GE: “Intervenção, caso Kevin e testemunha: como o Fla quer anular pena na Conmebol”

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No lugar da chuteira e da camisa rubro-negra, terno e gravata. O departamento jurídico do Flamengo entra em campo às 10h30, em Luque, na sede da Conmebol, no Paraguai, para audiência considerada fundamental na Libertadores de 2018. Na pauta, o julgamento da punição original de dois jogos sem torcida em casa e a multa de US$ 300 mil, referentes às brigas e confusões na final da Sul-Americana de 2017 no Maracanã.

O Flamengo vai pedir o arquivamento da punição – o que significaria a anulação da pena – ou, pelo menos, a redução da pena e até pena alternativa contra o prejuízo técnico e financeiro de jogar duas partidas sem torcida no estádio de futebol.

Contratado pelo Flamengo, o advogado Pedro Fida, que também representa Paolo Guerrero no julgamento da Corte Arbitral do Esporte (ainda sem data para ser realizada), entrou com medida cautelar – que provoque efeito imediato ao resultado do julgamento. O departamento jurídico tem a esperança de, em caso de reforma da sentença, conseguir vender ingressos e ter torcedores para enfrentar o River Plate no Nilton Santos na próxima quarta-feira (28).

O que o Flamengo vai apresentar em Luque:

Testemunha de defesa – A defesa vai pedir a participação do diretor de Novos Negócios do Flamengo, Marcelo Frazão. O dirigente do Rubro-Negro vai prestar depoimento e vai citar os esforços do clube, junto às autoridades governamentais e de segurança, que incluíram o pedido e alerta de efetivo máximo para a partida da final da Sul-Americana. Havia receio de novos problemas no estádio, pois na final da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, e em outras partidas no Maracanã também houve confusão e brigas nos jogos do Flamengo.

Além disso, o advogado do Flamengo vai apontar que houve efetivo policial e de agentes de segurança inferior a grandes jogos na cidade do Rio de Janeiro, no Maracanã. A narrativa, neste caso, vai lembrar a falência econômica do Estado e os prejuízos à população e, consequentemente, aos eventos de entretenimento na capital, o que inclui o efetivo menor em jogos de futebol.

Intervenção federal no Rio de Janeiro – Aprovada na madrugada dessa quarta-feira, o decreto que autoriza a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro será levada para o julgamento do Flamengo. Em primeira instância, no recurso apresentado à Conmebol, o Rubro-Negro já havia citado o descontrole na segurança pública do Estado, mas o decreto, assinado na última sexta-feira (16), pelo presidente da República, Michel Temer, passando para as Forças Armadas os comandos da Polícia Civil e Militar reforça, no entendimento da defesa do Flamengo, que o clube não pode se responsabilizar pela violência nos arredores e no estádio.

A morte de Kevin em Oruro – A morte de Kevin Espada, na Libertadores de 2013, na partida entre San José e Corinthians, em Oruro, será um dos exemplos citados pela defesa rubro-negra como casos mais graves com punição mais branda. Na ocasião, a primeira pena anunciada pela Conmebol era pela proibição de público em todos jogos corintianos na competição internacional naquele ano. A decisão, posteriormente, foi reformada.

O time paulista terminou cumprindo apenas um jogo de punição – que teve quatro torcedores, que conseguiram liminar na Justiça para apoiar o Corinthians do estádio – e a punição terminou sendo de multa (US$ 200 mil), além de jogar sem torcida nas partidas fora de casa por 18 meses.

Sem prejuízo ao espetáculo – Apesar de invasões à praça esportiva (no caso, o Maracanã, com portões derrubados e vandalismo dentro do estádio) e outros casos de desordem, o Rubro-Negro vai defender que os incidentes mais graves foram do lado de fora do estádio, onde a responsabilidade é do Estado, da Polícia Militar. Ou seja, do governo estadual.

Além disso, o jurídico do clube vai lembrar que não houve prejuízo ao espetáculo – seja em ferimento a jogadores, dirigentes ou atraso do jogo, que comprometessem a final ou a participação de patrocinadores.

Reprodução: Globo Esporte

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  • Excelente ponto de vista.

    O efetivo policial foi menor e desorganizado naquela partida contra o Botafogo tb, mas preferem culpar o time referente à camisa usada pelo agressor.

    No carnaval o efetivo da polícia não deu conta de garantir a ordem também, todavia a culpa é do carnaval e dessa baderna que essas pessoas bêbadas causam.

    Mas o contingente reduzido não seria também culpa desses policiais atrevidos? Que arriscam suas vidas com material defasado e inoperante, recebendo salário de fome, sem apoio psicológico ou mesmo médico decente, não seria culpa deles?

    É…
    Tenham certeza que a punição vai ser mantida.

    Assim como serão mantidas as viagens com dinheiro público, a farra de gastos pessoais e egoístas com verba coletiva, a circulação de dinheiro ilícito por parte daqueles que deveriam evitar tais atos, o desvio descarado de dinheiro que deveria ser investido pra evitar os problemas dos quais estamos falando…

    Avisa aí pro repórter da Fox que tem muito mais coisa acontecendo no Rio de janeiro e no mundo do que se pode atribuir a um clube de futebol…

    Só falta acordar, senhores!!

    • Se reduzir pra uma partida esta otimo, que e o que eu acho q vai ocorrer.

      Existem muitos atenuantes.

  • E como a defesa vai responder se perguntarem ” como sabemos que não acontecerá novamente”

    • Imagino que aproveitariam a menção da intervenção e diriam que haverá reforço na segurança, permitindo assim que os jogos aconteçam com menor chance de que um acontecimento desse se repita.

  • Tomara e esse time que o carpa montou pode ate dar errado, mas pelo menos tem coragem, o que andava em falta por aqui

  • Flamengo precisa desenvolver esse poderio sul-americano se quiser ser grande por aqui. Não é bandidagem. É política. Boa medida do clube.

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