar e mau finalizam a gol. A última vez que o flamengo fez gol de contra-ataque faz muito tempo, pois praticamente 95% dos times jogam fechados no contra-ataque contra o flamengo, e jogadores assim não fazem diferença pois não tem espaço para jogarem, e técnica e drible é uma coisa que eles aparentemente parecem não ter.

Então para finalizar esse post, deixo a escalação do time IDEAL com todos os titulares, uma mensagem e uma reflexão para o Rueda.

ESCALAÇÃO: Como se pode ver, um time com 4 bons jogadores do meio para frente, onde não precisa ter velocistas, apenas jogadores que utilizam de suas técnicas e recursos como já mencionado aqui (tabelas, infiltrações, triangulações, etc) e o principal, arriscar mais chutes a gol. E antes que alguém fale que as laterais ficaram expostas, é só Rueda manter o que vem fazendo desde o começo do seu trabalho, manter os laterais mais presos na defesa. Quanto ao ataque lento, se correria fosse sinônimo de vitória e time ofensivo, flamengo ganharia e faria muitos gols em todos os jogos que fizesse.

MENSAGEM: O time do flamengo não precisa ter uma defesa sólida, mas sim ter um time que faça mais gols do que toma e vença as partidas, mesmo que seja de 2 a 1, 3 a 2 ou qualquer outro placar, o importante é vencer e de preferência jogando um bom futebol, pois acima de tudo, futebol é um espetáculo que a plateia (torcida) quer ver.

REFLEXÃO: “Insanidade é continuar fazendo as mesmas coisas esperando resultados diferentes- Albert Einstein. “

Thiago Nobre

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