PVC: “O plano B do Flamengo começa com a letra C de campeão”

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Corria o ano de 1992 e a revista Placar lançava um caderno de estatísticas como encarte em sua edição guia do Campeonato Brasileiro. Trabalhavam nela o jovem repórter que vos escreve e Celso Unzelte. Naquele caderno, descobriu-se, por exemplo, que Roberto Dinamite era o maior goleador do Campeonato Brasileiro. Mas um texto curto e inocente registrou uma coisa da alma rubro-negra: ”O Flamengo sempre foi campeão brasileiro com técnicos da casa, que tinham uma parte do nome começando com a letra C, de campeão: Cláudio Coutinho, Carpegiani, Carlos Alberto Torres e Carlinhos. Naquele ano, Carlinhos foi campeão pela segunda vez e a regra se manteve para os da casa com Andrade — Cuca, com C de campeão, começou a campanha de 2009.

É um mistério que seja assim, mas é. Paulo César Carpegiani estava contratado para ser o coordenador de futebol. Na verdade, não estava 100% confirmado, por duas razões. Porque o Flamengo esperava a definição de Rueda para ter Carpegiani como plano B, como se confirmou. E porque não estava tudo certo a respeito do salário de coordenador. Ainda poderia dar errado. Algum lado podia roer a corda.

Além disso, Rueda poderia não ter o comportamento que teve com o Flamengo. Sair e pagar a multa, tudo bem. Não custava avisar antes.

Mas já havia gente que, com mérito, dizia que estava tudo certo. Se Rueda não ficasse, Carpegiani seria o técnico. Este colunista disse que esta era uma hipótese concreta, não uma certeza.

Não seria a escolha deste próprio colunista. Carpegiani fez bons trabalhos recentes, dentro do que se entende como bom trabalho no Brasil. Em 2016, assumiu o Coritiba na 18a rodada em penúltimo lugar, entregou em 15o. um turno depois. Em 2017, pegou o Bahia na 27a rodada em 14. lugar, terminou em 12o lugar. Todo mundo disse: ”Carpegiani fez um ótimo trabalho.” Fez! Mas foi um trabalho? Padrão brasileiro. Não deu três meses.

No Flamengo, o desafio é maior. Ele terá um ano para dirigir um elenco forte, corrigir coisas, torná-lo menos burocrático, fazer o jogo fluir. Carpegiani é um prazer de conhecedor de futebol. Dá gosto ouvi-lo falar sobre o jogo. Seu grande mérito sempre foi manter o que dava certo e aprimorar. Fosse no Bahia de 2017, onde conseguiu voltar à origem da equipe de Guto Ferreira, fosse no Flamengo, onde sucedeu Dino Sani, em 1981, e retomou a origem daquela equipe, do tempo em que era dirigida por Cláudio Coutinho e em que ele próprio brilhava no meio-de-campo.

Não seria a escolha deste colunista, mas pode dar certo. Corrigir coisas, melhorar outras, manter a origem. Carpegiani quer Diego nas entrelinhas, entre o volante e o zagueiro, criando mais do que criou. Aquele Flamengo de 1981 jogou partidas, como o a do ladrilheiro contra o Vasco, em 6 de dezembro de 1981, num sistema 4-2-3-1. Incrível, mas é verdade.

O sonho rubro-negro é ser campeão da Libertadores como o mesmo técnico de um troféu que ocorreu 37 anos atrás. Não aconteceu com Alex Ferguson permanecendo na mesma equipe, não aconteceu com Matt Busby nem com Bill Shankly nem com Guy Roux, campeão pelo Auxerre depois de 44 anos no cargo, mas vencedor uma única vez. Será que acontecerá com Carpegiani?

Fonte: PVC/Uol

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  • PVC é fodão!!!

    Entende demais.

  • O PVC é palmeirense, mas quando fala do flamengo é sempre imparcial e escreve textos bem feitos e lúcidos. Boa análise , acho que não seria a escolha de muito torcedor o Carpeggiani, mas algo me diz que pode dar certo. Em um ano como o de 2017, acho que dá pra esperar algo melhor com o elenco de mantendo e com a vinda de peças chaves como zagueiro e laterais.

  • Carpegiani cobra dos caras independente do salário, esse vai ser um lado bom. VAI TER COBRANÇA.

    Não vamos ver a moleza de antes que a diretoria defendia não. Chega de falta de raça. Carpegiani é Rubro-Negro!!!

    • O temperamento do gaúcho é fogo heim! Os bastidores vão ferver e muitos baldes serão chutados.

      Eu apóio.

