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Mércio Querido: “Faltou jogar mais meia hora”

Foi por pouco.

Como eu já disse por aqui e lá no YouTube algumas vezes e “redigo”, continuo sem ver nada demais nesse digno de elogios time do Corinthians. Sim. Não é nenhum futebol de encher os olhos, mas é uma aula de disciplina tática e de padrão de jogo definido, ainda que não seja lá um esquema que deva agradar muito os defensores do Futebol Arte. Força no sistema defensivo e velocidade letal após tomar a bola e se lançar ao ataque. Como o jogo era contra o Nosso Flamengo, que tem um gosto todo especial nessa temporada por tomar 758 gols iguais em contragolpes, dá até pra dizer que a equipe paulista perdeu boa chance de se isolar de forma ainda mais confortável na liderança.

E o Flamengo começou muito bem. Boa movimentação e partindo pra dentro, sem se intimidar com o competente clima criado pelo adversário quando joga em seus domínios. Daí pintou aquele velho erro conhecido de todos nós. A porra da ingênua instabilidade emocional. E nesse caso não adianta ter atacante competente, talento no meio campo, goleiro que passa confiança e banco que entra pra resolver. Não precisa nem valer. O Flamengo apagou após (não) sofrer o gol grosseiramente anulado do Corinthians. O que de certa forma, já que deu uma parada nas ações ofensivas enquanto os jogadores se envolviam em Momento Terapêutico Para Digerir o Gol Sofrido, acabou premiando o adversário com outro balançar de redes, dessa vez validado.

Pra nossa sorte… Ou pra nossa irritação… Após tomar um chá de camomila e algumas doses de água com açúcar pra acalmar nos vestiários, o Flamengo enfim voltou para o jogo no segundo tempo. E tanto pressionou que acabou marcando um belo gol protagonizado pela nossa dupla de zaga. E não ficou por aí. Se levar gol fez o time se perder, marcar um deu ainda mais ânimo pra se lançar ao ataque e tentar encerrar a longa invencibilidade do adversário. Coisas do futebol, esbarramos no Cássio, na trave e em uma ou outra falha dos nossos atletas na hora de concluir.

Com tudo isso, e com o empate entre Grêmio e Santos, o Corinthians segue líder com excelente vantagem no Brasileirão. Intransponível? Impossível? Não. Depende só de nós? Mais ou menos. Ainda que matematicamente a gente precise exercer a desgastante arte da “secação”, o segundo tempo do Flamengo me passa uma sensação. Hmmmmm… Vamos respeitar os defeitos psicológicos dos nossos jogadores e aceitar a falta de regularidade até dentro de uma mesma partida como um fator intrínseco ao grupo. Se jogar o resto do campeonato uns 60 ou 70 minutos por partida que nem nos últimos 45 de ontem, TALVEZ dê pro gasto. MUITO TALVEZ. Pode ser que os outros 30 ou 20 de apagão, repetidos com constância, coloquem tudo a perder. Contudo… Parece que é o que tem pra temporada, já que nesse domingo não soube assimilar o golpe do revés sofrido nem com o gol sendo anulado.

Aliás, sobre isso, não há a menor sombra de dúvida de que a anulação foi um erro grotesco. Claro que do lado de lá a choradeira está em tom alto. Tanto Corinthians quanto Flamengo, assim como todas as outras 18 equipes participantes, ainda serão ajudadas e prejudicadas por erros de arbitragem inúmeras vezes até dezembro. Melhor aceitar que dói menos. E mesmo se um dia acabar existindo oficialmente a figura do árbitro de vídeo, enquanto fã do futebol americano, onde o tal recurso está nas regras do jogo e é utilizado de forma intensa, afirmo que ainda assim aparecem, ainda que em escala menor, falhas de interpretação em muitos lances.

Deixando a histeria coletiva transitória do elenco de lado e passando para o individual, sem querer me meter no trabalho “duzotro”. TALVEZ… TALVEZ… Seja hora de pensar em mais tempo do Vinicius Jr em campo nas próximas partidas. Acho que já provou inúmeras vezes que não se intimida por conta da pouca idade. O banco parece que fez bem ao Arão, o Berrío já mostrou que é de grande utilidade, Diego Alves parece ter chegado para assumir de forma incontestável a posição, apesar do sentimento de todos nós ser de que dava pra chegar naquele chute do gol. A zaga precisa ir ao terreiro mais próximo, porque tá difícil de firmar uma dupla por ali por conta de lesões ou leseiras aqui e acolá. E Homão da Porra… Ah… Tá perdoado. Eu sou benevolente (sou) ou posso julgar exagero e faniquito do lado de cá na arquibancada ao ver gente sugerindo banco pro cara? Tudo baseado nos quatro pontos que nos escaparam pelos pés dele no lance de ontem e no pênalti perdido contra os porquinhos. Pra mim (extremamente suspeito) ainda tem bastante crédito.

Bora torcer.

Isso aqui é Flamengo.

