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Gerson foi vítima de racismo na vitória do Flamengo em cima do Bahia, por 4 a 3, no domingo (20). O colombiano Ángel Ramirez chamou o jogador de “negro”, em tom pejorativo. Mano Menezes, então técnico do Tricolor, refutou a denúncia do meia rubro-negro e disse que o camisa 8 do Fla estava usando de “malandragem“. O jornalista André Rocha, do Uol Esporte, apontou preconceito estrutural no treinador, pelo termo utilizado e pela descrença no atleta do Fla.
““Malandragem”. Nada do que aconteceu domingo no Maracanã foi mais simbólico para escancarar o racismo estrutural brasileiro que o uso desse termo. Um rótulo decalcado na pele dos negros desde a abolição da escravidão no Brasil. Entregues à própria sorte, sem integração nas regras de uma sociedade baseada no trabalho assalariado na virada para o século XX“, escreveu o colunista, antes de prosseguir:
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“Como buscar uma ocupação sem acesso à higiene básica, roupas adequadas, formação básica para um ofício? O ex-escravo foi jogado nas ruas e culpado pelo descaso do Estado. Assim recebeu o estigma de “malandro”, de só trabalhar sob ferros. De se refugiar em favelas e buscar soluções “clandestinas” para viver. Ou sobreviver“, ponderou.
Além disso, André Rocha demonstrou incômodo com o fato de Mano Menezes acusar Gerson de ‘malandragem‘. Isso porque, o treinador costuma utilizar-se de artifícios, no mínimo, ‘duvidosos‘ para se dar bem em cima de adversários, na visão do jornalista.
“Discurso conveniente na época que reforçou o preconceito. Talvez Mano não tenha pensado em nada disso no calor do jogo. Mas é reflexo de um conceito enraizado. Que precisa ser combatido diariamente, caso a caso. Sem ceder ao discurso que se pretende hegemônico de que protesto contra racismo é “mimimi”. De que a vítima tem que sofrer calada para não causar “polêmica”“, ponderou o jornalista. Ele ainda concluiu:
“Gerson gritou na hora, ajudou seu time a virar o jogo dentro de campo e partiu para o ataque nas redes sociais e na delegacia. Não vai calar a boca, nem deixar barato. E Mano precisa repensar o conceito de “malandragem”. Ele que invariavelmente tenta tumultuar o jogo com reclamações histriônicas contra arbitragem, cola em si uma imagem de “Mourinho brasileiro”, o “Darth Vader” que faz jogos mentais com os adversários. Que busca levar vantagem em qualquer situação, como na antiga “Lei do Gerson”. A nova diz que não haverá refresco para o desrespeito. É melhor se acostumar“, encerrou.
Gerson denunciou Ramirez na justiça comum, e jogador do Bahia irá responder criminalmente pelo ocorrido. O Flamengo informou ter laudo que comprova um ato racista do colombiano, mas contra o atacante Bruno Henrique, pouco antes de ser preconceituoso com o meia do Fla. Desportivamente, o meio-campista do Tricolor também está sendo investigado e pode ter sofrer sanção de, apenas, até 10 jogos.
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