Preparador mental de atletas de elite, Lincoln Nunes comenta a evolução de mentalidade e comportamento de Portaluppi
FOTO: ALEXANDRE VIDAL/ FLAMENGO
Renato Portaluppi, Renato Gaúcho para os mais íntimos, é o treinador com maior número de vitórias da Copa Libertadores: 50 triunfos. O técnico configura um seleto grupo junto aos “profes” Gabriel Uribe, com 49, e Luis Alberto Cubilla, com 46.
Renato chegou ao Flamengo logo após a saída conturbada de Rogério Ceni da Gávea. Desde então, o Rubro-negro tem atuado de forma semelhante ao ano áureo de 2019 com Jorge Jesus. Este, que até então, rivalizava com Portaluppi a alcunha de melhor treinador e equipe do Brasil, num piscar de olhos – dois anos depois – ficou na mesma posição do português: final da Copa Libertadores.
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Apesar dos resultados positivos, a versão “Renato 2.0” chama a atenção pela mudança de comportamento do treinador Dizem que ele está mais moderado, quando comparado aos comentários da época em que a rivalidade entre Grêmio e Flamengo estava a todo vapor: “Moderado, pensativo e até mesmo tático (elemento que tanto o criticam)”.
“Renato Gaúcho sempre foi agregador e gestor de grupo. Isso é um fator essencial que abrange a mentalidade e comportamento esportivo. Além disso, ele demonstra aos poucos no Flamengo a evolução no quesito tático, por mais que o Flamengo esteja lotado de estrelas, time nenhum joga sem comando técnico”, afirma Lincoln Nunes, treinador mental de atletas do futebol europeu e nacional.
Lincoln tem estudado o perfil mental de treinadores vencedores e procura um padrão que possa explicar qual seria o nível de performance perfeita e o equilíbrio entre gestão técnica e tática entre os jogadores e seus comandantes.
“O que o Renato tem se chama Increase Mentality ou, no bom e velho português, Mentalidade de crescimento. Esse é um fator que todo atleta e treinador precisa ter”, afirma. “É um estudo com base nas pesquisas da psicóloga Carol Dweck, em que, quando há chance de crescimento, a pessoa vai e melhora, sem exitar. Aqueles que não têm essa visão ficam na mentalidade fixa, ou seja, estagnados. Não existe evolução de performance e muito menos crença na possibilidade de se melhorar nesse estado”, detalha.
Elenco “cascudo” também ajuda
“A geração de 1985, composta por Diego Alves, Felipe Luis e Diego Ribas — que já se acertam para mais um ano de contrato — é composta por atletas que fazem bem ao clube no aspecto técnico e mental. Já passaram por diversas situações na carreira, sabem muito bem gerir o foco e ansiedade da equipe fora e dentro de campo. Isso é ótimo para que o trabalho do treinador saia como o esperado”, completa.
Outros fatores fora do futebol também contam para um trabalho excelente dentro das quatro linhas: financeiro ajustado e respaldo da diretoria. “Tudo isso, com mental e físico alinhados, os resultados são exponenciais”, finaliza.
Esse cara perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado. As vitórias do Renato só ocorrem quando joga no modo JJ, que como ele próprio disse quando estava no Grêmio “com esse elenco é fácil ganhar”. Ocorre que, ao contrário do que afirma a reportagem, o trabalho do treinador não está saindo como o esperado. Não há evolução tática, especialmente quando os titulares não estão jogando. O Renato não consegue escalar ou fazer a leitura do jogo. O time taticamente apresenta um comportamento desastroso e a ponta da tabela cada vez fica mais longe. A teimosia em escalar atletas que não rendem ou em não substituir os que estão mal, condena as pretensões do clube ao terceiro título brasileiro consecutivo. Uma pena. Vale ressalvar que a equipe reserva do Flamengo, se outro clube fosse, certamente estaria brigando por vaga no G4.