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O Flamengo já teve muitos ídolos ao longo de sua história. Um deles, bastante folclórico, concedeu entrevista ao canal Pilhado, no Youtube. Trata-se de Obina, que foi campeão da Copa do Brasil de 2006, fazendo gol em cima do Vasco na final, e do Campeonato Carioca em 2007, 2008 e 2009. O ex-centroavante contou uma história curiosa de sua passagem pela Gávea.
Ao jornalista Thiago Asmar, Obina revelou que sofria bastante quando tinha que fazer a medição de sua porcentagem de gordura corporal. O ex-jogador, inclusive, disse que sequer conseguia dormir durante a noite, pois ficava bastante nervoso com o exame, o que fez ele começar a pensar em uma estratégia inusitada para se livrar da sua real medida de gordura.
— No Flamengo, Ave Maria, o que eu sofria… Todo jogo que perdia o Obina estava gordo, mas quando ganhava estava bem demais. Eu dizia: ‘meu Deus, o que eu vou fazer?’. Eu não dormia no dia de medir percentual de gordura. Chego até suar quando falo sobre isso, é sério. Quando eu estava lá, comecei a perceber que aquele pegador do percentual, aquele grampinho, deslizava. Eu passava um óleozinho na barriga e ia -, contou o ex-jogador.
De forma bastante bem humorada, o ex-jogador brincou com as medições de companheiros de equipe da época se comparadas com as dele. Obina revelou a conversa que tinha com o doutor Paulo, que era o responsável por realizar este tipo de exame nos jogadores do Flamengo.
— Imagina, ia tirar o de Léo Moura, dava 2 ou 3%, ia no Kleberson, era 5 ou 6%, pegava no meu e dava 15/12%. Tá errado, tem coisa errada aí (risos). Eu passava o óleo e chegava grandão. O cara pegava o de todo mundo e eu ficava escondido, vou deixar pra ser o último. Tinha gente, como o Ibson, o Toró, que falavam assim: ‘Obina, estão te chamando’. O pessoal do vestiário parava para ver. Eu dizia: ‘Velho, não sou eu não, é outro aí. Os caras estão na fila’, os caras cediam o lugar: ‘Vai, pô. É você’ -, revelou Obina, que concluiu.
— O doutor percebia (que passava óleo na barriga). Ele vinha com maior carinho comigo, era impressionante. Ele ficava me alisando aqui (pega na barriga), eu dizia: ‘Você está me marcando já. Está doendo minha barriga de tanto que fica me apertando’, ele respondia: ‘Não, é que eu estou procurando a melhor posição aqui’, eu: ‘para dar mais???”. Ele: ‘É que está escorregando’, eu: ‘Não está nada. Pega aí’. Aquele negócio descia e voltava, eu disse: ‘E aí, Doutor?’, ele: ‘Pega uma toalha lá, tem que passar na sua barriga, tá suado demais’.
Obina realizou 182 jogos com a camisa do Flamengo e marcou 47 gols. Desses, muitos decisivos. Em 2005, o ex-jogador fez o tento, nos acréscimos do segundo tempo, que livrou o Rubro-Negro do rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano. Após balançar a rede na final da Copa do Brasil de 2006, em cima do rival Vasco, a Nação deu início ao canto característico em homenagem ao atleta: “Oh, Obina é melhor que Eto’o“, em referência ao atacante camaronês Samuel Eto’o.