Cria do Flamengo, Vinicius Júnior inspirou elaboração de lei na Paraíba
As seguidas ofensas racistas contra Vinicius Júnior na Espanha inspiraram a criação de uma lei no Brasil. Nesta terça-feira (12), a Paraíba instituiu a ‘Lei Vini Jr’, motivada no cria do Flamengo. O objetivo é combater o racismo em eventos esportivos, com previsão até do encerramento de jogos nos casos em que a prática criminosa ocorra.
Segundo o Diário Oficial do Estado da Paraíba, a ‘Lei Vini Jr’ quer impor que os estádios e arenas esportivas virem espaços acolhedores para toda a comunidade. Dessa forma, com a promulgação, vira obrigatório a divulgação e realização de campanhas educativas de combate ao racismo. Além disso, é necessária a elaboração de políticas públicas voltadas para o atendimento às vítimas das condutas combatidas por esta Lei.
Por fim, a ‘Lei Vini Jr’ determina a interrupção da partida em andamento em caso de denúncia ou reconhecida a manifestação da conduta racista por qualquer presente. A novidade, ainda, garante que qualquer cidadão poderá informar para uma autoridade presente na praça esportiva a conduta racista que presenciar. Este, por outro lado, terá a obrigação de informar ao delegado do jogo.
RACISMO CONTRA VINI JR
Vinicius Júnior sofre com várias atitudes racistas nos gramados da Espanha. Porém, em dois, o atacante passou por situações mais assustadoras. Em um clássico da capital, torcedores do Atlético de Madrid (ESP) penduraram um boneco com a camisa de Vini Jr enforcado em uma ponte.
O garoto ex-Flamengo passou, também, por dificuldades extremas contra o Valência (ESP), quando até torcedores infantis imitaram macaco em direção a Vini Jr. Intimidado por jogadores do time adversário, o brasileiro acabou expulso de campo, gerando ainda mais revolta dos admiradores de Vinicius. Atualmente, o cria do Ninho é uma das principais ‘bandeiras’ contra o racismo no futebol mundial.
Ser chamado de macaco não é “privilégio” de Vinícius Jr, e nem isso é de hj. Na final da Libertadores de 1963, entre Santos e Boca Jrs. em Buenos Aires, Pelé foi “saudado” pela mulltidão com cantos de “macaquito del Brasil” durante todo o jogo. Depois, foi caçado em campo pelos argentinos, apanhou muito, mesmo assim deu uma assistência açucarada pra Coutinho empatar o jogo (estava 1×0 pros cucarachas) e, não satisfeito, depois de um drible humilhante no zagueiro deles, já dentro da área, fez o gol do título e comemorou muito, mas muito mesmo, nas barbas dos racistas que queriam até invadir o campo.
Pelé era meio zen em campo, sempre se impôs pela habilidade e pelo talento único, nunca foi capitão de qualquer time que jogou, e era muito difícil tirá-lo do sério, como aquele zagueiro uruguaio que está tonto até hj com a cotovelada que levou de Pelé. Quanto mais batiam nele, o elã do Rei do Futebol era o de desmoralizar o adversário com dribles e gols, rir deles e deixá-los a cada instante mais irritados e desestabilizados.
Vini Jr. deveria seguir esse exemplo em campo. Fora dele já é uma referência contra essa praga racista que assola o mundo, mas dentro de campo deve fazer como Pelé, não se irritar com pancada, com provocação, e jogar seu futebol, sorridente e sem medo. Nada como dribles desmoralizantes, gols e dancinha pra deixar esses racistas cada vez mais frustrados, fora de si e humilhados. Dentro de campo, a melhor “resposta” é essa. Fora de campo, processe todos eles! Se não se consegue conscientizar através do conhecimento e do humanitário, que seja arrancando deles gordas quantias. Quando dói (e muito) no bolso, acabam aprendendo na marra.
Força, Vini! Estamos todos com vc!