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Marcos Almeida: “Flamengo deve desculpas a seu torcedor”

Ganhar é animal! Independentemente da situação, do adversário; a gente ganha e fica feliz. Lembro-me de 2009, começo do Campeonato Carioca. Jogo modorrento, em Volta Redonda, e empatávamos com o Bangu até os acréscimos, quando o monstro Ronaldo Angelim subiu e testou na rede. Euforia solitária em minha casa, em São Paulo, na tarde de um dia de semana qualquer. O Flamengo venceu! No auge da minha menoridade, ainda isolado de outros rubro-negros da Paulicéia, resolvi ir ao Canindé ver Portuguesa e sei lá quem. Deu Lusa, Mengão já havia ganhado, e todos saímos do estádio sorridentes. Não havia grande importância naquilo, mas vencer faz o nada valer seu dia. Nem sempre.

15 de outubro de 2017, o Flamengo volta a ganhar fora de casa depois de mais de 3 meses. 99 dias, 11 partidas. O árbitro apita o final do martírio e reação imediata é gritar uma série de palavrões, desejar um mal impensado àquele conunto e torcer para que considerável parte dele nunca mais ouse vestir as cores do Clube de Regatas do Flamengo. Demos a sorte de ter enfrentado a Chapecoense, time que menos sabe jogar contra o Mengo no planeta.

O bando em vermelho e preto envergonha seu torcedor. A amargura é tamanha que, em um domingo de vitória, o sentimento não foi de alegria. Alta dose de alívio, maior ainda de desgosto. Diante de uma equipe muito fraca, só faltou Juan em nosso XI titular.

Jogamos com a trinca de astros – Diego, Guerrero, Everton Ribeiro. A sensação que deu? Lucas Paquetá cabe na vaga de todos. Trio preguiçoso, despreocupado, distante do “aqui agora” de uma partida do Mais Querido. Praticando futebol por hobby, cientes da superioridade técnica, e nada mais. São calejados, já aprenderam que o resultado do Flamengo não interfere, em nada, em suas vidas. Se mexe com a de milhões de torcedores, azar dos apaixonados. O salário vem gordo, cai em dia, e morar no Rio de Janeiro é uma delícia! Pra melhorar, ainda tem gente que idolatra, pede pra tirar foto, autógrafo, dá até comida de graça às celebridades da bola. Como se precisassem.

Em péssima fase, Diego garantiu a vitória. Deve ainda, e muito, à Nação. Chegou a 6 gols no Campeonato Brasileiro, igualando a marca de Paolo Guerrero – o centroavante do pivô, da criação de jogadas, dos R$900mil por mês, dos cartões amarelos, dos chiliques, da esperança de um país inteiro. De tudo, menos gols de gente grande a favor do Flamengo (contra o Bonsucesso, é artilheiro de elite).

Muito pior que os dois, Everton Ribeiro. Arrogante, prepotente, descuidado, tocava a bola como um pombo bica uma migalha de pão. Teve um pênalti para bater, e aí ninguém nega que é nosso melhor cobrador (ainda mais com a baixa qualidade de Diego e Guerrero nas penalidades máximas). Confiante, displicente, recuou para as mãos de Jandrei. Apático, promoveu um fenômeno inédito na história terrestre: fez com que a torcida acreditasse mais no futebol de Gabriel que no dele.

Era Everton Ribeiro o escolhido para ser trocado pelo camisa 17. De última hora, o treinador optou pela saída de Diego, provavelmente para que o meia deixasse o gramado sob aplausos. Já com Gabriel em campo, o Flamengo de Rueda repetiu a famosa jogada criada pelo esquadrão de Zé Ricardo, no primeiro semestre:

Salvador da pátria, no lance, Rafael Vaz é um coitado. Não tem condição de defender o Flamengo, tampouco culpa por pertencer ao elenco. Do meio pra trás, foi o que mais incomodou. Não o único. Trauco ainda precisará fazer muito para ser visto com bons olhos. Já Pará realmente deixou de compreender os lados do gramado. Dessa vez não fuzilou a própria meta, mas deu um toque sutil na hora de bater ao gol adversário, da mesma forma que recuou com ímpeto, à queima-roupa, em lance assaz perigoso, ao herói da tarde.

Diego Alves talvez ainda não tenha se mostrado o goleiro pelo qual todos esperavam, mas esbanja algo importantíssimo, e que só ele tem no grupo: Indignação. Não é raro vê-lo cobrando os companheiros, esbravejando, esmurrando o ar incrédulo com o que esse time produz, ou deixa de produzir. Ganhou o jogo para o Flamengo, coisa que não acontecia há mais de ano. Desde Muralha contra o Cruzeiro, em Cariacica.

Obrigado, Diego Alves! Afinal, com o Flamengo de 2017 é assim: ganha quem perde menos oportunidades de vencer. A Chapecoense perdeu todas, o Flamengo deixou de perder uma. Um a zero, placar final. Não que o time tenha buscado a vitória, apenas não deixou que ela escapasse.

Alívio à alma, frustração ao coração, provável alegria ao presidente. Ao menos ontem, o investimento pesado valeu a pena. É de se tirar o chapéu à administração Eduardo Bandeira de Mello que conseguiu trazer Diego Alves, Diego, Guerrero e Everton Ribeiro ao mesmo time. É de se lamentar, enraivecer, e criticar muito essa própria administração, que não os cobra, não exige mais, e acredita que todo o trabalho possível já foi realizado. Que jogadores renomados com salário em dia são o suficiente para fazer do Flamengo uma potência.


Veja mais:


A prova está aí. Fim do tabu fora de casa, reencontro com a vitória após 4 partidas. 3 pontos na conta e a manutenção da exuberante sétima colocação na tabela. Agora o Flamengo encurtou para 15 pontos a distância ao líder!

15 de outubro de 2017, 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Se aceitaremos, é outra história. Peçam desculpas a nós.

Fonte: Blog Nosso Flamengo | espnfc

Matheus Brum

Ver comentários

  • Texto sem noção Diego fez esforço grande p poder jogar ontem mais um sem noção defecando pela mão

  • E o que Palmeiras e Galo, o que tem a ver com isso.
    Aqui é coluna do Flamengo, Palmeiras e Galo é problema dos torcedores deles.

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