No dia 17 de maio, portanto há menos de sete meses, o Flamengo sofreu em Buenos Aires a derrota que o eliminou de forma vexatória da Libertadores, diante do San Lorenzo. Foi, aliás, o fracasso que tornou a Copa Sul-Americana uma nova frente, cuja final foi perdida ontem com sete titulares e um treinador diferentes.
Entre mudanças de rumo e de rota, de plano e de opções no elenco, era até natural que na hora decisiva, o essencial faltasse ao Flamengo: faltou jogo. Melhor no primeiro tempo, se desconjuntou no segundo, ansioso mas, acima de tudo, com um plano menos rico. Doido por uma bola aérea que o resgatasse na decisão. Era preciso mais para desfazer o 1 a 1 com o Independiente. Este 2017 de decepções teve seu ato final num Maracanã lotado, que foi uma espécie de sumário da temporada.
Se o Rio é o purgatório da beleza e do caos, como diz a canção, seu símbolo ontem era o Maracanã. Lindo o cenário, o ambiente dentro dele. Mas para ser parte da festa era preciso ter a coragem de vencer a inaceitável provação em que se transformara entrar ali. Demonstrações de agressividade, desordem, sintomas de uma sociedade doente.
Fiquemos com o lado de dentro, daqueles de guardar na memória. Festivo e tenso, vivendo no tênue limiar entre o apoio e a pressão sufocante. Pressão, aliás, não apenas sobre os visitantes. No fim, o próprio Flamengo sentiria.
A quem superou os obstáculos e entrou, foi também uma daquelas noites em que o futebol ofereceu alguma recompensa. Não que tenha sido um jogo de 22 virtuosos, não é natural que o seja no futebol sul-americano exportador. Mas eram dois times com intenções nobres, voltados ao jogo. Os argentinos não vieram apenas defender, ainda que tenham matado o tempo na segunda etapa, entre um contra-ataque perigoso e outro. Mas o Flamengo era melhor.
Apostava em pressionar a defesa rival, de preferência pelo alto, onde entendia ter mais chances. Mas diante de uma marcação quase toda individual, era o Flamengo quem dava as melhores sensações. Conseguia sobrar pelos lados ou em infiltrações de seus pontas.
Everton ganhou as costas de Bustos logo no início, depois entrou em diagonal para Campaña fazer ótima defesa. O mesmo com Paquetá na direita, mas faltava precisão, sobrava tensão. O que ainda vitima o Flamengo é o hábito da linha defensiva de buscar demais a própria área. Meza e Barco tinham liberdade acima do recomendável. César salvou aos pés de Barco antes de o Maracanã explodir pela primeira vez. Eram 29 minutos quando um lance anunciado, uma bola parada, encontrou Juan, Réver e, por fim, Paquetá. Uma loucura. Ensurdecedor.
Tudo a favor: o placar, o público, o emocional. Mas a dificuldade de juntar linhas ao defender é um tema deste Flamengo. Os argentinos envolveram Trauco na esquerda e Cuellar fez pênalti, decidido com ajuda do árbitro de vídeo. Gol do Independiente e o Flamengo ganha um novo adversário, além do placar. A multidão, a esta altura, é ansiosa e menos tolerante.
Se queria cruzar bolas, o Flamengo precisava, antes, de mais elaboração. Foi o que não teve no segundo tempo. Seus meias tinham noite ruim. Para piorar, a busca de Arão pela área, ou por vezes de Diego, esvaziava o setor central. Conforme corria o tempo, o rubro-negro era ansioso: queria chegar a área sem passar pelo meio-campo. O futebol permite tudo, mas nem sempre.
A entrada de Vinícius Júnior coincidiu, não só por culpa dele, com um Flamengo de iniciativas individuais, bolas perdidas e um jogo em campo aberto, em que sobravam espaços para o contra-ataque rival. Era a tal falta de jogo, de plano de um time que viveu um ano de permanente reorganização. E nunca terminou seu projeto de futebol.
O gol iminente parecia o dos argentinos, ainda mais que, cada vez mais aberto e com o meio-campo se desocupando após as trocas, o Flamengo maltratava Juan e Rever. Na esquerda, Éverton era batido. Juan, de notável fim de ano, ainda “fez um gol” ao salvar o toque de Gigliotti, encobrindo César numa defesa aberta.
