Assusta o passivo que executivos de futebol dos principais clubes brasileiros administram com a estúpida reformulação de elenco promovida a cada seis meses sob a justificativa de estarem reforçando seus times.
Esta semana, estarreceu-me a reportagem levantada pelo repórter Vinícius Castro do site UOL dando conta de que o Flamengo, por exemplo, gasta quase R$ 1 milhão com o pagamento de oito jogadores que não aproveita mais _ uns encostados, outros já até negociados.
Cito o Flamengo por conta da matéria que me chamou atenção, como poderia mencionar o Vasco, que abriu a temporada com um número próximo a este, e ainda com o agravante da perspectiva de receitas ser mais acanhada.
E os dois não estão sozinhos.
Recentemente, o representante de um grande clube carioca tentava diminuir este tipo custo repassando um ou dois jogadores não utilizados a um outro de São Paulo e foi obrigado achar graça da resposta de seu interlocutor.
“Ok, eu fico com eles. Mas desde que vc aceite receber em troca outros dois que ainda mordem o meu caixa!”, contrapropôs o dirigente paulista…
LEI PELÉ.
Os responsáveis pelos departamentos de futebol alegam que os clubes vem enfrentando dificuldades na adequação orçamentária desde as últimas alterações da Lei Pelé, publicadas em março de 2011.
Entre elas o regimento da cláusula indenizatória que os obriga a pagar integralmente os contratos rompidos sem justa causa, em vez dos 50% restantes do acordo como prevê o artigo 479 da Lei Trabalhista (CLT).
Ou seja: se contratam um novo atleta e fazem contrato de curta duração, correm o risco de, no caso de sucesso, perdê-lo sem direito a indenização.
Se optam pelo tempo máximo reconhecido pela Fifa (três anos) como forma de prevenção, correm o risco de “pagar o mico”.
FARO.
Vem desta data a valorização profissional dos executivos de futebol.
Eles não podem errar o “tiro” nas investidas, sob pena de comprometer não apenas o rendimento técnico de suas equipes, mas o orçamento de temporadas futuras.
E o que não consigo entender até agora é como que ditos profissionais fecham contratos de longa duração com jogadores de histórico duvidoso e carreira comprometida por contusões.
Foge da incompetência e passa beirar a má intenção…
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira