Em tempos de preparação para Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, as atenções se voltam, justificadamente, para a quantidade de dinheiro público gasta com os eventos. Que tal lançar o mesmo olhar sobre o futebol? Neste sábado, começa a Série A do Campeonato Brasileiro. Difícil encontrar na história da competição uma edição tão “turbinada” por verbas públicas.
Dos 20 participantes, nove entrarão em campo tendo como patrocinadores principais bancos públicos. Corinthians, Flamengo, Coritiba, Vitória, Atlético-PR, Figueirense e Chapecoense são patrocinados pela Caixa Econômica Federal. Já Grêmio e Internacional têm como patrocinador master o Banrisul. Ao todo, os clubes recebem R$ 103 milhões por ano das empresas públicas.
O Corinthians, com R$ 31 milhões anuais, lidera o ranking dos patrocínios estatais. Depois vem o Flamengo, com R$ 25 milhões. Os menores valores são do Figueirense, que recebe R$ 1,75 milhão por temporada, e da Chapecoense, que leva R$ 1 milhão. O Banrisul gasta R$ 26 milhões por ano com os rivais gaúchos. Os dois patrocínios são idênticos: cada um leva R$ 13 milhões.
Outro detalhe chama atenção. Considerando que três times iniciam o torneio sem patrocinador principal – Santos, Sport e Palmeiras -, restam apenas oito que têm como principais financiadores empresas privadas. Dois deles têm, assim como os clubes apoiados por estatais, patrocínio de um banco. É o BMG, estampado nas camisas de Cruzeiro e Atlético-MG. Os demais são o Fluminense com a Unimed, o Goiás com a Philco, o Botafogo com a Guaraviton, o Bahia com a OAS, o São Paulo com a Semp Toshiba e o Criciúma com a Dotz.
Ou seja, são nove clubes com patrocinadores estatais e oito com financiamento privado.
O avanço da Caixa Econômica Federal inclui também a Série B. Na competição, Vasco, Avaí e Atlético-GO irão exibir a logomarca do banco. O ASA de Arapiraca, da Série C, também conseguiu patrocínio. Este último, no caso mais claro de influência política. O patrocínio foi negociado por interferência do senador Fernando Collor (PTB-AL).
Fonte: Blog do Mansur