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João Luís Jr.: “A experiência deu errado no laboratório do Professor Rueda”

Não se pode dizer que Reinaldo Rueda não vem tentando dar oportunidades para todos os jogadores no Flamengo. Com exceção talvez de Mancuello, o volante/meia argentino que veio com grandes expectativas e hoje quase merece um quadro “por onde anda?”, e Ronaldo, o volante revelação da base que nunca ganhava chances e, quando ganhava chances, se machucava de maneiras bizarras, quase todo jogador do elenco rubro-negro já jogou ao menos uma vez sob o comando do técnico colombiano.

E ainda que os graus de utilização e a maneira como foram utilizados possa variar – desde ideias mais convencionais, como Éverton Ribeiro na vaga de Diego ou Trauco na lateral esquerda, até conceitos mais ousados e questionáveis, como Vaz e Gabriel de laterais, mostrando que jogar mal em várias posições também é um tipo de polivalência -, não deixa de ser importante que um técnico recém-chegado e que ainda está conhecendo a equipe busque entender melhor seu grupo, conhecer seu repertório de jogadores, dar a cada um uma chance de mostrar por que merece uma vaga num Flamengo com tantas opções.

Contra o Botafogo aconteceu novamente. Num Flamengo poupando titulares para o jogo de quarta-feira contra a Chapecoense pela Sul-Americana, novas chances foram dadas para Trauco, Vaz, Rômulo, Geuvânio, Éverton Ribeiro e até Matheus Sávio. E, ainda que não se possa avaliar muito criticamente jogadores que estão atuando sem entrosamento e com pouco tempo de treinamento coletivo, algumas coisas podem ter já começado a ficar claras para Rueda não só para a reta final de 2017, mas também para a montagem da equipe em 2018.

Na defesa, bastante perdida, nem Trauco nem Vaz devem ter causado boa impressão no treinador. O primeiro porque segue com mais potencial para atacar do que para proteger, precisando ainda evoluir muito na marcação, ainda mais se quiser convencer um técnico que parece preferir laterais mais defensivos. O segundo porque, bem, Rafael Vaz consegue ser, talvez até mais do que Márcio Araújo, um jogador que não perde uma chance para mostrar que não merece estar no Flamengo. Desleixado, confuso na marcação, sempre propenso a erros infantis, ele claramente foi uma solução extrema para um problema pontual, que precisa ser deixada para trás o quanto antes.

No meio, Rômulo, que havia vindo com fama de solução, segue sem conseguir mostrar a que veio, assim como Geuvânio, talvez uma das contratações mais desnecessárias do ano, que lentamente vai mostrando que não veio para disputar posição com Berrío ou Éverton no campo, mas sim brigar com Gabriel no banco e no ranking de jogadores que mais irritam o torcedor rubro-negro.

Já Éverton Ribeiro, apesar de ter começado com algumas boas partidas, principalmente na vitória contra o Vasco, vem caindo de produção e não consegue se encaixar ainda na equipe, apesar de ser daqueles jogadores com quem certamente vale ter um pouco mais de paciência, assim como Matheus Sávio, que, apesar de ainda não ter convencido em nenhuma atuação, pode ainda ter potencial para contribuir com a equipe, se não continuar abusando das chances.


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No geral, a primeira derrota de Rueda serviu para mostrar um time desentrosado, apático e com alguns jogadores que não parecem ter condições de vestir a camisa do Flamengo. Porém, se essa derrota for o preço que pagamos para que Rueda faça as observações que precisa e o Flamengo jogue melhor tanto quarta-feira, contra a Chape, quanto na final que tem pela frente e em 2018, pode ter valido a pena. Só nos resta torcer para que sejam esses os resultados e não tenhamos apenas, como já aconteceu outras vezes nesse Brasileirão, atirado três importantes pontos pelo ralo, enquanto jogadores como Vaz e Geuvânio davam descarga.

Fonte: Blog Isso Aqui é Flamengo | ESPNFC

Matheus Brum

Ver comentários

  • Na próxima temporada pode ter certeza que por ele boa parte desse elenco some do time...

    • Levando em conta o histórico da diretoria no quesito de renovação do elenco, eu não teria um pingo de esperança que essa reivindicação seja atendida.

  • Boa análise. Só não se pode é culpar só o professor pela derrota que não foi apenas pelo fato de ter escalado um time misto mas pela apatia e falta de tesão do jogadores que entraram em campo. Duvido que a Chape e afins não gostariam de contar com um time como esse que entrou em campo contra o bostinha.

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