Os 83 jogos no ano também cobravam a conta. O físico do Flamengo se esvaía, o time desmontava, se espaçava. As chances em lances tramados rareavam e o Independiente era mais perigoso. Porque era mais consciente. Éverton Ribeiro, ao parecer tudo, menos um jogador pronto para uma final, era a imagem de um elenco montado com o ano andando. Ele e o menino Lincoln, outra incorporação recente do elenco principal. E o Flamengo tratou de chutar bolas longas ao ataque num Maracanã que perdia a fé. Coisas da bola, o gol quase veio. Mas Réver chutou alto com o goleiro batido. Não há motivos para o torcedor guardar 2017 na memória. Ao apito final, poucos protestos. O Maracanã fecha as portas no ano com um resignado silêncio. Talvez seja mesmo hora de refletir.
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Ficaremos um tempo sem ver os torcedores de presidentes por aqui.
Que ano bosta
Pra se ter um 2018 diferente e com muitas vitórias e títulos é simples: contrata os jogadores certo no início do ano já tem uma base, os 11 montado e escolhidos e pronto; É só isso; Ficar contratando em meio de temporada, traz goleiro que não tinha, traz zagueiro, traz um meia como Everton ribeiro meio que no desespero, em cima da hora no meio e finais de campeonato dá nisso: os gambás foi campeão com um time que os 11 começou em janeiro e os caras se entrosaram e deram liga no brasileirão; Só ver o futebol dos caras que eram um time super entrosado; ídem pro gremîo com uma base desde janeiro. Por incrível que pareça gravei o time dos 2 os 11 de có mas do fla só durante a temporada sabiamos os 11 e olhe lá e ainda o mengo tem uma vantagem em relação a grêmio e curinthians: dinheiro pra contratar jogadores de qualidades: resumindo: traz um zagueiro top, 2 laterais um de cada lado pra serem titulares, 2 atacantes nível seleção pra serem titulares, traz o volante Ronaldo de volta, paquetá disputa ali com Arão 2 na mesma posição pra segundo volante, um meia pra disputar e ser reserva de luxo de Diego e pronto: mas repito: tem que contratar os caras pra já e pegar o carioquinha pra treinar o time base e começar com tudo a liberta do ano que vem; Isso se chama planejamento!!!
O Thigu hoje fez um análise-desabafo emocionante e tocante no pós-jogo do Coluna, de forma lúcida.
Sugiro que pessoas do site façam um vídeo e tentem pegar um apanhado de vídeos como esse do Thigu, onde mostram a desilusão, a tristeza emocionada de um torcedor, mas a força de ainda querer acordar com a camisa do Flamengo no peito.
Thigu, ótimo desabafo.
SRN
Mentira..jogo deprimente do flamengo...ridiculo e sem nenhuma inspiração..mereceu muito a derrota
Paquetá tá jogando o fino da bola,esse mlk não fica por muito tempo,Everton Ribeiro poderia ser usado como moeda de troca e o Real Madri poderia fazer uma caridade e levar logo aquele despacho de encruzilhada em janeiro...
comentário preconceituosíssimo esse seu..
Apareceu não foi nem um torcedor dos eternos vices é um doente que fala com o coração. Porque o primeiro tempo jogamos bem e merecíamos um placar bem melhor agora no segundo tempo não foi uma loucura só o Flamengo saindo para atacar de qualquer jeito e os caras do jeito que queriam no contra ataque é tanto que em um lance em quê o Revér perdeu a bola no meio-campo e os caras não fizeram o gol por causa do Juan. Foi o lance de perigo deles no segundo tempo sem contar que o juiz parou o jogo todo tempo e no final deu 3 minutos de acréscimos. Brincadeira agora os antis doentes bacalhau imundos como quiser chamar deva ter assistido à outro jogo e comenta o do maior do mundo.!!!!!!
