Fabiano de Abreu: “Efeito neuroplasticidade: se mantiver este ritmo, Flamengo terá duas vezes mais torcedores que o Corinthians”

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FOTO: ALEXANDRE VIDAL/ FLAMENGO

Do nascimento até os 24 anos de idade é quando temos totalmente formado o córtex pré-frontal, região na qual temos consciência da escolha que fizemos. Ao nascer, já temos o sistema límbico, região da emoção formada. A emoção é necessária para a memorização, ou seja, quanto mais vitórias o Flamengo tiver, mais inesquecível o time será.

No gol, o sistema límbico aciona o hipotálamo no cérebro, que comanda a produção de neurotransmissores como serotonina, endorfina, dopamina e adrenalina. Estas, por sua vez,  se lançam na corrente sanguínea fornecendo toda aquela emoção da cabeça aos pés.


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A dopamina é o neurotransmissor da recompensa, o mesmo liberado na rede social quando postamos ou ganhamos likes e quando ganhamos um jogo, seja ele jogado por nós ou pelo nosso time.

O que acontece é que ela é viciante e queremos sempre mais, quanto mais vitórias do Flamengo, queremos mais e mais vitórias de forma incessante, por isso somos tão exigentes.

Somos apaixonados pelo nosso time, pois é a mesma região da paixão, o núcleo accumbens, no núcleos da base do cérebro, que libera a dopamina daquilo que vemos e somos apaixonados.

Resumindo: uma criança que tinha 6 anos de idade em 2019, hoje tem 8 anos de idade, e estudos indicam que dos 6 aos 10 é a escolha do time e dois fatores influenciam: família e títulos. Se o Flamengo se mantiver com títulos até 2023, teremos um aumento considerável de torcedores.

A emoção pelo Flamengo já estaria formatando memórias que se definem como engramas, marcas, que consolidam-se e a consciência mantém a escolha do time que melhor fornece a liberação de dopamina. Por mais que no futuro as vitórias não aconteçam, já está formatado, não tem mais volta. Será sempre Flamengo.

O fanatismo da família tem maior influência que os títulos, mas com seus times apagados, o fanatismo adormecido, as crianças tendem a ter a queda pelos títulos, afinal, nosso instinto de sobrevivência busca vitórias, campeões, desenvolvimento e aceitação.

Isto é um neuromarketing com projeção para o futuro, como faço em minha profissão e, já falei lá no Fla… Se continuar assim, estaremos na Premier League, pois Brasil será pequeno, Portugal nem para trampolim e Espanha só para amistoso e treino.

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  • Esse texto foi simplista, e acredito que ingênuo. A premissa faz sentido, mas acredito que as coisas não são tão simples. Vou usar de exemplo o São Paulo. Entre 1991 e 2005 o São Paulo ganhou 3 libertadores, 3 mundias, 4 brasileiros, várias Recopas e supercopas, além de alguns títulos paulistas. É inegável que foi uma das grandes épocas de ouro que algum clube brasileiro já teve na história. Dito isso, tem uma matéria do globo esporte que saiu tempos atrás que mostra num gráfico a evolução nas pesquisas de torcidas, e a do São Paulo se manteve praticamente idêntica no período abrangido, que se inicia em 1993 e vai até 2019. Em 1993 a pesquisa indicava o tricolor com 7% de torcedores no país. Se manteve assim até 2005, depois subiu pra 8% com dois picos de 9%, mas estabilizado em 8%. 1 ponto percentual não é praticamente nada na estatística, inclusive está dentro da margem de erro das pesquisas, que é de 2 pontos percentuais. Mas lembro que nos anos 2000 as pessoas falavam que iria acontecer com o São Paulo o mesmo que o autor diz que vai acontecer com o Flamengo. Inclusive lembro de ouvir que seria questão de tempo pro São Paulo ultrapassar o Corinthians em tamanho de torcida. E isso esteve muito longe de acontecer. Resumo da história, essa correlação direta entre conquistar títulos e ter uma guinada no tamanho da torcida provavelmente não é válida.

  • Com as redes sociais fazendo parte da vida das pessoas cada vez mais cedo, um projeto vencedor do Flamengo como o atual, mantido a longo prazo, fará o Mais Querido expandir sua torcida. Imaginem a força do efeito visual de ver o clube empilhando títulos um atrás do outro na mente dos mais jovens. Meus primeiros contatos com o Mais Querido foram ainda na era do radinho de pilha, quando se tinha de imaginar o que estava acontecendo ao ouvir os saudosos narradores esportivos. A molecada de hoje é privilegiada.

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