Fonte: Falando de Flamengo
Enfim o Flamengo fez sua estreia na última quarta. Se por um lado o que aconteceu pura e simplesmente foi uma vitória sobre o último colocado, mesmo porque perder para dois lanternas em sequência seria achincalhar demais nossa reputação, que já não andava lá grandes coisas se tirarmos os esportes olímpicos “Arremesso de Livros Contábeis” e “Revezamento de Razonetes”, o que foi bonito mesmo de se ver foi a segurança ímpar com que Marcelo e César trocaram passes primorosos nas imediações do nosso gol… Epa… Foi isso não. O que houve de absolutamente fantástico foi que o time, enfim-aleluia-e-já-não-era-sem-tempo, percebeu que o futebol é um esporte que se pratica correndo. Fica a dúvida se o que motivou tal descoberta foi o constrangimento de ver o Sheik, um senhor em muito avançado na casa dos 30, correndo sozinho feito um maluco, ou se foi mesmo dedos em riste, tapas na cara e o exercício pleno da Arte do Insulto praticado no vestiário após a derrota para a trupe circense “Eurico e os Rebaixados”.
Nos bastidores das aventuras Fla Mochilanas não houve muito a relatar. A sequência, por si só, é curiosa e mostra a falta de discernimento do meu povo. Sair do trabalho cedo, com variações individuais que vão da minha cara-de-pau de tornar o Flamengo algo Oficial e Inadiável no organograma da empresa em que trampo, até verdadeiras fugas do emprego de fazer inveja ao Tom Cruise. Assistir ao jogo, cochilar mal e porcamente no ônibus entre Joinville e Curitiba (tive a nítida sensação de que as cidades ficam à 15 minutos de distância), babar mais um pouco na área de embarque, tentar dormir no avião enquanto a comissária de bordo se preocupa se você não quer a maldita porra do lanchinho… Desembarcar direto para o trabalho outra vez. Eu gostaria de dizer que houve banho e alimentação decente no meio disso tudo, mas isso não é verdade. Muito amor envolvido, né?
Três coisas foram emocionantes. Impossível não repetir: O FLAMENGO CORREU. Fora isso, um agregado da Fla Mochila trocou por engano sua mochila no avião com uma mulher. Daí o cara tava em Joinville, sem casaco, e com um punhado de calcinhas que a moça carregava. Que faaaaaaseeee!!! E a terceira emoção? Encontrar Gabriela, uma rubro-negra de Joinville que sempre me provoca sentimentos confusos e surreais de adoração e humilhação bullyinesca suprema. Mulher bonita da porra.
E domingo agora? Qual vai ser? É bom o povo lá em campo saber que, mesmo após nove rodadas de Modorrência Sebenta e Desavergonhada, a gente é que nem criança. Bastou um único joguinho correndo que a gente já acostumou mal. Agora é todo mundo imitando o Tio Sheik e se desesperando em campo. Mesmo porque temos velocistas natos compondo nosso elenco. Disposição já é mais da metade do caminho pavimentado. Como muito bem observou Lennon Koester, flamengólatra frequentador aqui do Boteco, “só falta treinar passes, finalizações e a porra toda”.
E ainda tem o Cáceres pra voltar e ajudar o Jonas a jogar nossos inimigos pro alto; e ainda o Armero para disputar vaga com o Mítico e New Ídolo Jorge, que tantas alegrias deu aos Cartoleiros mais ousados na rodada do meio de semana; e tem o Guerrero pra, além de ajudar na correria, passar para o resto do elenco um tutorial básico de auto-ajuda chamado “Gol adversário. Eu quero chutar a bola naquela direção, eu posso”. Sei não, hein? Não fosse o calendário “muderninho” dos Smurfs já adequado aos europeus, era pra estar lá em riba na tabela. Afinal, se estreando com 10 rodadas de atraso já tá quase na meiúca…
Nação Rio… Presença forte mais uma vez, por favor. Já tava bonita a nossa participação in loco quando o time ainda tava dormindo, agora PARECE que acordou (melhor não comemorar ainda), bora entupir o Maraca, empurrar nosso time pra ver se pega no tranco, somar mais três pontos e, de quebra, tentar tirar da cabeça dos Smurfs os “jeniais prujetos” que envolvem 30 dinheiros, Brasília e mando de campo.
Bem… xeu dar uma passada aqui na mesa da arcoirizada. Deixa ver… Deixa ver… Botafoguenses se achando o Barcelona da segunda divisão, vascaínos ainda desconfiados apesar das duas vitórias e os tricolores comemorando a posição na tabela, achando que o dinheiro da Unimed, no fim das contas, não tá fazendo falta. O tempo é o senhor da razão. Aguardemos o passar das semanas, meses, anos.
Rapaz… Olha uma mesa ali com o povo do Sportv. Boteco tá ficando muito bem frequentado. Estão debatendo por lá porque a imprensa dá mais destaque a uma vitória do Flamengo, se o Vasco jogou na mesma noite e venceu pelo mesmo placar. Pô… O negócio é o seguinte. Notícia do Vasco… Torcida do Vasco lê. Notícia do Flamengo… Torcida do Flamengo, gigantescamente e exageradamente maior lê, a torcida do Vasco também, e o resto todo idem. A imprensa vende notícias. Recebe em audiência e cliques. Precisa desenhar? Quem cês acham que paga essa cerveja aí que estão bebendo? Eu hein…
Vai, Flamengo. Despacha o Figueira e vamos com tudo na quarta pra cima do Inter. Manter a nossa doce rotina de sempre vencer em Porto Alegre… Epa… Exagerei no otimismo ou não? Que se dane. AQUI É FLAMENGO!!!!