FOTO: COLUNA DO FLA
Por: Letícia Marques e Tulio Rodrigues
Na noite deste sábado (22), o Flamengo conquistou o título do Campeonato Carioca em cima do Fluminense, por 3 a 1 , no Maracanã. Esta conquista corresponde ao 37º Estadual da história do Mais Querido e, além disso, é marcada também como o nono título da ‘Geração Gabigol’ – igualando à ‘Era Zico’, até então, a mais vitoriosa do clube.
Gabriel Barbosa foi a principal contratação do primeiro ano da gestão de Rodolfo Landim, em 2019. De lá para cá, o atacante conquistou o espaço na galeria de ídolos do Flamengo ao empilhar títulos com o Manto Sagrado. Em pouco menos de três anos, foram nove campeonatos oficiais. Este número iguala às conquistas da Geração de Zico, o maior ídolo da história do Flamengo.
Entre 1978 e 1983, o Flamengo teve em Arthur Antunes Coimbra a maestria para comandar o que posteriormente ficou conhecido como ‘Era de Ouro’ ou ‘Era Zico’. Durante esse período, o Rubro-Negro conquistou quatro vezes o Campeonato Carioca, três vezes o Campeonato Brasileiro, além da Libertadores e do Mundial de Clubes. Cinco anos foram necessários para que essa geração se consolidasse.
Gabigol, por sua vez, é o protagonista de uma geração avassaladora que conquistou nove títulos em dois anos e cinco meses – o que dá uma média de um título a cada três meses. De 2019 até maio de 2021, orquestrado pelo camisa 9, o Flamengo conquistou: uma Libertadores, três Campeonatos Cariocas, dois Campeonatos Brasileiros, além de duas Supercopa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana.
As duas maiores gerações do Flamengo estão igualadas em números de títulos. Entretanto, Gabigol tem nos pés a chance de superar a Era escrita sob o comando do maior ídolo rubro-negro, Zico. Até o fim da temporada de 2021, por exemplo, o Mais Querido ainda tem, pelo menos, mais três títulos para disputar: Campeonato Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Caso conquiste ao menos um deles, se consolida de vez como a Era mais vitoriosa do clube.
Com o título do Carioca 2021, a 'GERAÇÃO GABI' iguala a 'ERA DE OURO' com nove troféus! ????????? pic.twitter.com/hR0apnjYvr
— Coluna do Fla | Flamengo (@ColunadoFla) May 23, 2021
Flamengo entre 1978-1983 – ‘Era Zico’:
TÍTULOS:
Mundial – 1981
Libertadores da América – 1981
Campeonato Brasileiro (3 títulos) – 1980, 1982, 1983
Carioca (4 títulos) – 1978, 1979, 1979 (especial – invicto), 1981
Flamengo entre 2019-2021 – ‘Geração Gabigol’:
TÍTULOS:
Libertadores da América – 2019
Campeonato Brasileiro (2 títulos) – 2019 e 2020
Carioca (3 títulos) – 2019, 2020 e 2021
Supercopa do Brasil (2 títulos) – 2020 e 2021
Recopa Sul-Americana – 2020
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RELEMBRE A ‘ERA ZICO’:
A geração de Zico no Flamengo iniciou com a conquista do Campeonato Carioca em 1978, quando o Rubro-Negro venceu o Vasco, nos minutos finais da partida, após o camisa 10 bater o escanteio na cabeça de Rondinelli, que balançou as redes. Este foi o primeiro título e marcou o início da hegemonia do Mais Querido.
Nos anos seguintes, foram mais dois estaduais conquistados, isso porque, houve uma edição especial em 1979, e o Flamengo se consagrou campeão nas duas oportunidades e, em uma delas, invicto. O Campeonato Brasileiro era o que faltava, e veio em 1980. Com essa conquista, o Rubro-Negro teve a oportunidade de disputar a Libertadores do ano seguinte.
1981. O ano mais marcante da história do Flamengo. Sob o comando de Zico, o Flamengo conquistou a ‘Tríplice Coroa’ em 21 dias. O primeiro título foi a Libertadores, logo em seguida, ergueu mais um Campeonato Carioca e, por fim, a conquista mais importante do clube: o Mundial de Clubes.
No entanto, a geração que encantou o mundo não parou por aí e, em 1982 e 1983, conquistou o Campeonato Brasileiro. Este último título, foi o ‘adeus’ de Zico, visto que, logo em seguida, encerrou a primeira passagem com o Manto Sagrado, foi para Itália e deu fim a sua Era.
Existe uma diferença entre as “gerações” Zico e Gabigol. A de Zico era quase toda formada na base do Flamengo. Dos times titulares de 1978 a 1983, somente Carpeggiani, Raul, Nunes, Marinho e Lico não eram formados no clube, todo o restante era. Na reserva de luxo desses times ainda tinha Cantarele, Rondinelli, Jayme de Almeida e Vanderlei Luxemburgo, daquela fenomenal geração de juvenis (atual Sub-20) iniciada em 1971.
A de Gabigol veio toda de fora. Não havia, no time titular de 2019, como não há no atual de 2021, um único jogador formado na base do Flamengo. Todas as crias estão na reserva. Clubes como Figueirense (Filipe Luís) , São Paulo (Rodrigo Caio), Coritiba (Rafinha), Santos (Gabigol, Diego), América-MG (BH27), Atlético-MG (Diego Alves), Corínthians (Arão, ER7), Defensor Sporting- URU (Arrascaeta), Real Club Deportivo Mallorca-ESP (Pablo Marí) e Fluminense (Gérson) foram os clubes formadores do time de 2019.
O mérito dessa “geração” Gabigol (e tb Jorge Jesus e Rogério Ceni, é bom que se diga) foi perceber, no todo e quase que imediatamente, o que é fazer parte de um clube do tamanho do Flamengo, coisa que as crias já conhecem há muito mais tempo. Essa percepção quase imediata foi o que alavancou o grupo para todas essas conquistas recentes. Houve época em que os elencos eram até mais estrelados, com Romário, Edmundo, Adriano, Zé Carlos, Zinho, Petkovic, Athirson, Edilson, Júlio César, Felipe Maestro, Sávio, mas não tiveram a mesma performance por falta dessa percepção coletiva. O que sobrava em alguns, faltava nos outros. Ganhava o Carioca mas lutava pra não cair no Brasileiro. Libertadores? Nem pensar…rsrs Quando TODOS têm o mesmo sentimento, a coisa vai. É o elo que une essas duas “gerações” tão diferentes, o “ser” e a “vontade de ser” rubronegro”. Na minha opinião, por isso se destacaram tanto.