Da Espanha, Rafael Luz lia as notícias sobre as conquistas e a evolução do Flamengo no basquete, e a vontade de defender o tetracampeão do NBB só aumentava. Sondagens aconteceram, mas o armador da Seleção Brasileira, destaque da conquista dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), mantinha o foco em evoluir antes de voltar ao Brasil. Agora, é ele uma das maiores apostas do clube para manter a atual a hegemonia.
O último clube do jogador, que tem cidadania espanhola, foi o Rio Natura Monbus Obradoiro. Antes, ele passou por Lucentum Alicante, Granada, Clínicas Rincón Axarquía e Unicaja Málaga. A aventura europeia começou em 2007, aos 15 anos.
Ciente de que tem margem para crescer, Rafael não deixa de sonhar. No Pan de Toronto, o atleta distribuiu 17 assistências em cinco partidas. Foi o quinto melhor no quesito. Com os Jogos Rio-2016 à vista, ele sabe que precisa agradar ao técnico Rubén Magnano, que o deixou fora do Mundial de 2014.
No Rio desde setembro, Luz tem ainda um desafio fora das quadras. Afinal, estava habituado a viver em cidades pequenas, que favoreciam seu estilo de vida. Avesso à praia, ele prefere uma piscina ou uma rede, que já providenciou no apartamento onde mora sozinho na Barra da Tijuca, bairro nobre da capital.
– É uma cidade grande, com muito trânsito, calor. Estou acostumado com frio, com cidades pequenas. Mas não será um problema.
Lesão na coxa preocupa para o jogo da NBA
Rafael Luz estreou com a camisa do Flamengo no Campeonato Carioca e deixou boa impressão à torcida na vitória sobre o Botafogo por 92 a 48, na terça-feira da semana passada.
No entanto, uma lesão muscular na coxa esquerda, sentida no jogo seguinte, contra o Macaé, ameaça a participação do atleta no duelo contra o Orlando Magic, no próximo dia 17, pela pré-temporada da NBA.
Na última terça-feira, ele passaria por exames para detectar a gravidade da lesão. A boa notícia é que no último amistoso contra o Brasília, na segunda-feira, vencido pelo Fla por 93 a 88, Luz já não foi visto fazendo tratamento com gelo.
Quem também sofreu um problema na coxa esquerda e seria examinado é o ala-pivô Olivinha.
No próximo domingo, o Flamengo enfrenta o Macaé em casa, às 17h, pelo returno do estadual.
Bate-bola
Hoje, qual é sua maior meta?
Meu objetivo agora é pensar ano a ano. Mudei muito minha mentalidade. Antes, eu era um cara que fazia muitos planos, e hoje penso mais no curto prazo. Quero jogar bem este ano, ir para a Olimpíada e, depois, pensar no futuro. Se tudo der certo no Flamengo, por que não continuar aqui? Sei que estou em um grande clube, que vai lutar por todos os títulos que disputar. O primeiro passo é esperar esse ano.
Acha que está no seu auge?
Tenho certeza de que ainda estou em busca do meu auge. Tenho muito a crescer, sou jovem. Meu pai sempre falou que armador amadurece tarde, aos 25. Então, não tenho pressa.
Como foi para você acompanhar as notícias de que o Brasil poderia ficar sem a vaga na Rio-2016?
Nós jogadores não podíamos quebrar a cabeça pensando se teríamos a vaga olímpica ou não. Era um trabalho mais da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Mantínhamos a confiança de que teríamos a vaga por sermos país-sede. Pensamos sempre em defender o Brasil da melhor maneira. Mas eu procurei não pensar muito.
Em toda a sua passagem pela Espanha, qual foi o momento mais importante para você?
Sem dúvida o momento mais marcante foi quando eu joguei minha primeira partida de Euroliga, pelo Málaga. Chegar tão longe sendo tão jovem foi algo muito especial na minha vida. Mas jogar os playoffs por Santiago de Compostela (Rio Natura Monbus Obradoiro) foi especial, pois era um time montado para não ser rebaixado e conseguimos fazer história e marcar nosso nome na liga.
Fonte: Lancenet