Carente de reforços adequados há algumas temporadas, o Flamengo vem passando por poucas e boas em todos os setores do campo nos campeonatos que disputa. O improviso se tornou comum e alguns atletas sempre se desmembram em várias posições, seja pela excruciante falta de reforços e de elenco, ou pela mente nada compreensível de seus técnicos, incluindo o atual, senhor Jayme de Almeida.
A debilidade ficou evidente no jogo contra o Corinthians, no último domingo (27/04/14), quando Jayme de Almeida escalou o lateral André Santos para fazer a função de armador, de camisa 10. O fato é cômico, já que o próprio André Santos deixa por vezes de cumprir sua própria função – auxilia muito no ataque com bons cruzamentos, é verdade, mas peca de forma infantil na maior parte do jogo (ou quando seu fôlego acaba) na marcação lá atrás.
O lateral João Paulo bem que tenta, mas de alguma forma sempre é vaiado em campo. Suas atuações descem e sobem no conceito do torcedor rubro-negro, que não vê com segurança a lateral esquerda desde a saída de Juan – sim, aquele do Vitória! -, e observam a toda hora o mercado fazendo o trabalho sujo e buscando um bom lateral, já que, por esforços dos dirigentes e também da própria base, nada os empolga.
No ataque, reina a desconfiança. Alecsandro chegou derrubando todas as críticas, arrancou bons e importantes gols e começa muito bem a temporada, com 14 gols marcados. Ele supre a falta do ex-artilheiro Hernane, que se recupera de lesão e ainda é esperança na cabeça dos rubro-negros, que esperam uma temporada equivalente e até melhor do que a do ano passado, quando balançou 36 vezes as redes adversárias.
No meio, a saída de Elias deixou um buraco no Flamengo. O jogador era rápido, inteligente e decisivo e, apesar das contratações, seria difícil encontrar algum outro com este perfil. Marcio Araújo, experiente na meia cancha, foi o “escolhido” para tentar suprir a falta de um bom volante e jogar ao lado de Cáceres, mas, apesar de não ter um mau início, não lembra o que era Elias tecnicamente e no esquema tático do Flamengo como um todo.
Os outros setores do time ainda rendem. As redes são bem protegidas pelo titular Felipe, que conta com um excelente banco composto por Paulo Victor e César. A zaga fica a cargo de Wallace, que despontou na metade da última temporada e se tornou vital, assim como o jovem Samir, que é, sem dúvidas, uma das grandes criações do Flamengo nos últimos anos, e no banco ambos contam com a experiência e liderança de Chicão. A lateral direita se despede nesta temporada de Léo Moura, um bom lateral e ótimo capitão, conhecedor do time e da comissão, que prepara o pupilo Léo para sua sucessão, um jogador novo, talentoso, driblador e que corre muito.
BONS REFORÇOS:
Lucas Pratto
O atacante argentino de 25 anos do Velez Sarsfield pode ser uma ótima contratação, caso o clube consiga bancar. É rápido, finalizador, oportunista e trabalha bem em equipe. Um jogador de referência, um ótimo camisa 9.
Héctor Canteros
O meia também argentino de 24 anos já foi pretendido pelo clube, segundo especulações. É um jogador com as mesmas características de Elias e pode trabalhar muito bem na criação e finalização, pois é um bom batedor de faltas.
Lateral Esquerdo:
A posição de lateral esquerdo segue muito obscura. No mercado, há sim muitos que podem dar conta do recado, caso de Egídio, atual Cruzeiro e revelado no Flamengo, que fez uma boa campanha no ano passado com o time campeão, sendo titular na posição. Há também Bruno Cortêz, que teve uma boa passagem pelo São Paulo e hoje figura entre os jogadores do Criciúma. No próprio elenco rubro negro, existe a possibilidade de improvisar Everton, que é extremamente veloz e ágil, mas que se torna um risco por conta da marcação.
O problema não é dos maiores e pode ser resolvido com um bom olho nos campeonatos pelo Brasil e pelo mundo todo, com atenção especial e carinhosa para a América, berço natural de ótimos jogadores.
Fonte: Doentes por Futebol