  • Boa PVC, ja ta ajudando na mistica rubro-negra… Comecei a torcer pro Flamengo exatamente nessa epoca de 81, ainda criança, não entendia o que fazia um técnico. Passei todos esses anos esperando a volta daquele time, que encantou o mundo todo, e foi eleito numa votação na fifa como os dos 10 melhores times do seculo XX. Pois que seja então, que Carpegiani faça o Flamengo voltar as suas origens, o futebol de 81 é tão moderno quanto o 4-2-3-1 atual. Vamos ser campeões Flamengo, com o C de Carpegiani! A sorte está lançada…

    • PVC já comentou mas, principalmente, tá lá na “bíblia futebolística” “A Pirâmide Invertida” de Jonathan Wilson: o Flamengo de PC Carpeggiani foi o primeiro time a alternar do 4-5-1 básico para o 4-1-4-1 e o hoje”clássico barcelonista” 4-2-3-1. Este último adotado nas vitórias do Carioca de 1981 e Mundial do mesmo ano.

      • Muito obrigado amigo, vou procurar ler isso sim, otima indicação. Abs

  • Foi bem até querer colocar Bahia e Coritiba, na mesma prateleira, tirando esses erros futebolísticos gostei do seu texto!

  • O cara teve 52% de aproveitamento no Bahia e 43% no Coritiba perdeu mais do que venceu!!! E eu criticava o Zé Ricardo co 64% de aproveitamento. Tomara que queime minha língua!!

    • Olha a piada. Coritiba e Bahia comparando com Flamengo é sacanagem

      • Piada? Não, o Audax no paulistinha teve aproveitamento melhor que alguns times de ponta e o Coritiba e Bahia são os maiores times dos seus estados então não é piada.

    • não acha meio ilógico comparar os aproveitamentos já que são equipes muito inferiores?

      • Sei que é um pouco distante . Mas da para comparar sim.

    • Cara, você não conhece o Bahia e principalmente a sua torcida.
      O Bahia quando ganha 2 jogos e empata 2 a torcida diz logo que vai ser campeão e por muitas vezes o time deixou de ser rebaixado por causa da sua torcida que é apaixonada pelo time independente da situação.
      É tanto que em uma entrevista do próprio Carpegiani no ano passado o mesmo destacou que já tinha treinado o Flamengo, Corinthians e a seleção do Paraguai mas nada se comparava ao amor que o torcedor do Bahia nutre pelo clube.
      O Bahia não tem poder financeiro pois, se tivesse colocaria as equipes do Atlético MG e do Cruzeiro no bolso.

      • Aonde assino?

    • O Zé teve o campeonato Carioca, então obviamente a porcentagem vai ser alta.

      • Talvez… Torço para estar enganado!!

    • Olha o elenco que o Zé Panela teve nas mãos e o que o Carpegiani trabalhou nesses dois clubes… Tirou leite de pedra.

  • O problema no Flamengo não são os treinadores mais sim a interferência do Bandeira de melo aonde não há cobrança daqueles jogadores preguiçosos e os perebas ao contrário disso tudo o Bandeira apoia é um bom gestor em termos de finanças mas é medíocre em termos de Campo será que ele vai interferir se o Carpegiani acabar com alguns preguiçosos e os perebas? vamos aguardar.

  • Começamos bem o ano. Sem grandes expectativas e delírios.
    Sem “rumo a Tóquio”, sem vinheta de Flamengo x Barcelona e sem cheirinho…

    • Espera a primeira vitória no carioqueta que vc vai ver

      • Verdade… kkkk

      • Vdd

        • Vamos torcer pra não ganharmos o carioca

      • Pelo jeito se botar a base no carioca ainda sim o Flamengo ganha, haja visto que o o Florminense tá fazendo queimão de jogador, o Vice sem presidente e o foguinho teve até técnico pagando pra sair de lá…

    • Desde o ano retrasado que critico aqui, e também em outros meios de comunicação, aquelas babaquices de idolatrar jogador, idolatrar técnico, fazer musiquinha, rap, encher aeroportos, fazer piadinhas antes da hora, enfim, tudo que pudesse nos lançar como protagonistas de milhões de piadas como hoje somos.
      Tenho Flamengo no meu coração desde 80, com 8 anos de idade, e jamais tinha passado tamanha vergonha como passei em 2017 ( e ainda estou passando! ).
      Por isso digo com toda certeza que, se o time fracassou não foi só culpa do elenco e da diretoria não e sim, também ( Muito! ) foi culpa da própria torcida.
      Mas, entre trancos e barrancos, continuarei torcendo, sempre, apoiando, na humildade sem querer se achar o melhor antes do fim de cada partida, antes do fim do campeonato.

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