PETISCOS

. TENSÃO NO AR. Prevejo clima tenso no jogo contra o Santos, por conta de todo o clima criado após o pênalti marcado e desmarcado na Copa do Brasil. Vamos observar.

. VT ETERNO. Marcius Melhen, humorista que participou da transmissão do jogo na Globo, resumiu bem um assunto muito sério: “Todo jogo a gente leva o mesmo gol”. Belo poder de síntese. Tem que resolver isso pra ontem.

. MANDO DE CAMPO. Hoje rola o sorteio que define a ordem dos mandos de campo da semifinal da CB entre Flamengo e Botafogo. Promete ser o início de todo um blábláblá envolvendo dirigentes, policiamento, imprensa e engravatados dos bastidores. O circo está armado.

. ASSIM QUE SE FAZ. Diego acabou perdendo o gol, mas a troca de passes que antecedeu a conclusão foi de encher os olhos.

. OLHOS DE LINCE. Gioavanni Augusto sofreu algumas críticas, deu umas espiadas pra arquibancada e disse: “São uns três ou quatro”

. CHUVEIRINHO. Aos 35 do segundo tempo a contagem de jogadas aéreas apontava 6 para o Corinthians e 25 (???!!!) para o Flamengo. Segue a dica para o Orlean. Lorenzetti em algum lugar que ainda tenha espaço na camisa.

. DIFERENÇA. Como a gente anda meio carente e depositando nossas fichas todas em bom desempenho do Diego Alves, a jogada que o mesmo protagonizou arriscando o talento com o domínio da bola com os pés gerou só palpitação leve do lado de cá. Fosse o Muralha e teríamos altos índices de ataque cardíaco.

. GENTE MALUCA. Após o trágico acontecimento com o filho do Abelão, e o conseqüente adiamento da partida entre Ponte e fluminenCe, teve um povo doido protestando nas redes por causa do Cartola. A humanidade realmente é um projeto que não deu certo.

PELAS MESAS DO BOTECO

(declarações FICTÍCIAS do pós-jogo)

. BANDEIRINHA. “Sabia que ter esquecido minhas lentes de contato ia acabar atrapalhando meu desempenho”.

. DIEGO ALVES. “Saporra desse lugar aqui é meu”.

. #FlaTT. “A culpa pelo gol perdido pelo Diego é do Márcio Araújo”.

. FIEL. “Como assim erraram contra a gente no Itaquerão? Pode isso, Arnaldo?”

. VINÍCIUS JR. “Jura que eu tive pouco mais que 5 minutos pra tentar resolver o treco? Ah… Esses latino-americanos…”

. ARÃO. “Ih… Acho que eu já posso voltar pra essa bagaça heeeeeinnnnn!!!”

Fonte: Blog do Torcedor: Boteco do Fla / globoesporte.com

Veja mais:

Bruno Giufrida: “Análise: Fla começa bem, mas repete oscilação e sofre; Arão muda cara”

Léo Miranda: “Flamengo e os prós e contras do “jogo posicional””

Variações Táticas, técnicas e essenciais!

André Rocha: “Problemas do Flamengo desconcentram Corinthians em jogo maluco. Empate ruim”

 

Matheus Brum

Ver comentários

  • " Não é nenhum futebol de encher os olhos, mas é uma aula de disciplina tática e de padrão de jogo definido, ainda que não seja lá um esquema que deva agradar muito os defensores do Futebol Arte." -- O dia em que "vulgo" torcedor entender esse conceito, o Flamengo vai ser protagonista em todos os anos... &;-D

  • Os pixulecos são um time de robôs com a inteligência artificial do Tite via Carille. Jogar contra eles é a mesma coisa de um jogar no futebol virtual. Basta driblar algum jogador do sistema defensivo que vai tudo por terra. Isso ficou evidente inclusive no lance que o Jônatas do Patético-PR saiu driblando quase que a defesa toda, o ataque do Cruzeiro quando colocou os caras em apuros e nos lances do Vinícius Júnior ontem contra o apelão e protegido Fagner.

    • Berrio e vinicius tem que ser os pontas velocidade e drible, já Everton ribeiro encaixa melhor no meio com diego e Arão ai tira o inseto do caramujo.

  • Zerei minhas expectativas para esse ano...
    Tá difícil não passar mal ao fim de nossos jogos.
    Melhor ficar na minha, zerar minhas expectativas e torcer menos com o sangue e mais com a razão.
    A razão me diz o seguinte:
    Até agora o "Time" não deu "liga" e MUITAS vezes parece perdido em campo, quanto mais demorar, menos chances de algo realmente empolgante acontecer.
    Não aguento mais essa gangorra doentia... joga mal, joga bem, joga mal, joga bem...
    Esse tipo de oscilação não é mais para essa "época" do ano, em início de temporada. tudo bem, mas agora...???
    Torço pelo Flamengo, mas não posso morrer por isso.

    Descompromissadas saudações.

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