Fonte: GE
Desenvolto e bem articulado em sua apresentação pelo Flamengo, Ederson mostrou ser intelectualmente um ponto fora da curva dentro da categoria dos jogadores de futebol. Recorreu até à lei da atração, conceito que trata o pensamento como mola mestra do direcionamento da vida das pessoas, para repelir as graves lesões sofridas nas duas coxas (uma em cada). Emerson Campos, irmão do novo camisa 10 da Gávea, explica a facilidade com as palavras. Segundo ele, o flamenguista de Parapuã (SP) nunca temeu os livros. Apaixonado por pesca, gosto compartilhado com a celebridade da família, Emerson garante que os torcedores certificarão de que o perfil traçado por ele em relação ao atleta não se trata de papo de pescador.
– Na nossa infância, sempre gostamos muito de pescar. Pescamos até hoje. A gente procurava aqui na nossa região uns laguinhos pra gente pescar. Mas o Ederson sempre foi um menino muito tranquilo, sempre foi muito estudioso. Não foi daqueles meninos que não gostavam de ir para a escola, sempre gostou de estudar. Não era um cara CDF, não. Mas não era como eu, que minha mãe tinha que pegar no meu pé. Ele sempre tirava 10, 9, mas não CDF. Era um cara que gostava de ir às aulas – revelou Emerson.
Apesar do hobby por fisgar peixes, geralmente realizado no Rio Paraná, tratado como Paranazão pelo parapuenses, o principal objetivo de Ederson sempre foi a bola, garante o irmão.
– Sempre teve um foco do que queria, tanto que quando foi para o Rio Grande do Sul (jogar pelo RS Futebol, clube-empresa criado por Paulo César Carpegiani) ficou muitos anos sem passar Ano Novo e Natal conosco. Ele se dedicava bastante a isso. Quando jogava aqui na região, sempre se destacou e fez muitos gols. Ele jogava nas escolinhas de futebol daqui e logo depois foi para Marília (no Paraná). Aí o Carpegiani o descobriu e ficou louco com ele. O interessante é que o Carpegiani estava fazendo o clube dele ainda e era técnico do Atlético-PR. Ele o deixava treinando no Atlético enquanto o clube dele ia ficando pronto. Os caras do Atlético gostaram dele, mas o Carpegiani falou, esse menino é meu (risos). O levou para o clube dele junto com Thiago Silva e Naldo – contou Emerson, que também foi meia do RS, porém nem se atreve a dizer que foi melhor do que o irmão, a quem trata como “diferente demais”.
Ainda em relação à boa oratória, Emerson afirma que, mesmo tendo deixado Parapuã pré-adolescente, Ederson concluiu os estudos e, posteriormente, mostrou interesse por dominar línguas. Na França, aprendeu a língua local e o italiano, estimulado pela esposa Patrizia Pighini, nascida no país da Bota.
– Ele acabou (o segundo grau), estudava até na mesma escola que o Thiago Silva, porque o Carpegiani gostava que os atletas estudassem. Eles exigiam estudo, mas o Ederson era muito preocupado com isso. Tanto é que chegou na França e logo aprendeu o francês, chegou à Itália já falando italiano. Fala italiano perfeitamente, francês e espanhol. Se interessa por outros assuntos que não o futebol. Até brinquei que ele derraparia no português, porque há anos ele não dava uma coletiva em português, mas não aconteceu.
Pagode e sertanejo, muito populares entre os atletas, também agradam a Ederson, mas noitada não é um hábito do 10 rubro-negro. É o que assegura Emerson.
– Vocês nunca verão Ederson numa balada. É um cara bem família, centrado, sossegado. Se cuida muito, é atleta mesmo, bem profissional. Acho que a grande fase dele seria quando foi para a seleção brasileira. Era o camisa 10 do Lyon num time que tinha Juninho Pernambucano, Fred e Karin Benzema. Era um timaço, chegaram à semifinal da Champions League com o Ederson arrebentando. Foi para a Seleção, mas infelizmente aconteceu aquilo (lesão).
To nem ai se o Ederson gosta de pescar ou de balada… Jogando bola bem e com raça eh o que interessa pra nação!
Boa sorte Ederson, tenho um palpite que vc vai arrebentar e calar a boca de muita gente que nao acredita em vc!
SRN