A escalação inicial assinada pelo professor Muricy perturbou muito a mente da rapaziada. Até os mais espertos tiveram alguma dificuldade pra acompanhar em tempo real o raciocínio que prevaleceu em nossa douta Comissão Técnica. Porque os mais burros, como eu, tinham entendido que o Flamengo jogaria o miserável carioqueta com a equipe reserva, enxertada com a nata da molecada egressa da base e os come-e-dorme que estivessem à mão, poupando nossos jogadores mais valiosos para a disputa da Primeira Liga. Mas o time que começou o jogo com o genérico paranaense comprovou que eu entendi tudo errado.
Não obstante minhas deficiências cognitivas, o começo do jogo me pareceu o melhor momento do Flamengo na atual temporada. O time, mesmo com vários pilotos do bonde da Stella em campo se deslocava, trocava passes em velocidade e chegou com perigo na área dos malucos mais vezes nos 15 minutos iniciais contra o Atlético do que durante o Campeonato Carioca inteiro. Sim, chegar o Flamengo chegou, mas como ultimamente tem acontecido muito, não machucou.
Que admito ser uma situação de jogo das mais corriqueiras, pela qual até os grandes esquadrões eventualmente são obrigados a passar. Mas que além de ser justamente o combustível preferencial para uma das minhas paranoias preferidas: a clássica Quem Não Faz, Leva, se somava aos 300 e não sei quantos mil minutos que o Flamengo não faz gol com bola rolando. Que ao fim da funesta partida em Juiz de Fora já são 400 e lá vai fumaça minutos que o Mais Querido não pimba na gorduchinha.
Começou o segundo tempo e o time voltou pior do vestiário. Muricy coloca alguns dos titulares, os caras acham o gol deles, o Flamengo dá uma desesperada e aí babou pra sempre. A barata voa se instalou, organização tática inexistente, chutões a esmo eram mato. Demos sorte do Paulo Victor ter feitos umas defesaças na hora em que a mozarela derreteu, porque era pra ser de mais. Enfim, mais uma derrota escrota, desnecessária e infeliz, como todas as derrotas do Flamengo.
O mais chato é que o Mengão perdeu mais um jogo daqueles que não podia perder. Não pelo titulo em si, que ainda vale pouco. Mas pelo simbolismo. E logo pra um dos nossos fregueses mais safados, nosso vice na CB, clientão. Agora ficamos de fora da final do campeonato do qual fomos os maiores promotores e os reais avalistas da aventura mais do que necessária dos clubes promoverem suas próprias competições. Se fosse campeonato de coragem e pioneirismo a taça já era nossa.
Valeu a experiência? Valeu. Mas se o Flamengo organiza o barato todo e não é o campeão alguma coisa deu errado. Pode ter sido a pressão que o Flamengo levou pra escalar o time principal no Carioca? Também pode, mas os titulares que estão jogando o Carioca também não estão dando em bola. Que como já é sabido por todos, não entra por acaso.
O que significa dizer, pra quem por acaso ainda não tenha entendido o significado desse dogma moderno, que sem uma gestão eficiente de tudo que acontece ao redor das 4 linhas não adianta se empolgar porque o time não vai ganhar porra nenhuma que preste. A não ser que gaste loucamente, se endivide até os ossos e garanta um futuro sombrio, de pires na mão até o fim dos tempos. Se não fosse um dogma nós poderíamos até discuti-lo, mas atualmente simplesmente não há espaço para dissenção neste tema. É assim e pronto.
Notem que para a temporada 2016 o Flamengo contratou um técnico de grife, trouxe jogador caro, se livrou de vários mulambos, fez pré-temporada em Mangaratiba, deu um tapa no CT, contratou a empresa de preparação física do Usain Bolt, paga todo mundo direitinho no dia 5, fomenta o turismo interno e enche estádios pelo mundo afora. Em matéria de gestão é difícil encontrar uma maneira de criticar que não fique parecendo olavismo. Mas a verdade é que o time continua com a mesma prega presa de 2015.
Nem me perguntem o motivo porque não sei a resposta. Se o Flamengo continuar jogando assim vou começar a acreditar que o dinheiro não traz felicidade. Pra não ficar sem palavras me permitam glosar um humorista que ultimamente está na hype nas redes sociais: É inaceitável o que está acontecendo.
Mengão Sempre
Arthur Muhlenberg
Fonte: República Paz & Amor
Arthur, menos muitas vezes é mais.
Você simplificou o teu vocabulário e escreveu um texto excelente em que concordo em gênero e número…
E o que é melhor, acho que agora toda a nossa massa, inclusive os “desdentados”, conseguirão te entender…
KKKKK
Já eu considero o Arthur o melhor colunista de todos os tempos, justamente pelo orgulho que sinto em ter um irmão rubro-negro tão letrado como ele. Ninguém, nem de outros times, chega perto.
Keep the outstanding words! 😉
As observações que ele faz são quase sempre acertadíssimas…
Mas, às vezes ele usa um vocabulário tão ininteligível que mais parece que está tirando onda do que informando aos torcedores…
Mas, a minha observação sobre esse último texto foi justamente o fato dele ser preciso nas observações, porém, dessa vez de modo muito profícuo…
ai vem rodrigo caetano e muricy, pedir pra torcida ter paciência, eu como RUBRO-NEGRO de berço, influenciado pelo meu saudoso pai que nasceu no sul da Bahia e veio ter 10 filhos RUBRO-NEGROS em VITORIA DA CONQUISTA na região sudoeste, digo que torcedor nenhum vai ter paciência enquanto seu time, viver um período só de derrotas e vitorias medíocres. sabendo que tal time tem como render mais, só que a comissão técnica não tem cacoete pra estimular, e tendo um elenco tão rico em mãos á mais de 2 meses e não tirar nenhum proveito, convenhamos MURICEGO e CAETANO, quem tem que ter paciência são vocês!
As vezes acho que o que falta é a torcida dar um calor nos treinos…
Sem agressão física… mas com bastante pressão…
Receber MAL os jogadores no aeroporto…
Esses temperos que está faltando…
Maus um ano brigando para não cair sabe porque ?? O “técnico “já falou o time está cansado por causa das viagens,queria perguntar a ele como o time do Sport está conseguindo e ano passado nos jogamos no mararaca e terminamos abaixo do Sport,aí fica essa mentira segurando jogador que a torcida acredita que pode melhorar e isso não vai acontecer, esses jogadores já estão no seu limite e não vão passar disso,volto a falar o nosso ano vai ser brigar para não cair.