Sem uma partida de futebol desde o final de 2015, quando recebeu o jogo festivo de Zico com ex-jogadores e artistas, o Maracanã deixou de ser o principal palco esportivo do Rio de Janeiro em 2016 para se tornar um grande palco de shows e outros eventos sem relação com a bola. Inicialmente, a ideia é que o estádio assim permaneça até os Jogos Olímpicos. Ainda assim, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) tenta uma cartada final para mudar a nova e criticada realidade do local.
Após reuniões com CBF e Comitê Rio-2016 – responsável atualmente pela operação do estádio – na última semana e respostas não tão animadoras, o presidente da Federação, Rubens Lopes, se encontra nesta quarta com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em busca de apoio político para reabrir o estádio ao futebol para as semifinais (24 de abril) e finais do Campeonato Carioca (1º e 8 de maio).
No discurso, um argumento que já tomou conta de torcedores em discussões e redes sociais: se pode abrir para shows, por que não pode ter futebol? A apresentação da banda Coldplay no último domingo, inclusive, incentivou a Ferj a tentar uma nova investida.
O caso, no entanto, não é tão simples. Isso porque a data de 10 de abril já estava reservada aos organizadores do show do Coldplay desde o segundo semestre de 2015. Tão logo assumiu a operação do Maracanã para os preparativos olímpicos, o Comitê Rio-2016 já sabia desta brecha no calendário e se organizou para tal.
Agora, o Comitê informa durante as conversas que, durante o período pretendido pela Ferj, o Maracanã já estará recebendo ensaios e ajustes para a abertura dos Jogos Olímpicos. Toda essa logística inviabilizaria a realização dos jogos.
Ferj topa arcar com custos
Antes da entrega do estádio para as mãos do Comitê Rio-2016, os clubes cariocas evitaram de usar o estádio na disputa do Carioca por conta do custo elevado para realização de jogos sem tanto apelo. Estima-se que um time gaste pelo menos R$ 250 mil apenas para abrir as portas do estádio e mandar um jogo no local.
Com praticamente todo o quadro de funcionários do Maracanã demitidos, o custo com serviços terceirizados do chamado quadro móvel subiria para R$ 400 mil por jogo. Nem isso, porém, desanima a Ferj na investida para ter as partidas decisivas no Maracanã. A Federação entende que, com jogos de grande apelo, pode-se arcar com tais custos utilizando parte da bilheteria.
Mesmo com um cenário próximo do irreversível, a entidade de Rubens Lopes não desiste de voltar a operar um jogo no Maracanã antes das Olimpíadas. Uma decisão deve ser anunciada até o início da próxima semana.
Fonte: UOL