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No último domingo (20), o Flamengo venceu o Bahia por 4 a 3, no Maracanã, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. A vitória heroica do Rubro-Negro foi inibida pelo ato de injúria racial denunciado por Gerson no fim da partida. De acordo com o volante do Fla, o colombiano Indio Ramirez proferiu palavras racistas na disputa de uma jogada. Nesta terça-feira (22), o presidente Guilherme Bellintani disse não ter dúvidas sobre a acusação, mas pondera o direito ao contraditório.
Em entrevista ao Globo Esporte, da Bahia, Guilherme Bellintani detalhou a postura do clube após a acusação de Gerson, e reforçou a necessidade de acreditar na palavra da vítima. O presidente do time baiano aponta, no entanto, que o direito ao contraditório deve ser mantido até as últimas circunstâncias.
– Primeiro nós temos que concluir as investigações, entender os fatos e dar valor a voz da vítima. Eu não tenho dúvida nenhuma de que Gerson ouviu aquilo que ele disse que ouviu. A dúvida é se o Ramirez falou aquilo, é isso que estamos investigando. Eu tenho certeza que o Gerson não mentiria, ele não ganha nada com isso. A voz da vítima é algo muito preponderante e muito relevante em circunstância desse tipo. Mesmo que ninguém mais tenha ouvido e não tenha sido captado por alguma câmera, eu jamais duvidarei da palavra da vítima – completou:
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– O que estamos investigando é ser o Ramirez de fato falou aquilo porque ele pode ter falado outra coisa e não ter sido compreendido por Gerson, ainda mais por se tratar de alguém que está no Brasil há pouco mais de um mês. Repito: A investigação é dura e firme. O assunto é muito sério, a denúncia é muito grave, mas o direito ao contraditório tem que ser mantido até as últimas circunstâncias.
Ao ser questionado sobre as possíveis medidas aplicadas pelo Bahia caso a acusação seja confirmada, Guilherme Bellintani relembrou a postura social adotada pelo clube nos últimos anos.
– O Bahia é precursor da política antirracista no futebol brasileiro, é o clube que mais faz isso. Quis o destino que o um dos clubes mais antirracista tivesse uma denúncia desta dimensão no seu elenco. Para nós, está muito claro que temos que avançar muito mais. Para mim, a minha cabeça está firme de que poderíamos ter feito mais e que temos muito mais o que fazer. Aqui não é só definir o futuro de Indio Ramirez no clube ou no futebol brasileiro, é muito mais do que isso. É usar casos como esse, confirmados ou não, para mostrar que o racismo no futebol brasileiro é algo recorrente, é algo permanente e que vai demorar décadas para superar. O Bahia tem a missão nessa história de seguir o trabalho que tem sido feito e, talvez agora, com mais responsabilidade ainda, ampliando tudo o que fizemos nos últimos três anos.