Fonte: Flamengo em Foco
Acompanhei de perto a campanha das chapas envolvidas na última eleição do Flamengo, gostei da proposta da Chapa Azul de gerir o clube como uma empresa, apesar de muitos terem dito que não daria certo. Bom, três anos depois os azuis mostraram que deu certo, viraram referência de boa administração de clubes não só no Brasil, como vimos nas reportagens de jornais como o NY Times.
E os resultados práticos? Os Esportes Olímpicos que eram deficitários e pegavam parte do dinheiro gerado pelo futebol tornaram-se, graças as CNDs e uma ótima gestão, autossustentáveis e ainda mais vencedores e não só no basquete. Os demais departamentos em grau menor ou maior também acompanharam o sucesso com destaque pro financeiro com grande diminuição da dívida e o marketing campeão de arrecadação, entretanto o futebol vai na contramão desse sucesso.
Por que justamente o carro-chefe do clube é seu único retumbante fracasso?
Conselho de Gestão do Futebol
Liderado pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello e pelo vice-presidente de finanças Rodrigo Tostes com a participação dos vice-presidentes Alexandre Póvoa, Rodolfo Landim e Alexandre Wrobel, além do diretor-geral do Flamengo, Fred Luz, e do diretor-executivo de futebol, Rodrigo Caetano, que assumiu este ano, sucedendo Ximenes, que ocupou o lugar após Pelaipe ser demitido, este conselho é o responsável por todas as decisões de peso do futebol.
Esses senhores de cabelos brancos viveram a época gloriosa do futebol rubro-negro e, apaixonados pelos craques do passado, não perceberam que o futebol do século XXI muito pouco se parece com o praticado na década de 80. Hoje em dia não basta ter um treinador que coloque os melhores em campo deixando que estes resolvam, ao treinador não cabe mais “não atrapalhar”, do mesmo modo que um time não sobrevive só com um craque e, muito menos, pode simplesmente confiar que jogadores experientes, em fim de carreira, organizem um time como Junior fez em 1992.
Quando assumiram o futebol optaram pelo diretor de futebol mais barato, ao invés de contratarem um profissional experiente, formador de times campeões e que conhecia mercado. Demitiram um treinador que estava fazendo um bom campeonato carioca e vinha de bom trabalho no ano anterior porque julgaram que cobrava muito caro, para pouco depois contratarem Mano Menezes, o amigo do Pelaipe, a peso de ouro. Todas as outras escolhas de treinadores foram equivocadas, ficaram presos a custo financeiro e, no caso de Luxemburgo, optaram pelo medalhão que sairia baratinho no primeiro ano.
Olhando para todos os que passaram, qual o perfil de treinador que o conselho determinou? Isso mesmo, nenhum. A exceção do baixo custo, não há característica comum ao trabalho deles, a filosofia, ao currículo, nada! Então vou auxiliar o conselho agora: o treinador vencedor do século XXI é um estrategista que estuda seus adversários, seu time, prepara seus jogadores para atuarem em mais de uma função para, sem precisar fazer substituições ou fazer o mínimo possível, possa adaptar seu time ao adversário sem mudar sua filosofia de jogo.
Tática, treinamento duro, versatilidade, apuro técnico e velocidade!
Por fim, quando entenderão que precisam apenas estabelecer metas e deixar que os profissionais, diretor e treinador, comandem o futebol? Por que não podem aderir ao profissionalismo dos outros departamentos do clube? Durante a temporada devem avaliar os resultados e tomar as decisões com base na pura e simples meritocracia, excluindo completamente o lado passional de torcedores.
Ainda dá tempo de trazer um treinador como Sampaoli para o restante do ano, não podem ter medo de investir (Sampaoli ganha menos que Luxemburgo), formar um projeto de longo prazo e seguirem um PLANEJAMENTO. Aliás, princípio básico de qualquer gestão profissional e que tem passado batido no futebol, basta ver esse elenco sem o menor planejamento, montado como o monstro de Frankstein e que ainda ficará pior se insistirem com o Elias, afinal o que o Flamengo precisa é de um armador, um cérebro que organiza o time, não mais um volante carregador de bola.
Legenda: O futebol moderno pode ter um meio só de volantes, sem o clássico 10, mas primeiramente os jogadores do Brasil não são formados como os europeus e não sabem jogar desse modo, deixa isso pra próxima geração (melhor, deixa pros moleques que hoje estão no sub-15). Em segundo lugar o que têm em comum Messi, Pirlo e James além de estarem entre os 4 finalistas da Liga dos Campeões?
Comissão Técnica
Já discuti à exaustão os treinadores anteriores, então vamos a Cristóvão. Desde o início fui contra sua vinda, pode ser um dos melhores treinadores brasileiros, mas isso não quer dizer absolutamente nada no país do 7 x 1.
