Após 2018 difícil e desistência do Barcelona, Rodrigo Caio comemora confiança: “É como se eu já tivesse jogado minha carreira inteira no Flamengo”

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Por: Carla Araújo

Reforço do Flamengo para a temporada, Rodrigo Caio chegou no início do ano para suprir a saída de Réver para o Atlético Mineiro. Primeira contratação de 2019, o zagueiro de 25 anos veio do São Paulo para ser titular no elenco rubro-negro. O novo camisa 3 já chegou mostrando para o que veio: atuou em nove das dez partidas no ano, sendo o que mais entrou em campo até o momento. Com direito a gol e cada vez mais confiança de Abel Braga, o jogador vem se adaptando ao clube após jogar desde a base no tricolor paulista.

Na última quarta-feira, Rodrigo conversou com exclusividade com a reportagem do Coluna do Flamengo. O local escolhido foi o Fla Memória, dentro da sede da Gávea, onde tem exposta uma camisa autografada doada pelo zagueiro e usada por ele na última Florida Cup. No papo descontraído, o jogador falou sobre alguns assuntos, dentre eles: volta por cima após um 2018 difícil no São Paulo; negociação frustrada com o Barcelona; e a chegada ao Rubro-Negro. Confira abaixo alguns trechos da entrevista.

A CHEGADA AO FLAMENGO:
Foi uma passagem muito extensa no São Paulo, comecei com 12 anos. Mas, quando cheguei ao Flamengo, me senti totalmente em casa. A recepção, principalmente do grupo, foi muito especial. A torcida também dá um carinho muito grande. Hoje me sinto muito bem e totalmente adaptado, como se eu já tivesse jogado minha carreira inteira no Flamengo. Espero que seja daqui para melhor, com muitas alegrias pra torcida e para o clube. Tenho certeza que estamos no caminho certo pra isso.

Rodrigo Caio foi o primeiro reforço anunciado pelo Flamengo para 2019 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

VOLTA POR CIMA APÓS ANO DIFÍCIL:
Foi uma dificuldade muito grande. Eu já tive algumas lesões, mas essa foi num momento especial na minha carreira, porque eu já vinha disputando uma vaga pra Copa do Mundo. Pra mim, foi um baque muito forte, mas procurei focar totalmente em me recuperar e ficar 100%. Acredito que, quando a gente se machuca, acaba tendo muita dificuldade pra voltar. Mas, na minha cabeça, eu sabia que no momento em que eu estivesse sem dores, ia voltar a fazer o que eu amava, que era jogar futebol. O mais importante naquele momento era focar na minha recuperação. Graças a Deus, consegui voltar sem restrição nenhuma. Hoje, em 2019, posso jogar, mostrar meu potencial em um clube diferente e mostrar a minha história. Então, estou muito feliz mesmo. Espero que esse ano seja muito iluminado, não só pra mim, mas pro clube e pra todos os jogadores do Flamengo.

NEGOCIAÇÃO FRUSTRADA COM O BARCELONA:
Acho que todo jogador sonha em jogar no Barcelona, em um grande clube da Europa. Naquele momento, foi uma grande oportunidade que apareceu, por ser uma janela que não tem tanta contratação, é mais reposição. Seriam seis meses de empréstimo e eu fiquei bastante motivado, porque sabia que dependia somente de mim: chegar lá e fazer meu trabalho, mostrar que eu tinha condições de ficar muitos anos no Barcelona. Mas, aconteceu de eu fazer os exames e o treinador optar por outro jogador que já estava lá. Minha cabeça ficou tranquila sabendo que iam aparecer coisas boas pra mim. E, quando apareceu o Flamengo, fiquei muito feliz. É um clube gigantesco, um lugar onde todo jogador tem esse sonho de jogar. Acho que isso é natural pela grandeza, pela torcida que tem e por tudo que representa no cenário nacional e mundial. Hoje, não me arrependo de nada, pelo contrário. Estou muito motivado aqui.

CONFIANÇA DE ABEL BRAGA:
Pra mim, é um prazer trabalhar com o Abel pela pessoa que ele é. Nunca tinha trabalhado com ele, mas já trabalhei com muitos jogadores que sim. Todos falam muito bem do caráter e do grande profissional que o Abel é. O mais importante que ele procura demonstrar, principalmente nos treinamentos, é a justiça. Quem estiver melhor, vai jogar. Então, o que eu preciso fazer é trabalhar forte e me dedicar dia a dia nos treinamentos pra conseguir minha posição. Fico feliz de estar jogando todos os jogos e mostrando meu potencial dentro de campo. Eu sou um jogador fominha, gosto de estar jogando todos os jogos. Sempre fui assim, desde moleque. Mas, claro, sempre respeitando a decisão do treinador.

ZAGUEIRO-ARTILHEIRO?
Na base eu fazia muitos gols, principalmente de cabeça. Quando cheguei no profissional, diminuiu. Mas, sou uma pessoa que se cobra muito. O meu ponto forte é a bola parada. Não sou tão alto, mas tenho bom tempo de bola. Então, quando subi pro profissional, sempre me cobrava para fazer gols. Desde o primeiro jogo (do Fla), tive algumas oportunidades e a bola não estava entrando. Eu até brincava no treinamento com os goleiros que parecia que a minha bola estava com GPS. Quando eu cabeceava, o goleiro estava lá pra encaixar. Estava bravo comigo mesmo. Aí o gol aconteceu no jogo contra o Boavista. O Gabriel (Barbosa) ainda tentou roubar meu gol. Estava tão difícil e ele ainda quis roubar (risos). Mas, graças a Deus, saiu. Acho que a maior emoção do jogador é quando faz um gol. Claro que minha função, primeiramente, é defender, mas quando a gente pode fazer um gol e ajudar a equipe, a gente fica feliz também.

Rodrigo Caio marcou seu primeiro gol pelo Flamengo no triunfo por 3 a 1 sobre o Boavista (Foto: Thiago Ribeiro)

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