Portugueses que assumiram o Flamengo em início de temporada passam por problemas semelhantes na tentativa de implementar ideias
O Flamengo vem conquistando diversos títulos desde 2019. Entretanto, um fato curioso é que, desde o início da gestão Rodolfo Landim, grande parte do sucesso esportivo do Rubro-Negro se deu com trabalhos iniciados no meio da temporada. Após perder a Supercopa, o Mundial e sair em desvantagem na Recopa, Vítor Pereira vive momento delicado no comando do clube carioca. Com isso, o técnico português caminha na mesma direção do compatriota Paulo Sousa.
Paulo Sousa assumiu o comando do Flamengo no início de 2022, e assim como Vítor Pereira, se deparou com um elenco montado que precisa se ajustar as novas ideias. Entretanto, o português atual não tem conseguido colocar em prática suas ideias e cultiva pior aproveitamento que o compatriota anterior nos primeiros dez jogos.
APROVEITAMENTO QUE ENGANA:
Após dez jogos em 2023, o Flamengo obteve cinco vitórias e um empate. Com isso, Vítor Pereira soma um total de seis vitórias, um empate e três derrotas, com um aproveitamento de 63,3%. Sob o mesmo recorte, Paulo Sousa teve sete vitórias, dois empates e uma derrota, com 76,6%.
Embalado pela campanha no Campeonato Carioca, os números enganam. Comparando o aproveitamento do Flamengo de Vítor Pereira com o de todos os técnicos da era Rodolfo Landim, presidente que assumiu o clube em 2019, trabalho do atual português supera, no início, até mesmo o do treinador Jorge Jesus, que obteve 60% dos pontos na primeira dezena jogos.
Dos oito treinadores da gestão Landim, apenas Abel Braga, Vítor Pereira e Paulo Sousa começaram os trabalhos no início de temporada. Ou seja, o aproveitamento foi construído basicamente em duelos válidos pelo Estadual, com algumas exceções de compromissos com Palmeiras, na Supercopa do Brasil e, no caso de Vítor Pereira, o Mundial.
Após a saída de Jesus, Domènec Torrent com 56,6% de aproveitamento, com cinco vitórias, dois empates e três derrotas, que culminaram com demissão após as oitavas de final da Libertadores. Veio Rogério Ceni, que começou com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas (53,3%), ficou até o fim da temporada 2020, e levou o Brasileirão em meio à pandemia. Mesmo assim, não emplacou a temporada 2021.
Foi substituído por Renato Gaúcho, que começou avassalador. No meio do ano, teve impressionantes nove vitórias e apenas uma derrota, com 90% de aproveitamento, e terminou a temporada com queda de desempenho, e sem nenhum título, o que o fez chegar a um acordo com a diretoria para não seguir.
No eterno ciclo vicioso do Flamengo, veio Paulo Sousa, com métodos distintos ao dos treinadores brasileiros, e enfrentou dificuldades para implementar ideias junto ao elenco. E a cena se repete agora com Vítor Pereira. Quatro jogos, três derrotas e uma vitória, com aproveitamento de 25% em desempenho fora dos recortes do Estadual em 2023. Na hora que o rubro-negro tem sido mais exigido no começo de temporada, tem deixado a desejar.