Os times do Rio de Janeiro começaram bem o Brasileirão
O Campeonato Brasileiro mal começou e já entrou para a história. Pela primeira vez, os quatro times do Rio de Janeiro venceram na rodada de abertura da competição. Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense largaram com o pé direito na disputa e já somam três pontos. Importante ressaltar: o Brasileirão acontece desde 1971, mas a situação não ocorreu nem nos torneios nacionais antecessores: a Taça Brasil e o Roberto Gomes Pedrosa.
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Além da dificuldade de ter os quatro grandes sempre na elite do futebol brasileiro, já que Vasco, Botafogo e Fluminense têm disputado, com frequência, as Série B e C nos últimos anos, não é comum o quarteto vencer em uma mesma rodada. Inédito em primeiras jornadas, as equipes do Rio de Janeiros não ganham juntas desde a 26a partida de 2018. O feito ocorreu em 24 de setembro daquele ano, ou seja, há 1.665 dias.
A RODADA DOS CARIOCAS
No Maracanã, o Flamengo venceu o Coritiba, no domingo (16), por 3 a 0. O gols do duelo foram marcados por Ayrton Lucas, Gabigol e Pedro. Pelo mesmo placar, o Fluminense, no sábado (15), superou o América-MG, no Estádio Independência, em Minas Gerais. Cano, John Kennedy e Lelê balançaram as redes. A equipe das Laranjeiras lidera o Brasileirão por ter menos cartões amarelos que o Mengão (três contra dois).
Também no sábado (15), Botafogo e Vasco entraram em campo. No Engenhão, o time de General Severiano fez 2 a 1 no São Paulo. Os tentos foram de Tiquinho Soares e Eduardo, para os mandantes. O argentino Calleri descontou do lado paulista. Já no Mineirão, a equipe de São Januário surpreendeu o Atlético-MG, no Mineirão, pelo mesmo placar. Andrey Santos e Gabriel Pec balançaram as redes para os cariocas, Maurício Lemos fez o de honra aos mineiros.
No meio de semana, os cariocas têm compromissos diferentes. Flamengo e Fluminense jogam pela Copa Libertadores da América. O Rubro-Negro pega o Ñublense (CHI), no Maracanã, na quarta-feira (19). Um dia antes, no mesmo estádio, o rival recebe o The Strongest (BOL). O Botafogo entra em campo pela Copa Sul-Americana, na quinta (20), contra o Cesar Vallejo (PER), no Engenhão. Já o Vasco, por ter vindo da Série B, não disputa competições internacionais em 2023.
Uma vez, acho que em 1982 ou 1983, Antônio Lopes era treinador do Vasco. O time, repleto de medalhões, jogava quando queria e como queria, o técnico, a princípio, só podia dar a escalação desejada pelos mesmos medalhões, que mandavam no time, ou seja, quem fosse da “panelinha” jogava, quem não fosse esquentava banco. Às vesperas da decisão do Carioca daquele ano, contra o Flamengo, Antônio Lopes, um ex-delegado de Polícia e disciplinador ao extremo, se cansou daquela situação e barrou todos os medalhões na concentração, a horas da grande decisão. Era um tiro no escuro. Se fosse campeão, se consagrava. Se não, seria massacrado pela diretoria e pela torcida. No final, foi campeão Carioca daquele ano, e se consagrou colocando a molecada pra jogar contra o Flamengo de Zico. O destaque da decisão foi Acácio, um jovem e grande goleiro vindo do Serrano de Petrópolis, mas que amargava uma reserva porque os treinadores de lá tinham medo de barrar Roberto Costa, um dos “medalhões” do time e que não vivia boa fase. Lopes colocou Acácio no fogo, e ele não decepcionou. Fechou o gol, foi uma das atuações mais espetaculares que já vi um goleiro ter, e justamente num jogo decisivo. Acácio, depois, foi titular do Vasco por quase 10 anos.
Porque conto essa história? Porque era o que deveria ter ocorrido no Flamengo há tempos, desde que os jogadores começaram a achar que eram capazes de ganhar tudo sem precisarem se esforçar, e começarem a “escolher” treinadores. Não tão radical, como Lopes foi, mas ir tirando do time e descartando quem estava mal, tecnicamente ou fisicamente, ou quem só queria estar lá dentro fofocando.
Cabe ao Sampaoli agora achar um lugar para os 3, BH27, Pedro e Gabigol. Em forma, não podem ser reservas. Cabe a ele tb fazer o time todo correr e marcar, como fazia o Flamengo do Mister. Alguns, já quase “trintões” em 2019, já estão 4 anos mais velhos e a molecada está pedindo passagem com Matheus França, Matheus Gonçalves, Vitor Hugo, Igor Jesus, etc… Quem estiver mal, tem que ir para o banco.
Rodrigo Caio não pode ser reserva no Flamengo, vendo o “medalhão” David Luiz entregar jogos de bandeja pros adversários. Na lateral direita, o melhor é agora entrar com Wesley, porque Matheuzinho está fora e o “medalhão” Varela nem deveria estar no Flamengo. Joga nada. E quem vai marcar num meio-campo repleto de virtuoses? Era o João Gomes, e agora é quem? Faço a mesma pergunta, quando o Arrascaeta voltar. Igor Jesus pede passagem.
Ou seja, está nas mãos do Sampaoli dar uma cara a esse time, organizar, motivar e fazer as mudanças necessárias. Jorge Jesus fez o que fez com um elenco inferior ao atual, que tinha Pará, Berrío, Hugo Moura, etc.. Parar de inventar, como fizeram Paulo Sousa, Jumentèc Dormente e Vítor Pereira, e optar pelo melhor, como fizeram o Mister e Dorival Jr. E acabar com a palhaçada de “medalhão” querer escolher treinador, como fizeram com Renato Gaúcho. E tb se espera do Sampaoli que identifique o falso rubronegro, o X-9,
como fez Jorge Jesus na sua época, que há tempos se infiltrou por lá e vive fazendo a festa dos antis.
O Flamengo, a Instituicão, e aí incluo toda a Nação Rubronegra de 43 milhões de “habitantes”, por sinal o maior patrimônio que o Flamengo tem, são muito mais importantes do que qualquer “medalhão”. Jogador um dia para de jogar futebol. O Clube não. Este sobrevive a tudo. É Eterno.