Fonte: Deixou Chegar
11 rodadas, 10 pontos e muitas incertezas. Pelo quarto ano consecutivo, o Flamengo começa a temporada de maneira totalmente mal organizada e isso estoura na campanha do time no Brasileirão.
Pontualmente na última partida, o Flamengo não foi de todo mal na derrota para o Figueirense. O time teve seus momentos no primeiro tempo e até comandava a partida na segunda etapa, depois de abrir o placar no comecinho. Foi pouco, mas poderia ter sido suficiente.
Eu poderia ficar aqui falando sobre como o time perdeu sua cabeça completamente após o gol sofrido; como César colocou homens demais na barreira, se posicionou mal e tomou um gol de falta no meio da meta; como Cristóvão mexeu mal e abriu ainda mais o time ao arreganhar o meio-campo em busca do desempate. Isso pode acabar explicando porque, especificamente nessa noite de domingo, o Flamengo saiu derrotado do Maracanã.
Mas a derrota de ontem, a sétima em onze partidas do Fla no campeonato, nasceu há meses, em meados de dezembro e janeiro. Quando o Flamengo teve tempo para se organizar de verdade e não o fez. Agora, peca pelo erro de achar que pode montar um elenco, um time, com identidade e padrão de jogo, ao longo do Brasileirão.
Enquanto essa política não for revista, o Fla erá o time que começará o Brasileiro demitindo técnicos, anunciando reforços desesperadamente e perdendo pontos para quaisquer equipes que enfrentar nesse período. Enquanto o Flamengo não aprender a se arrumar nos primeiros meses do ano, dificilmente disputará nada de grande valor no Brasileirão.
Pode ser que arrume uma coisa ali ou aqui em torneios de mata-mata no segundo semestre. Mas um título como o de 2009 não cai no nosso colo toda vez (tanto que demorou 17 anos a cair). Nenhum time consegue ser estável nos pontos corridos apostando todo ano NAQUELA arrancada.
O Flamengo deve, eventualmente, melhorar, juntar os cacos e se posicionar de maneira confortável na tabela. Graças aos 23 pontos desperdiçados em apenas 11 rodadas, porém, as aspirações param por aí. Porque o Flamengo ignora meses de preparação e começa a levar a temporada a sério em maio. Afinal, o ano tem doze meses, não sete. A derrota para o Figueirense é só mais uma consequência de todo esse processo.
Ps: Jorge foi bem. É uma ponta de esperança ver um jovem matar a pressão dessa situação no peito e jogar com tranquilidade. Para o próximo jogo, a estreia de Guerrero, Cristóvão poderia experimentar Cáceres e Jonas no meio-campo. Retrancas à parte, a bola áerea do time e a zaga agradecem.