Desde que chegou teve algumas semanas cheias de trabalho, boa parte do elenco a disposição e todo jogo parece que não conhece o plantel. Além de não ter rompido com a tática furada de Luxemburgo, adora bancar o professor Pardal e acaba por mexer sempre mal no time durante os jogos! Como ainda escala jogadores que se arrastam em campo e erram tudo como Paulinho, Cirino e Pico, como não age junto ao conselho gestor para punir quem não se cuida fora de campo? Hoje mesmo, contra o Vasco, tivemos uma prova inegável de que parece que não sabe o que está fazendo:
Começou o jogo com Pico, barrado pela má forma física, mesmo tendo a sua disposição Jorge – eleito o melhor lateral do mundial sub-20 –e Armero, que ficou no banco no último jogo do Equador pela Copa América e se dispôs a jogar. Não satisfeito, no intervalo substituiu Pico (que esteve horroroso o 1° tempo inteiro) por Alan Patrick e o time mudou para o 4-4-2 com:
César – Luiz Antônio, Wallace, Samir, Éverton – Canteros, Jonas, Alan Patrick, Márcio Araújo –Sheik e Eduardo.
Jonas atuava mais recuado dando liberdade para os laterais subirem, mas não chegava a ser um falso 3° zagueiro, Canteros e M. Araújo atuavam mais lateralmente e Alan Patrick centralizado atrás dos atacantes. O time subiu de produção, o novato entrou bem apesar de ainda não conseguir criar chances claras, mas ao menos o Flamengo levava algum perigo.
Mas Cristóavão que perdeu um ponta esquerda que ia razoavelmente bem pra manter os 3 volantes não gostou de ver o time melhorar e resolveu mexer mais. Tirou Eduardo, melhor finalizador do time e único a saber fazer o pivô, e que era um dos poucos que estava bem, para pôr Cirino perdendo a referência na frente, depois tirou Éverton – que pediu pra sair por cansaço – e ao invés de colocar Jorge, coloca Paulinho. O time voltou pro 4-3-3! O.o
César – L. Antônio, Wallace, Samir, M. Araújo – Canteros, Jonas, Alan Patrick – Cirino, Sheik, Paulinho.
Mas é claro que com toda essa invenção tudo virou um samba do crioulo doido e víamos Canteros de centro-avante, Paulinho se batendo com Alan Patrick ou Sheik, Márcio Araújo caindo na direita e deixando Samir na roubada e etc. O resultado disso foi o Flamengo mesmo com os jogadores tentando na velha estratégia do “vamo lá porra!” ser novamente derrotado pelo Vasco no ano, aliás, a primeira vitória do arquirrival que ocupava a lanterna!
Jogadores
Ao contrário de qualquer bom profissional, o que deveriam ser visto que estão no maior clube do país, os jogadores do Flamengo além de não estudarem (ver jogos dos adversários, do campeonato e até de ligas estrangeiras e seleções), não se cuidam como um atleta deveria fazer, quando não estão fora do peso, se arrastam em campo e sofrem lesões “que nunca saram”, além de não mostrar o mínimo comprometimento em campo.
Já que escolheram viver como atletas, dependentes de seu corpo, devem cuidar dele se alimentando bem, respeitando as horas de descanso, seguindo as recomendações médicas para se recuperar das lesões, não bebendo fora das férias e, aí sim, tendo condições de desempenhar aquilo que treinam para executar. Aliás, como profissionais que dependem de técnicas e habilidades motoras, deviam treiná-las, ou alguém imagina um desenhista que só desenha de vez em quando, um pintor que se limita a pintar uma vez por semana?
Finalizando minhas ponderações, a mudança tem que ser de cima a baixo. Começando pela mudança de postura do Conselho de Gestão, passando pela demissão de Cristóvão e contratação de um BOM técnico e, por fim, afastando as ervas daninhas do elenco e exigindo performance e comprometimento dos demais, deixando claro que jogador que não se entregar 100% não fica no Flamengo.
Saudações Rubro-Negras
No começo fui contra a contratação de Cristóvão, mas entendo que ele tem menos culpa nisso tudo. Rodrigo Caetano deve ser cobrado, insistentemente, pois ganha para isso. Seu cargo deve dar ao Futebol do Flamengo condições favoráveis para desempenhar um bom futebol. Inclusive execrar aqueles que ficam desrespeitando a imagem do Flamengo, como Pará, Pico, Paulinho, Everton e Cirino, com imagens de festinhas e cervejas. O que o cara faz na folga dele, é problema dele, mas a partir do momento que ele demonstra, mesmo que involuntariamente, a imagem de Jogador-Cervejeiro ou Festeiro, já é sabido que será cobrado incessantemente. E uma partida ruim eles serão elegidos os culpados. Enfim, a torcida está impaciente, bem como estou também, mas não deve ter injustiça para elegermos os culpados. A Diretoria e Cristóvão são os menos culpados na minha maneira de ver. E Rodrigo Caetano deve mostrar a que veio. SRN.
Flamengo tem que criar vergonha na cara
A torcida está sustentando esses perebas mercenários, o Flamengo precisa de craques, da base ou de fora! Aí sim a torcida irá pagar ingresso para assistir a um bom espetáculo! Esse R.Caetano parece um inútil, não faz nada e tem que vazar do Flamengo.
Fora Rodrigo Caetano e Cristóvão e meia dúzia de jogadores!
Vergonha na cara. Jogadores ridículos, que bebem e não se cuidam. Viram noites e depois vão treinar. Até meu filho de 4 anos vê que não estão jogando nada. Manda eles embora. Agora, tem que ter gente competente pra fazer isso.