Fonte: Falando de Flamengo
O racismo é um mal que ainda assola a sociedade como um todo. Infelizmente. No futebol, não é diferente. É inconcebível que, em 2015, ainda tenhamos atos e ofensas racistas, no Brasil e no Mundo. Mas temos. E eu acredito, sinceramente, que a maneira como lidamos com esses atos pode ser justamente o agente transformador da sociedade para que possamos enxergar o racismo como um episódio triste da história, mas que ficou no passado.
Lembro de alguns jogadores que, ao receberem provocações racistas, choraram em campo, se recusaram a continuar o jogo, tiveram que ser contidos pelos colegas de profissão. Quem sou eu para julgar tais atitudes. Nunca estive nessa situação. Mas confesso que a reação que mais me marcou em resposta a uma atitude racista, foi a do Daniel Alves, ao comer uma banana atirada contra ele. Ali, tenho certeza, até o agressor ficou envergonhado, tamanha a superioridade espiritual e nobreza do jogador. Não poderia existir melhor resposta e a atitude foi um grande marco anti-racismo para o Mundo.
Cristóvão se sentiu ofendido pelo termo “Mourinho do Pelourinho” dirigido a ele por um jornalista. Não sei se eu me sentiria ofendido. Não posso julgar, pois não aconteceu comigo. O que importa é que Cristóvão se sentiu. Mas escolheu a pior maneira para manifestar o seu repúdio. Cristóvão convidou uma emissora para conceder uma entrevista, emissora esta que, uma semana antes, também através de seu principal jornalista, misturou o racismo contra Cristóvão e a torcida do Flamengo.
Ao comandante rubro-negro um conselho: é importante saber dividir as coisas. Quem o ofendeu (até onde sabemos) não foi a torcida, como ele próprio disse. Então porque escolher a a emissora de televisão que ligou tais ofensas à Nação Rubro-Negra para desabafar? Por que começar seu depoimento dizendo que concordava com o tal jornalista da emissora? A torcida do Flamengo tem como maior ídolo entre os técnicos Carlinhos, o Violino. Idolatra Adílio, Adriano, Aldair, Juan e outros tantos negros, como idolatra Zico, Pet, Sávio e outros tantos brancos. Nas duas últimas conquistas nacionais, éramos comandados por negros: Andrade em 2009 e Jayme em 2013.
No estádio, a torcida do Flamengo só enxerga o vermelho e o preto. Nenhuma crítica ao Cristóvão refere-se a cor da sua pele. Mas garanto que refere-se a sua míope visão da partida, suas invencionices na hora de substituir e a sua capacidade de estragar a boa formação tática, técnica e padrão de jogo que ele mesmo tem apresentado. Como, no futebol moderno e corrido dos dias de hoje, podemos terminar os jogos sempre com substituições a fazer? Trazer maior dificuldade no decorrer dos jogos parece ser sua característica mais marcante.
Por que trazer essa reclamação à tona nesse momento em que chovem críticas aos seu desempenho, se o texto ofensivo do tal jornalista foi publicado há um mês atrás? Por que não tomar atitudes diretamente contra ele? Ou botar a boca do trombone exatamente no momento da publicação? Cometem crime os racistas, mas erra na maneira de lidar com as críticas ao seu trabalho o Cristóvão.
Se o Cristóvão quiser cair nas graças da Nação Rubro-Negra e resolver parte de seus problemas, precisa refletir, “afiar o machado” e, principalmente, entender o Flamengo. No Flamengo, todos são negros… e rubros! A outra parte deve ser resolvida, com quem o ofendeu, na justiça ou na delegacia, como crime que é.
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Cristóvão o melhor q vc faz é processar o RMP por racismo, só assim as pessoas não misturam as coisas. Criticar o trabalho é válido agora ofensas a pessoa é outra.
Só querendo entender, qual é a ofensa em falar que ele é o Mourinho do Pelourinho se ele é baiano?
Torcida rubro negra, vamos fazer diferente vamos apoiar o Cristovão gritar o nome dele nos jogos se possível. Temos que nos unir: torcida , jogadores e técnico. Se não fica difícil....
Observem vaiar não ajuda em nada, pelo contrário só piora, chamar o tecnico de burro não vai fazer dele um Mourinho, Guardiola ou Sampaoli. Vamos fazer nossa parte.