Em entrevista exclusiva com o Coluna do Fla, Chico da Costa falou sobre a expectativa de enfrentar o Flamengo novamente na Libertadores
Por: Mônica Alves e Pedro Paulo Catonho
Após uma vitória para cada lado na primeira fase, Flamengo e Bolívar (BOL) se reencontram nas oitavas de final da Libertadores. As equipes duelam nos dias 15 de agosto, no Maracanã, e 22 do mesmo mês, na altitude de La Paz. Para o artilheiro do time boliviano na competição, Chico da Costa, o fato de a segunda partida ser a 3.640 metros acima do nível do mar é o grande trunfo para a classificação às quartas. O jogador brasileiro conversou com exclusividade com a reportagem do Coluna do Fla.
Decidir o jogo em casa é sempre um diferencial em qualquer competição. Muito mais para a influência que a gente tem geograficamente dentro da competição, onde a gente sabe a dificuldade que existe de jogar na altitude. Mais do que nunca, o Bolívar hoje está preparado para tomar vantagem dessas condições. Então era um objetivo classificar. Como as coisas foram desenrolando, a gente sentiu que dava para se classificar em primeiro e fizemos um esforço muito grande para poder decidir em casa nas oitavas -, disse Chico.
REVANCHE?
No Grupo E da Libertadores, o Bolívar venceu em La Paz, por 2 a 1. Na ocasião, o técnico Tite optou por equipe mesclada, sem muitos titulares. No entanto, no Maracanã, o Flamengo ‘completo’ goleou por 4 a 0. Ao ser questionado sobre um possível clima de revanche no duelo das oitavas, Chico da Costa não escondeu que o confronto terá um “sabor diferente”.
— Para mim não tem, não ficou engasgado, não tem nenhuma revanche, só uma motivação diferente. Acho que Bolívar e Flamengo não é uma rivalidade, mas vai ter um sabor diferente, sim, vai ter um contexto diferente e eu tenho certeza que a gente vai estar melhor preparado -, acrescentou.
PRESENÇA GARANTIDA NO JOGO?
Por conta do bom desempenho na Libertadores, Chico da Costa tem chamado a atenção de outros clubes. Recentemente, o Grêmio sondou a situação do jogador. Além disso, nesta terça-feira (25), a imprensa paraguaia noticiou que o Cerro Porteño (PAR) negocia com o atleta. Portanto, caso seja vendido, o autor de cinco gols na Libertadores (empatado com Pedro, do Flamengo) será desfalque no mata-mata.
MAIS RESPOSTAS DE CHICO DA COSTA
Além de projetar os jogos contra o Flamengo nas oitavas da Libertadores, Chico da Costa relembrou os dois duelos da primeira fase. O atacante elogiou a atuação rubro-negra em La Paz, e também destacou o desempenho do Bolívar no Maracanã, mesmo com o 4 a 0 sofridos.
Por fim, Chico preferiu não se aprofundar sobre um possível inédito confronto de quartas de final com o rival. Afinal, quem passar de Flamengo e Bolívar encara o classificado de The Strongest (BOL) e Peñarol (URU). O atacante pregou respeito ao Rubro-Negro e disse que na Bolívia o hipotético clássico local ainda não é assunto. Veja as demais respostas do jogador brasileiro para o Coluna do Fla.
FLAMENGO 4×0 BOLÍVAR
“E falando do jogo do Maracanã contra o Flamengo, eu acho que o resultado sempre é uma maneira de analisar o jogo, mas não é tudo, às vezes é até pouco. A gente fez um bom jogo, essa verdade. A gente não perdeu a nossa identidade, a gente jogou como a gente queria jogar. E eu acho que dentro das nossas estratégias, tomar o gol cedo foi algo bem desmoralizante, que foi totalmente contra a mão do que a gente pensava”.
“Depois a gente teve que remar contra a maré, essa é a verdade, e as coisas acabaram não saindo, porque a gente entende o que representa o elenco do Flamengo hoje, com a qualidade que tem, no Maracanã. Mas era outra circunstância, obviamente, era um jogo onde a gente sabia que o resultado não tinha tanta importância”.
“Diferentemente do jogo do mata-mata agora que o resultado tem influencia diretamente na classificação então é emocionalmente vai ser tomado diferente para os dois lados, mas a gente entende a diferença e nós vamos estar bem melhor preparado, tenho certeza”.
BOLÍVAR 2×1 FLAMENGO
“No primeiro jogo, as pessoas não talvez não tenham noção, mas eu acho que o Flamengo fez um bom jogo em La Paz. É muito difícil jogar lá, o Flamengo se defendeu muito bem. É difícil falar de elenco completo quando é o Flamengo, porque eu sinto que todos os jogadores têm condição de jogar”.
“Às vezes, o treinador vai preferir um ou outro, mas todos têm condições parecidas, é um elenco muito parelho e entendo que vão tentar escolher os melhores para esse jogo, como a torcida ou a imprensa gosta de falar: com a força máxima”.
“Mas eu acho que isso não tem que ser uma preocupação para nós, nossa preocupação dentro de casa é com nós mesmos, se a gente estiver concentrado no bom dia e conseguir imprimir o nosso ritmo de jogo, é muito difícil as coisas não darem certo e é a expectativa que a gente tem”.
VAI SER ATAQUE CONTRA DEFESA NO MARACANÃ?
“A gente não vai descartar o fato de se defender porque as circunstâncias do jogo às vezes ela pede. Então, você tem que saber sofrer, tem que saber atacar, mas o nosso time não gosta de abdicar de jogar. Eu acho que se o Flamengo nos levar numa condição onde a gente tem que defender e a gente não conseguir imprimir o nosso ritmo, é muito válido saber se defender também”.
“Mas sempre a ideia é ter a bola, não se desfazer da bola, porque foi o que nos levou até essa instância. Então, em La Paz, obviamente, o nosso estilo de jogo é pressão, é sufoco, é a bola o campo rápido, mas no Maracanã nada nos impede de defender. Em certos momentos ou boa parte do jogo, mas não é a intenção. A intenção também é poder jogar”.
A BOLÍVIA JÁ SONHA COM UM POSSÍVEL BOLÍVAR X THE STRONGEST?
“Sobre um clássico nos quartas de final, é muito cedo. Os dois times têm o primeiro jogo a fazer e eu acho que dependendo da expectativa do primeiro jogo, pode começar a se falar num clássico em quartas de final, seria algo inédito”.
“É muito bonito para o país, mas ainda não tem essa especulação, está todo mundo pensando no primeiro confronto. E acho que dentro do elenco nosso trabalho realmente é pensar única e exclusivamente nos dois jogos (contra o Flamengo). E depois a gente vê o que acontece”.