Léo Miranda: “Flamengo e os prós e contras do “jogo posicional””

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O termo já foi dito por Zé Ricardo diversas vezes. Segundo o técnico do Flamengo, o “jogo posicional” é a base de sua ideia de jogo para o Rubro Negro desde 2016. Mas afinal, o que é esse termo e como ele pode explicar o desempenho muitas vezes abaixo do que se espera da equipe, que vê a pressão sob seu técnico aumentar a cada dia?

Jogo posicional nada mais é do que a ideia de que o posicionamento correto dos jogadores é o ponto de partida para realizar os ataques e defesas do Fla. Isso significa que todos precisam estar sempre posicionados numa determinada região, seja para trocar passes, seja para defender, seja para cruzar. Abaixo, um exemplo: a saída de bola do Fla acontece com Diego recuando junto aos volantes, os laterais espetados e os dois Éverton flutuando por dentro. Todo mundo obedecendo uma posição, “jogando posicionado”.

Tudo no futebol tem um objetivo. Jogar assim ou assado sempre é uma questão de escolhas e tem um porquê por trás. No caso do Flamengo, esse “jogo posicional” tem como objetivo fazer a equipe ter o controle do jogo por meio da posse de bola e faz o Fla agredir o adversário em seu campo. Uma postura “de time grande”, um jogo de elaboração e trocas muitas vezes lentas de passe. Roda, roda, roda a bola…até achar um cruzamento certeiro e o gol.

O problema é que esse objetivo não vem sendo alcançado. E muito disso por conta da imposição que o Fla causa aos adversários: ao avançar as linhas e começar a construção ofensiva já no campo de ataque, o Fla manda um recado ao oponente: “se encolha, fique em seu campo que nós teremos a bola”. É um prato cheio para equipes defensivamente bem organizadas como o Corinthians, e funciona bem contra equipes que jogam com encaixes, como o Palmeiras.

Isso faz o Fla ter a bola, mas não ter os espaços em campo. Ao encolher adversários, a equipe se complica na missão de gerar jogos e condições de finalização. Tanto avanço e tanto posicionamento faz o time ficar “previsível” e uma jogada ser acionada: os cruzamentos após triangulações pelos lados. Aqui temos um exemplo: são 6 jogadores no campo de defesa do Corinthians, mas nenhum livre para receber e dar sequência a uma tabela ou tentar de longe. Assim, todo mundo se manda para a área e espera a bola alta. A chegada de Éverton Ribeiro veio para suprir, em partes, essa questão. Mas não é lotando o Flamengo de “camisas 10” que isso será solucionado. O futebol depende também dos espaços para ser jogado. Sem infiltrações, Éverton não consegue dar um passe mais vertical e acaba triangulando pelo lado e…cruzando.

Existe uma outra questão, essa de cunho cultural. Será que o brasileiro gosta de times que valorizem excessivamente a bola? Vendo o próprio Flamengo: a referência óbvia é a grande equipe de 1981, mas será que esse time deu certo porque tinha a bola e era agressivo na mesma proporção? Pegando outras equipes históricas do Flamengo (e do próprio Brasil), a agressividade e os gols estavam presentes como traços marcantes. Nunca o controle de jogo foi um aspecto chave para o sucesso no Brasil.

São pontos que ajudam a explicar a pressão quase que absurda que Zé, dono de aproveitamento invejável, sofre. Além disso, escolhas e coletivas também desagradam torcedores. Talvez o momento seja de entender que o futebol também é feito de um ativo importantíssimo: o torcedor. E para ele, o jogo posicional importa menos que um Flamengo um pouco mais agressivo, tendo ou não a bola.

Fonte: Blog Painel Tático / globoesporte.com

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  • Tudo tem seus prós e contras…se o Diego não perde outro gol feito, o esquema teria sido perfeito.

    • dois, né, tem o jogo contra o palmares…. seriam 8 pontos pro corinthians e o terceiro lugar garantido.

      • Se juntar todos os “se” e falhas do time até o jogo contra o Palmeiras… Já estávamos a 12 pontos do Corinthians antes dessa partida. Não dá pra colocar a culpa pela distância num único jogador.

  • Hauauahaua. O cara falou falou falou e nao disse porrah nenhuma.
    Hauahuauaua
    Tipo a mae leva o filho no medico com uma picada. Dai o medico fala. Isso eh picada de inseto.
    A mae pergunta o que eu faço?
    O medico responde. Nao sei. Soh sei o diagnostico.
    Eu quase achei que no final da analise ele iria mandar a seguinte retorica.
    Sabe como faz pra corrigir!? Pergunta la no posto ypiranga

    • Pensei a mesma coisa!

  • Painel tático foi fraco… Não adianta posicionar os jogadores, mas não treinar a movimentação desses jogadores. O Barcelona mantém a posse de bola, mas é um time agressivo, porque os jogadores se deslocam de um ponto A para um B, de um B para C, de C para A, tudo treinado como em um rodízio de fustal. Além do que o Flamengo se excede em passes laterais e para trás. Se o estudioso procurar estudar, descobrirá que fundamental no tikitaka, sao os passes diagonais, pois facilitam a penetração e infiltração. Jogador como Márcio Araújo não tem função nesse tipo de jogo. Assista o Replay de Flamengo e Corinthians e observe quantas vezes o Márcio Araújo deu as costas e se “marcou” na saída de bola da defesa do Flamengo. Ontem, na minha humilde opinião o técnico deveria ter substituído o Márcio Araújo e não o colombiano.

