Quando chegar em casa a gente conversa”.
Uma das frases-ameaça mais temidas do mundo serve de alento após a equilibrada partida em Buenos Aires.
Se o Flamengo não fez aquela Partidaça Sublime, fator que a gente nem espera muito dado o nosso histórico na temporada, soube chegar na casa do adversário e apresentar a tal “La Intensidad” que o Profe sempre pede. Se a derrota de virada acabou acontecendo, foi por conta de algumas falhas recorrentes, que também aconteceram em jogos nos quais saímos com os três pontos.
E nem adianta dar faniquito por conta disso. Todo mundo já tá mais careca que eu de saber: O Everton Ribeiro vem tendo desempenho bem abaixo do esperado e vai seguir titular (a esperança de lampejos decisivos é a última que morre); nossa dupla de zaga é boa, mas nosso sistema defensivo, principalmente pelos lados do campo, deixa a desejar; falta um pouco mais de poder ofensivo na hora do arremate final; e (isso aqui bem que podia mudar logo) Vinícius Jr. pode entrar bem e mudar o cenário dos jogos a nosso favor quantas vezes quiser, que a tendência é não entrar de começo ou (vá lá) ao menos já voltar do vestiário para o campo de jogo após o intervalo.
Ontem teve Réver abrindo o placar em mais uma cabeçada lá no terceiro andar e o Juan quase escorando pra dentro da rede adversária bem no começo do jogo. Claro que no mundo real a gente não vai ficar escolhendo hora pra balançar rede, mas é inevitável concluir que o gol muito cedo chamou pra dentro do nosso campo os hermanos e tivemos que suportar (e acabamos não conseguindo) por mais tempo a pressão.
O lado positivo é que após a virada a maionese não desandou. PARECE, PARECE, mas ainda não tivemos mostras suficientes para comemorar, que o problema da instabilidade emocional após levar gols está melhorando. Poucos meses atrás (ou até mesmo semanas), levar uma virada de argentinos jogando em Buenos Aires poderia desencadear uma verdadeira catástrofe em campo, resultando em um placar adverso elástico e totalmente danoso para as pretensões no jogo de volta.
Claro que após a derrota o fator cansaço iria ser apontado como uma das causas, dada a maratona de 84 jogos na temporada. Pero… Pero… Isso aí não tem jeito. Não tem como escapar e ano que vem será igual. A única forma de resolver isso eu não tenho esperança de ver acontecer ainda em vida, já que exterminar ou pelo menos reduzir drasticamente a agenda dos estaduais não parece ser uma probabilidade, dado o imenso retorno financeiro e desportivo de tais competiç… Epa… Espera.
A derrota pelo placar mínimo, apesar de ter gerado certa euforia do lado de lá, traz a decisão limpa para o Maracanã. Afinal, se o Flamengo vai jogar no Rio e com casa cheia ninguém espera menos que uma vitória.
Fácil não vai ser… Mas nem tão pouco será difícil. Os caras não se deixarão intimidar por pressão de torcida e a tendência é que tenhamos outra vez uma partida equilibrada. Se o adversário é rápido e tem bom toque de bola, nós temos talentos individuais capazes de fazer a balança pender a nosso favor. Hmmmm… Ok… Talvez alguns desses talentos individuais precisem aparecer um pouco mais por sua própria conta, ou então por escolhas do Profe. Mas isso aí AINDA é lá com ele.
A última palavra em Caps Lock aí aparece por conta do assédio feito pelo Deportivo Cali e por declarações do próprio Rueda que deixam em dúvida a sua permanência para a próxima temporada. E, caso aconteça, lá vamos nós recomeçar tudo do zero outra vez.
Mas isso aí é um assunto para o dia 15. É fazer valer a combinação mística “Maracanã + Flamengo” no dia 13, comemorar dia 14, para aí sim iniciar oficialmente os preparativos para 2018.
Bora torcer.
Isso aqui é Flamengo.
Reprodução: Boteco do Fla/ Mércio Querido