Independência, um título para o Fla e o bem do nosso futebol

Caros Rubro Negros,

Amanhã jogamos a primeira partida da final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro em busca do tetracampeonato na competição nacional. E por todo trabalho feito no Mais Querido não tenho dúvidas que um título do Fla é uma benesse não apenas para o clube carioca, mas também para o futebol brasileiro como um todo.

Cerca de um ano atrás escrevi uma coluna “de 7 de Setembro” falando sobre a independência Rubro Negra. Uma independência sobre as mazelas da incompetência e sobre os grilhões do amadorismo. Coincidentemente, mesmo entre altos e baixos, estamos agora, nesta mesma data comemorativa, um ano depois, na final pelo primeiro título relevante fruto dessa independência.

Notem que as práticas administrativas hoje fomentadas na gestão Rubro-Negra, tão dignas de elogios da mídia especializada, há muito são aplicadas no mercado. Infelizmente o nosso futebol é tão atrasado que a implementação de de conceitos usuais em outros setores é algo digno de espanto, enaltecimento e aplausos. Conceitos esses que considero um caminho para muitos títulos e glórias.

Certamente alguns dirão nesse ponto que o Flamengo ainda não ganhou nenhum título de expressão baseado nesse conceito. Outros dirão que a Copa do Brasil sequer é um título de expressão e que, diferente do Brasileirão, onde o Fla está muito longe do título, o torneio de mata-mata permite que times mais desorganizados administrativamente e com elencos mais modestos alcancem o sucesso. E eu digo que, apesar da correção dos fatos em negrito, penso ser errado analisar dessa forma. Para começar, é até engraçado que alguns façam pouco caso da Copa do Brasil por ser um torneio de mata-mata e considerem Libertadores o “Santo Graal”, mesmo ela também sendo um torneio que não é disputado pelo consagrado e chato sistema de pontos corridos.

Claro que a vitória é o objetivo do esporte. Bons resultados são fundamentais. Porém, muitas vezes um gol pode mascarar muitas coisas errada ou enterrar muitas coisas certas. Um ano atípico de uns. Erros que precisam ser corrigidos “dentro de casa”. Detalhes que fazem toda diferença, em especial quando se analisa um único momento. Um lance. Um jogo. Um torneio. Uma temporada. Não me canso de falar como o futebol é algo que traz a emoção da pessoas à tona. E isso faz com que certas análises sejam muito rasas. Muito focadas apenas no resultado. Mas devemos sempre lembrar que o futebol não está programado para acabar em 2017. O futuro tem que ser pavimentado. O pensamento tem que ser de longo prazo, por mais difícil que isso seja em momentos de adversidades.

A verdade é que não existe “receita de bolo” que garanta de forma inequívoca, o título de um torneio para uma equipe de futebol. Esse esporte que tanto nos chama atenção é capcioso. O Clichê “o lambari é pescado e o jogo é jogado” é real. Contudo, como pessoas sensatas que somos, temos que apostar na lógica. E a lógica é que times mais bem estruturados, com bom planejamento e com elencos mais qualificados tem mais condições de estarem brigando sempre por títulos.

E vale lembrar que estamos apenas no “ano 1” no que diz respeito a termos uma condição de elenco, planejamento e estrutura dignos do nosso tamanho e de nossas ambições. Em que pese nossos maiores objetivos na temporada estarem perdidos ou muito muito distantes creio que chegar à final da Copa do Brasil como chegamos, em especial pelo 2º jogo da semifinal, é sim um mérito da força do nosso elenco. Força essa que só pode ser conquistada mediante ao trabalho de saneamento e gestão feito no Rubro-Negro de 2013 para cá. E para quem duvida de que essa final é sim uma prova de melhora lembrem da final contra o Cruzeiro em 2003, na qual o time celeste era um super time e o Fla era um azarão pelo título.

Não tenho duvidas: O Sucesso do Flamengo é o sucesso de um conceito e de um modelo que deve ser copiado, respeitando as diferenças, por todos os clubes. Um conceito de responsabilidade fiscal. De sustentabilidade. E de bons resultados no médio e longo prazo. Para que mantras completamente sem sentido como “quando eramos desorganizados ganhávamos títulos” ou “tem time endividado ganhando” não sejam nada além de motivos de piadas e risos, mostrando como podemos ser pouco sensatos quando o assunto é futebol. Que possamos enfim comemorar a primeira conquista relevante dentro de campo fruto desse grito de independência!

Opine, elogie, critique…Participe!! E se você ainda não é Sócio-Torcedor…faça o seu imediatamente!!! O seu maior benefício é ver um Flamengo cada vez mais forte!!

Pixotada: Caso Ronaldo. Muito barulho por pouca coisa não? O boato é que existe uma rusga com o empresário do jogador por conta de…dinheiro. (Que novidade…). Caso seja verdade, não é a primeira e nem a última vez que possíveis divergências com empresários prejudicam a carreira de um jogador. E, sinceramente, penso que a figura do empresário é algo extremamente pernicioso no futebol, em geral. Quantas vezes vimos clubes, de pires mão, em situação de dependência de empresários? Não sei vocês, mas sou da opinião que o Flamengo tem que se impor. No mais, melhor ele em um time que vai poder jogar do que no Fla sem oportunidades…

Golaço: EBM x CEP. Depois de rusgas, de declarações e atitudes lamentáveis de ambos os lados ( mais do lado de lá, por sinal ) finalmente os presidentes de ambas as instituições tiveram uma atitude mais profícua e mais respeitosa institucionalmente. Vamos torcer que continuem assim. Deixem a fanfarronice, as farpas e as declarações mais provocativas para a torcida.

Sobre a coluna anterior: A despeito de toda polêmica (exagerada a meu ver) que envolveu o goleiro Muralha e outras publicações esportivas continuo achando uma temeridade que ele seja nosso goleiro titular nas finais da Copa do Brasil. Caso isso aconteça, certamente nosso apoio será total. E o medo a cada bola em direção a nossa meta será constante.

Seção Gato mestre: Flamengo 2×0 Cruzeiro. Final da Copa do Brasil. O time do Flamengo vem demonstrando mais confiança e segurança já nesse início de trabalho do Rueda, se tornando novamente um time equilibrado, de alguma forma. Não será um jogo fácil. Mas acredito em uma boa vitória do Fla nesse primeiro jogo da final.

Luiz Henrique Amorim
contato@colunadofla.com