Eu, normalmente, esperaria o resultado do jogo do Flamengo na semifinal da Copa do Brasil para escrever a minha coluna. Entretanto, tive que escrever antes na terça-feira de noite. Portanto, o resultado do jogo deve afetar a maneira pela qual o leitor recebe a coluna.
Tendo introduzido o cenário, vamos ao tópico: O que devemos esperar da nova gestão do Flamengo. Na coluna, eu também não vou comentar para quem vai o meu suporte.
Não há como escrever a expectativa sobre a nova gestão sem analisar a gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Vou repetir aqui o que mencionei em colunas passadas: Eduardo Bandeira de Mello foi o presidente mais importante das últimas três décadas no flamengo, talvez quatro. Isso não exclui todas as mazelas e erros da gestão, cujo os detalhes serão explorados abaixo.
A importância da gestão EBM baseia-se em dois pontos: o saneamento da parte financeira e a possibilidade do sucessor começar um projeto de longo prazo dada a melhoria da infraestrutura do clube. Esses dois fatores são inéditos no Flamengo no final de qualquer gestão.
Os grandes problemas estão relacionados com a gestão do futebol nos últimos três anos, quando suspeitas e acusações afloraram no departamento de futebol, especialmente relacionado com a passividade do time e falta de competitividade. Outra crítica da qual eu sempre concordei foram os erros de contratações, desequilíbrio do time e falta de jogadores em posições chaves, enquanto em outros setores do time havia jogadores em excesso. Apesar da torcida externar descontentamento a respeito da falta de cobrança, baseada na atitude aparentemente não competitiva do time e entrevistas desastrosas dos líderes do time, não há como saber se o time foi ou não cobrado nos bastidores. Sabemos apenas que, através de entrevistas desastrosas, o EBM fez parecer que jogadores e membros da comissão técnica eram protegidos.
As críticas poderiam ser dissecadas por muitas páginas, mas acredito que o leitor está ciente dos problemas.
Diante do quadro acima, o que eu espero da próxima gestão:
1 – Governança Corporativa – Que o departamento de futebol seja conduzido como uma empresa, mas não apenas pela parte financeira, mas que os objetivos sejam primeiramente baseados em resultados esportivos. A parte financeira é apenas uma restrição rotineira de qualquer empresa. Apesar de não achar possível dada as restrições estatutárias o departamento de futebol deve estar organizado o suficiente para um teórico lançamento de ações no mercado. Lançar ou não ações é uma decisão, a organização é obrigatória.
2 – Estratégia Aplicada – Que o centro de inteligência e mercado seja TOTALMENTE reestruturado. Não sabendo exatamente o que acontece por dentro do flamengo, esse departamento para mim é o de pior performance. Contratações péssimas, elenco desequilibrado, e jogadores repetindo falhas em quase todos jogos.
3 – Governança Esportiva – Os times da base e o time profissional têm que ser geridos por um indivíduo capaz de orientar todas categorias do clube na parte esportiva e tática. A categoria diretamente abaixo da categoria profissional precisa ter pelo menos 3 jogadores por posição. Sendo assim, o time principal precisa ter basicamente composto por jogadores da base. Um ponto adicional seria a manutenção das grandes revelações até os 23 ou 24 anos. Para que isso aconteça a finança do clube tem que melhorar ainda mais.
4 – Gestão Financeira – O departamento de futebol não pode ter restrições para contratações no começo da temporada. Atualmente o Flamengo tem um problema de fluxo de caixa no final e começo do ano, razão pela qual as grandes contratações do flamengo ocorrem durante a temporada. Lucros devem ser confrontados com os resultados esportivos, e desde que não produza prejuízos lucros podem ser reduzidos. O departamento de futebol tem que ter performance financeira capaz de ser competitivo no mercado de ações;
5 – Estádio – Ao final da primeira gestão o Flamengo precisa ter um estádio sendo encaminhado. Eu escrevi uma coluna imensa sobre estádio, que pode ser lida aqui.
Sinceramente, espero que essa próxima gestão dê sequência ao trabalho realizado pela atual. O Flamengo suportou heroicamente suas forças opositoras: o PT, o Futebol Paulista, a CBF, a FERJ, o PROCON do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a ESPN, a Fox Sports, a arbitrária concessão do Maracanã, a Lagardere… Foram muitos os ataques à luta de Eduardo Bandeira de Melo para resgatar a credibilidade e o brio flamenguista nesse período de sua gestão. E graças ao nosso santíssimo São Judas Tadeu, ele obteve sucesso! Entregará ao seu sucessor um Flamengo incomensuravelmente mais fortalecido em relação ao de quando assumiu sua Presidência… Vida longa à Eduardo Bandeira de Melo! Obrigado por tudo! SRN
Landim neles…/2019.
tb espero q o proximo de continuidade a gestao financeira do EBM. sem dinheiro, sem chance de titulos. hj pelo menos podemos reclamar