FOTO: ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
Por: Higor Neves, Marvin Machado e Venê Casagrande
O Flamengo tem apenas 12 jogos disputados na atual temporada. Entretanto, a equipe parece sentir fisicamente o peso dos duelos em sequência, mesmo com as constantes alterações de jogadores. Isso porque, até então, sete atletas já sofreram lesões ligadas a questões musculares neste início de ano, além de outros que já alegaram dores ao longo de partida, mas não tiveram problemas mais sérios. Em comparação com o ano de 2018, o número se torna ainda mais alarmante, se relembrarmos que, nos três primeiros meses, apenas Willian Arão teve lesão muscular, ocorrida durante jogo treino contra o Bonsucesso, disputado no dia 02 de fevereiro.
Em 2019, Berrío é quem lidera o ranking nada desejado. O atacante colombiano sofreu duas lesões no curto período. Uma delas foi na parte posterior da coxa direita, logo após o jogo contra o Ajax, pela estreia na Florida Cup. A mais recente delas foi na coxa esquerda, classificada como de “grau dois”, que deixa o atleta fora de ação por mais de um mês.
Outro caso mais sério foi o do atacante Lincoln. Pouco depois de retornar da seleção brasileira sub-20, o jovem sentiu dores durante treino e seu diagnóstico apontou uma lesão grave na coxa esquerda, com período de recuperação estimado em 70 dias. O Flamengo alega que o jogador já chegou lesionado após a disputa do Sul-Americano com a Seleção, e não foi comunicado pela CBF sobre o ocorrido.
CONFIRA A LISTA COMPLETA DE JOGADORES COM PROBLEMAS MUSCULARES
Berrío (3 jogos) – lesões musculares nas duas coxas
Lincoln (0 jogos) – lesão na coxa esquerda
Vitinho (11 jogos) – lesão na coxa esquerda
Rhodolfo (6 jogos) – lesão na panturrilha esquerda
Rafael Santos (0 jogos) – lesão na posterior da coxa esquerda
*Atletas como Everton Ribeiro, Thuler, Thiago Santos e Uribe também passaram por problemas físicos, mas por motivos distintos dos jogadores citados acima.
**Jogos com base na temporada de 2019.
EM 2019, A ESTRUTURA DO CEP-FLA SOFREU MUDANÇAS
Nos anos anteriores, o Flamengo contava com mais pessoas encarregadas do serviço de análise e preparação física dos jogadores. Uma das mais notáveis é a ausência de um coordenador científico. Antes, a função era desempenhada por Daniel Gonçalves, mas agora está vaga. Outro nome importante no ano anterior foi Diogo Linhares, preparador físico que foi para o Kashima Reysol, do Japão, e deu lugar a Alexandre Sanz, que já havia trabalhado no Flamengo em 2009. Antes do retorno ao Rubro-Negro, o profissional não estava trabalhando em clube e atuava com treinamentos funcionais na praia.
O coordenador científico é responsável por sistematizar uma comunicação mais efetiva entre as principais áreas da ciência do futebol – fisiologia, fisioterapia, psicologia e nutrição. O profissional também atua no controle de carga, que consiste em criar mecanismos para abordagens mais complexas na preparação dos atletas, envolvendo treinamento mental, físico e cognitivo. Dessa forma, consegue-se uma interação entre as áreas, permitindo um maior fluxo de informações entre a comissão técnica.
Se a mudança pesou neste quesito ou não, fato é que, até esta época da última temporada, apenas três jogadores haviam passado pelo departamento médico do Fla. Em 2016, a quantidade foi a mesma de 2018. Em período mais recente, o 2017 foi o único ano em que o número se aproximou da temporada atual, chegando a seis atletas com passagem pelo DM até o mês de março, um a menos da quantidade apontada em 2019.
ESTILO DE TREINOS APLICADO ATUALMENTE DIVERGE DOS ANOS ANTERIORES
Nos últimos anos, o Flamengo vinha realizando um trabalho atrelando os dados e informações de diversas áreas para determinar os treinamentos da equipe de futebol. Agora, porém, as atividades comandadas por Abel Braga têm ocupado uma maior parte de tempo e, além disso, o desgaste físico dos atletas tem se acentuado, o que se passa também pela duração dos treinos.
Exemplo disso aconteceu no último treino antes de encarar a equipe do Vasco. Na sexta-feira (08), o Flamengo projetou um trabalho focado em jogadas de bolas paradas, com duração entre 30 e 40 minutos, visando uma menor exigência física aos atletas e, consequentemente, desgaste reduzido antes da partida. Entretanto, ao comandar as atividades, Abel treinou movimentação defensiva, treino de ataque – semelhante ao coletivo – por 40 minutos, para depois ir ao que havia sido planejado. Com isso, o tempo de trabalho que foi planejado acabou tendo duração triplicada.
O QUE O FLAMENGO DIZ?
A reportagem procurou o Flamengo para entender o porquê do aumento no número de lesões se comparados às temporadas anteriores. Márcio Tannure, responsável pelo departamento médico do clube, respondeu. Veja abaixo:
O que explica esse aumento de contusões no elenco?
Comparando com os últimos anos, realmente o número de lesões aumentou, embora não seja nada fora da média no futebol brasileiro. A ausência do CT dificulta o trabalho de prevenção e recuperação. Mas estamos debatendo internamente, sempre com o objetivo de ter todos os atletas à disposição para atuar.
Teve mudança de metodologia?
Esse é um assunto que é debatido internamente. O protocolo que é seguido é debatido pela comissão.
A saída de Daniel Gonçalves, que não teve reposição, e a mudança na preparação física (saiu Diogo e entrou Sanz) influenciou?
A mudança de pessoas não se comenta. Isso é debatido internamente.
11 Comentários
E esse cara que dizia q. iria fazer tudo q o bandeira não fez , só se for das coisas ruins que o bandeira não fez, tomara q conserve o patrimonio que o bandeira fez
Nada se comenta ? Parece político respondendo
Torci mto por essa nova diretoria, tb queria mudanças, mais mexer onde tava legal e conseguir piorar… aí é d mais. Acorda Landim
E dizia que o problema era o Bandeira!!! Nada de profissionalismo desta nova diretoria, só amadorismo. Ao invés de avançar, retrocedeu…
Olha aí os vacilos da atual gestão aparecendo de forma gritante.
Método antigo nada profissional… Aos criticos do Bandeira fica a comparação
Verdade, neste caso, tem de se repensar esse CEP.
Pau no cu do Bandeira
Não é porque a a diretoria atual tem falhas que a do Bandeira era ótima. Ao invés de ser torcedor de dirigente seja torcedor do Flamengo e não passe pano para ninguém.
O que o Banana de Mello tem com isso? Vc torce pro Banana ou pro Flamengo? É cada ignorante!
Ta comparando uma gestão que acertou a mão em relação a contusão na 6ª temporada com uma gestão que esta aprendendo a lidar com essa situação em sua 1ª temporada.
Tem que haver comparação sim, e tirar o melhor dos bons profissionais que Bandeira de Mello recrutou e melhorou algumas áreas, o que estava precisando de mudar era a diretoria e não os bons profissionais. Olha a qualidade do time hj, e ainda precisa de dois laterais direitos