Concordo que não jogamos mal,o time caiu com a entrada do Negueba Jr que a torcida tanto pede, e o Everton Ribeiro...sem comentários a esse
Por irmão ainda creio que o Everton Ribeiro irá nos dá muita alegria ainda agora irá pegar a preparação física ideal e no mesmo nível dos demais então tem chances de emplacar ano que vem pode crê. E em relação ao Vinicius Júnior, parceiro o Real Madrid seria louco de vir aqui e pagar 160 milhões para o Flamengo no moleque será que você não está pegando pesado com um menino ainda não irmão que acabou de completar 17 anos nós iremos sentir é muita falta dele depois do meio do ano que vem escreve o que eu estou lhe falando depois você me fala se eu exagerei ou não. O menino é craque Paulo Leandro.!!!!!
Marcelo,acho que o Paquetá coloca ele no bolso...
Paulo Leandro,aí é covardia irmão Paquetá é o nosso melhor jogador hoje ninguém na posição do Paquetá hoje no Flamengo joga mais que ele não irmão. Concordo plenamente contigo Paquetá não está colocando ele no bolso não paulo Leandro está levando o time do Flamengo nas costas.!!!!
cara, qdo o VJr entrou, o time bagunçou, devido ao nervosismo. Réver, q estava soberano, abandonou a defesa e passou a avançar. Ev. Ribeiro, Arão e Vizeu eram completamente nulo em campo. Estourava tudo no Cuellar e Juan.
VJr. era marcado por 3, sem qualquer ajuda dos nulos acima...
Quando Rueda fala que Paquetá seria devolvido ao sub 20 na época que ele entrou, já percebe-se o nível dessa diretoria, esse rodrigo caetano assim como alguns ali que cuidam do futebol são palhaços essa é a verdade, ai vc ver que o mesmo vascaíno rodrigo ficará pra 2018 é de lascar mesmo isso.
Na minha visão, a reformulação deveria começar pela defesa. Precisamos de no mínimo dois laterais decentes, Juan (pela idade) e Réver são jogadores apenas pra compor elenco. Arão, Trauco, Pará, pode se desfazer.
Vai real Madrid 6 a 0 contra o timeco que ganhou do Lanús até o nosso timeco em 2012 ganhou deles
O time do Flamengo é uma bagunça, um bando em campo. Mais uma vez foi carregado nas costas pelo talento individual do Lucas Paquetá e os medalhões sumiram, novamente.
As mesmas deficiências persistem, uma dificuldade imensa para criar boas chances. Nas vezes que cria, não aproveita. O gol perdido pelo Everton hoje foi pavoroso, inacreditável. Não era um jogo zerado, o Flamengo estava atrás e o tempo contra nós. Começamos a perder o jogo ali, pois quanto mais a vantagem deles se prolongava, mais difícil ficava a situação. O gol acabou saindo, mas o Flamengo, sendo o Flamengo que vem sendo sempre ultimamente, jogou a oportunidade no lixo. Num lance infantil do Cuellar, produto de uma marcação horrenda naquele lado direito (como sempre), nosso destino foi selado.
2017 acaba, não vencemos nenhum título. Terminamos em sexto no brasileiro e o presidente não deixou passar a vergonha para fechar com chave de ouro a sua imbecilidade, prepotência e mediocridade: "Perdemos para um gigante do continente, normal". Entrevista para a Rádio Tupi.
O que esperar do ano que vem? Sinceramente?
SRN.
Eu espero que o ano que vem passe RÁPIDO. não aguento mais ver o fracassado perdedor que vive confrontando a torcida presidindo o Mengão, EBM=PÉ FRIO
Esse Banana de Melo só é "macho" com a nossa torcida!
"Perdemos para um gigante do continente, normal"
Pelo amor de Deus, falando assim, nem parece que eram dois finalistas merecidamente brigando pelo título, e sim um pequeno time do leste europeu enfrentando o Real Madrid, jogando com a medíocre mentalidade do tipo "a obrigação de ganhar é deles, o que a gente ganhar é lucro".
Esse presidente é um conformado.. Esse seca pimenteira tem que entender que conformismo não combina com Flamengo!
"O gol perdido pelo Everton hoje foi pavoroso"
Por isso que além das laterais precisamos de um bom ponta esquerda pro ano que vem. VJ já é do Real e Everton tecnicamente é fraquíssimo.