FOTO: ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
Por: Higor Neves e Venê Casagrande
O Flamengo realizou grandes investimentos para garantir reforços de peso, o que, consequentemente, gerou expectativa no torcedor rubro-negro para ver os novos jogadores em campo. Entretanto, nas cinco partidas oficiais disputadas até então, algumas das “estrelas” ainda não conseguiram conquistar seus espaços na equipe titular, como é o caso de Arrascaeta. Parte disso se passa pela confiança que o técnico Abel Braga tem no potencial de Willian Arão, apontando o segundo volante como o “equilíbrio” da equipe. Porém, o mapa de calor do camisa 5 contra a Cabofriense mostra que, na verdade, Arão não desempenhou tal função.
Com um gol e uma assistência no triunfo do último domingo (03), Arão foi um dos melhores em campo, atuando como um meia direita. Com constante presença na ala, o jogador chegou a aparecer na linha de fundo em determinadas ocasiões, assim como fazem os tradicionais pontas. Se comparado com o mapa de calor de Diego, atleta que – teoricamente – atua mais avançado, percebe-se que o camisa 10 teve frequência similar no setor defensivo, além de transitar por uma maior extensão do campo.
CONFIRA OS MAPAS DE CALOR
Mapa de Calor de Diego contra a Cabofriense (Fonte: @Análise_CRF)
CONTRIBUIÇÃO DEFENSIVA
Apesar de atuar mais avançado do que um tradicional volante, a contribuição defensiva do jogador é certamente um fator que pesa para que ele siga figurando entre os titulares. Ele é o terceiro atleta do Flamengo com maior número de desarmes, sendo o quarto no ranking geral do Carioca. Com nove execuções desse fundamento, Arão está abaixo apenas de Cuéllar (13), Piris da Mota (11) e Airton (do Fluminense, que tem 10). Se comparado com Arrascaeta, jogador que disputa a titularidade, a disparidade no quesito fica evidente: o uruguaio realizou apenas um desarme ao longo das três partidas que atuou.
O QUE PENSA ABEL BRAGA?
Desde que chegou ao Flamengo, um dos pedidos de Abel Braga foi para a manutenção de Arão no elenco. Não à toa, a diretoria tratou de renovar o contrato do atleta, que era sondado por equipes do futebol nacional. Publicamente, Abel manifestou seu apreço pelo jogador após a vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, pela terceira rodada da Taça Guanabara. Apesar do triunfo no clássico, Arão foi alvo de críticas. Abel, porém, garantiu que o volante era fundamental para o funcionamento da equipe, rechaçando a hipótese de sacá-lo para dar lugar a um meia.
– Ele faz o segundo volante, é um dos poucos jogadores que chega muito bem na área, dá equilíbrio à equipe. Eu não gosto de time de índio não (risos). Só atacar é meio complicado. É bom em determinadas situações, mas você não pode entrar em campo em desequilíbrio. Eu sei, medi bem a qualidade do Arrascaeta. A grande incógnita é que nós temos Bruno e Vitinho agudos, jogadores com as mesmas características. Mas o Arrascaeta também se sente melhor pela esquerda, como faz? Três daquele lado? Tem que ir com calma. Eu vou botar o que estiver rendendo melhor. Bom é ter muitas opções, ruim seria se não tivesse.
No último domingo, após o camisa 5 ser importante na vitória do Flamengo, o treinador voltou a fazer elogios. Além disso, Abel demonstrou confiança de que Arão renderá ainda mais ao longo da temporada.
– Arão é um jogador em que confio. Ele tinha uma dúvida se ficaria ou não no Flamengo, e eu pedi que ele ficasse. É um jogador que tem leitura e tem feeling. A gente fica contente. Ele ainda vai render mais. A gente não está aqui só para escalar, mas fazer o jogador feliz. Porque é o seguinte, uma coisa ninguém pode negar: esses caras estão se ajudando muito.
Time de índio igual ao sardinhas e parmeras, não adianta ir pra cima, e abrir as pernas atráz, mesmo numa fase boa, esse Arão me dá calafrios, meu medo que nas horas decisivas, esse buraco no meio de campo engula o resto do time.