Goleiro foi destaque no triunfo do último domingo (29), pelo Brasileirão
Na vitória do Flamengo por 2 a 1 contra o Fluminense, no último domingo (29), em partida válida pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro, Hugo viveu um dia de redenção com o torcedor rubro-negro. O goleiro, que estava pressionado e vinha sendo alvo de muitas críticas, foi fundamental para o triunfo no clássico. Após boa performance dentro de campo, o arqueiro foi muito elogiado pelo narrador Luís Roberto, no programa “Bem, Amigos”, do canal Sportv, na noite da última segunda-feira (30).
— É impressionante como o Hugo saiu do nada para o céu e depois foi viver, de forma injusta, no purgatório. Não é possível que as pessoas não entendem que ali do outro lado tem um ser humano. O Hugo percebeu o momento e não quis se defender falando, mas sim trabalhando -, disse Luís.
— Tivemos um momento simbólico no final, quando os jogadores do Flamengo vão reverenciar o Hugo após a partida. É simbólico para o profissional e para o time, o Rubro-Negro precisa de um goleiro e o Santos está lesionado de uma maneira séria. Então, é tudo muito simbólico e bonito poder ver este final tocante. É uma história belíssima a que o Hugo construiu -, concluiu.
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Criado na base rubro-negra, Hugo teve sua ascensão muito rápida no clube. Em 2020, com um surto de Covid-2019 que se instaurou no elenco, o arqueiro foi titular no jogo contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão. Teve uma excelente atuação, fazendo grandes defesas e ajudando o Fla a sair com um empate por 1 a 1. Mesmo com esse feito, o goleiro não conseguiu se firmar e configurou por muito tempo o banco de reservas.
Já nessa temporada, com a chegada de Paulo Sousa e em meio aos desfalques na posição, Hugo assumiu a titularidade. Mesmo com falhas recentes, o goleiro foi bancado pelo treinador e, no clássico do último domingo (29), pelo Brasileirão, o atleta, de criticado, acabou o jogo sendo ovacionado pelo torcedor rubro-negro. Ao todo, o arqueiro fez cinco defesas importantes, sendo três delas em finalizações de dentro da grande área.
Com Hugo buscando retornar a confiança do torcedor, a equipe já foca em seu próximo compromisso. No domingo (05), o Flamengo entra em campo contra o Fortaleza, às 16h (horário de Brasília), no Maracanã, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. O Fla é o oitavo na tabela, com 12 pontos. Já o time cearense, é o lanterna, somando dois.
O Brasil, mais que em outros tempos, vive uma era de tendência ao linchamento. Parece que a paixão pelo futebol se apequena face ao desejo de execrar o outro, de vê-lo degenerar, de vê-lo “se ferrar”. Os interesses do Flamengo recomendavam a preservação da traquilidade do Hugo, a compreensão de que todo ser humano e, portanto, todos os jogadores, vivem momentos de baixo desempenho, de queda de rendimento. Nenhum ser humano opera como máquina. Todos nós sabíamos que Hugo será um grande goleiro, provavelmente melhor que os que são atualmente convocados pelo Tite. Que sentido, então, podemos atribuir às vaias que partiram da torcida do Flamengo contra Hugo? Só posso compreender se o motivo inconfessável dessas vaias for o desejo de conspirar contra o sucesso do outro, daquele que teve a sorte de poder ser diferente de um homem comum que somos. A paixão pelo Flamengo nada tem a ver com esse tipo de apulpo. O sentimento de inveja talvez explique. Não tenho certeza. Para mim, essa falta de racionalidade que tentam justificar como sendo produto do acirramento das paixões não faz sentido. Posso sentir a paixão de torcer pelo Flamengo e, ao mesmo tempo, se racional, incentivando um jogador de meu time que esteja vivendo uma fase ruim, para ajudá-lo a superar esse momento negativo, em vez de contribuir para aprofundar ainda mais as suas dificuldades e, em última análise, prejudicando o desempenho do time para que torço.
Onde assino, colega Darcy?