    • Exatamente… o cara “se marca”… Dá as costas pra saída de bola e se aproxima de um atacante adversário. Isso é inadmissível pra um profissional do futebol, seja ele de qual posição for…

  • Fla jogou bem só o segundo tempo com Berrío, V.Jr e Arão armando as jogadas e marcando, partindo para o ataque sem medo, com ousadia! Os laterais e volantes comprometeram mais um jogo do Fla por falta de marcação e posicionamento errado.

    • O que as pessoas nao entende é, o time ter posse de bola e acuar uma equipe no seu campo de defesa não é jogar bem. Te pergunto, qts boas jogadas o flamengo criou no segundo tempo ?? quantos chutes o cassio teve que defender??? é uma posse de bola que nao serva para nada, vimos isso em varios jogos. Tanto que na libertadores, dos 3 jogos foras de casa, jogamos bem em todos (tivemos posse de bola), porem nao conseguimos nem empatar nenhum desses jogos. E outra coisa, o time do corinthians é isso dai, faz um gol e se fecha pra jogar no contra ataque, foi assim contra o palmeiras também, so por que lá o contra ataque deles funcionou, isso sem falar que o corinthians estava sem o JAdson.

  • Ótima análise, mostra de forma didática porque o time roda a bola sem encontrar espaços. Só achei que deixou escapar um detalhe: um dos motivos da previsibilidade do Flamengo é que os jogadores não se desmarcam. Quando se aproximam de quem tem a bola, normalmente estão “encaixotados” pela marcação, como na primeira imagem, onde os dois Evertons aparecem cercados por três jogadores. Os laterais, que poderiam ser opção, esperam a bola na ponta e os volantes não fazem a ultrapassagem. As possibilidades de jogadas ficam limitadas. Se tenta sair jogando pelo meio, aumenta as chances do adversário recuperar a bola e armar um contra-ataque, se abre nos laterais termina em chuveirinho.

    Outro problema é o distanciamento das linhas e a lentidão na recomposição. Por essa razão tomamos gols praticamente idênticos nos últimos jogos, com bolas nas costas da zaga. Concedemos os espaços que raramente encontramos. O que faz questionar o posicionamento do “jogo posicional” do Zé Ricardo.

    • E um adendo: Vontade. Tiveram 2 contra-ataques que vi Éverton, Guerrero e Diego contra 8 jogadores do adversário. Onde estavam os outros jogadores do Flamengo?

      Já num outro contra-ataque do rival no primeiro tempo, tiveram pelo menos 5 jogadores do rival avançando, contra apenas 4 do nosso time, que quase resultou em gol.

      Abrindo um parêntese bastante pertinente: Márcio Araújo NUNCA joga pelo time. Ele joga por ele mesmo. Quando ele foi pro banco, passava a correr muito e era até elogiado por parte da torcida. Atualmente, como no lance do gol, basta ver o quanto Réver e Pará correram pra tentar impedir o Jô e ver no replay o Caramujo trotando e desistindo da jogada que é a única coisa que ele deveria fazer em campo e não faz.

      • Mas esse defeito o flamengo tem ha muito tempo.
        O flamengo sempre ataca com 3 ou quatro jogadores. Pq a compactuacao eh mal feita e a recomposicao eh a parte mais importante pro zeh. Entao se o time nao eh compacto, nem se recompoe bem. Qual eh a saida? Atacar com poucos e dicar plantado com o resto.
        Excluindo obvio aquele abafa de perdedor mas que raramente surte efeito pois tem 11 adversarios entrincheirados. Vejo outeos times atacando em bloco. 4. 5 e as vezes ate 6.

        • Deixa eu adivinhar: o único jogador que tá com o braço levantado?
          Todo jogo é assim, ele indica o que os outros vão fazer, ele desiste da jogada pra pedir impedimento ou posse de bola pro juiz e levanta os 2 braços pra lamentar gols sofridos.
          Mostra claramente que ele tá na profissão errada. Quem trabalha com os braços levantados é maestro de orquestra, não jogador de futebol

          • Caminhando e gesticulando, como sempre acontece quando é vencido… Ainda não sei o que vê quem diz que esse cara tem raça e é cão de guarda…

      • Concordo com tudo, embora ache que o problema é mais tático que de vontade. Com relação ao Marcinho, tem vários vídeos que mostram ele largando a marcação do adversário ou voltando pra defesa caminhando enquanto o time é atacado. Venderem esse cara como “cão de guarda” é uma das maiores mentiras que já vi.

    • Coisa que o nosso adversário faz, e muito bem (movimentação)… sempre reclamei disso, melhorou um pouco… mas precisa tirar um jogador pra isso melhorar mais e botar para treinar…. tira o Marcio e coloca o Ronaldo, não quer colocar o menino… coloca qualquer um…. mas é necessário tirar esse cara do time… a torcida precisa para de ser passiva com isso!!

  • O Diego está sobrecarregado! Será que era ele pra chegar naquela bola ou o Guerrero, que é um centro avante? Mesmo o Guerrero joga mais fora da área do que deveria! O time tá totalmente desorganizado, ninguém consegue exercer bem sua função em campo.

    • Fla jogou bem só o segundo tempo com Berrío, V.Jr e Arão armando as jogadas e marcando, partindo para o ataque sem medo, com ousadia! Os laterais e volantes comprometeram mais um jogo do Fla por falta de marcação e posicionamento errado, aí sobrecarrega o Diego e Guerrero que voltam demais para marcar, não eram para passar do meio campo se o sistema defensivo fosse bom ou ótimo.

    • Abobrinha, o time gira, vai mudando as posições, tirar a previsibilidade das jogadas.

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