Dyogo Alves pegou um pênalti na final contra o Palmeiras
O Flamengo conquistou o bicampeonato brasileiro sub-20 nesta quinta-feira (07), com a vitória nos pênaltis sobre o Palmeiras, em Volta Redonda. O ano da primeira conquista foi marcante para um dos heróis da segunda taça, mas não por ter participado da campanha. Em 2019, Dyogo Alves viveu o momento mais difícil da vida, ao sobreviver no incêndio ocorrido no Centro de Treinamento Ninho do Urubu. Se a vida deu ‘segunda chance’ ao arqueiro, a oportunidade de entrar em campo diante do time paulista também foi inesperada.
Dyogo Alves foi reserva durante toda a campanha do Flamengo no Campeonato Brasileiro Sub-20. A chance ‘caiu no colo’ justamente na final, por conta da venda do antigo titular Kauã Santos para o Eintracht Frankfurt (ALE), na semana passada. Contra o Palmeiras, além de não levar gol no tempo normal, no empate em 0 a 0, o garoto do Ninho defendeu uma cobrança nas penalidades. Antes de virar herói rubro-negro, o arqueiro venceu duras batalhas na vida.
INCÊNDIO NO NINHO DO URUBU
O goleiro estava no alojamento do Centro de Treinamento Ninho do Urubu no dia 08 de fevereiro de 2019. Dyogo viu dez amigos falecerem, mas teve graves sequelas. Precisou ficar internado uma semana com queimaduras nas mãos e nas pernas, quando tinha 15 anos. Um atleta profissional fez o jovem até ‘mudar de nome’.
ALTERAÇÃO NO NOME
Até 2019, o herói desta quinta-feira (07) era conhecido como Francisco Dyogo. Porém, depois do incêndio, o jovem se aproximou de Diego Alves, titular do Flamengo naquele ano. Em homenagem ao ídolo, pediu para ser chamado de Dyogo Alves.
FUTURO PROMISSOR
Francisco Dyogo Bento Alves assinou contrato profissional com o Flamengo em 2020, com validade até o fim de 2024. O atleta chegou a ser inscrito para a Copa Libertadores da América no time de cima. O goleiro tem passagens pela Seleção Brasileira Sub-15 e chegou a treinar pela Amarelinha com os adultos, na época, comandados por Tite.
PRA SEMPRE POR VOCÊS
Após o título, Dyogo Alves relembrou dos amigos que partiram na tragédia do Ninho: Arthur Vinicius, Athila Paixão, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo, Pablo Henrique, Rykelmo de Souza Viana, Samuel Thomas e Vitor Isaías. A torcida do Flamengo canta sempre, no décimo minuto das partidas, que o time jogará “pra sempre” pelos jovens. O goleiro garantiu que as “dez estrelas que brilham no céu” estiveram na mente durante a defesa do pênalti.
— Faz pensar por eles. Todos queriam estar aqui e ter essa oportunidade. Sei que estão em um lugar melhor que a gente. Deus naquela hora não queria me levar, queria deixar para fazer história com a camisa do Mengão ou de outro clube — disse Dyogo, ainda no gramado do Estádio Raulino de Oliveira.
Que Deus abençoe o caminho desse garoto.
Sucesso