Erasmo, o Tremendão de Rotterdam, dizia que o homem é tanto mais feliz quanto mais numerosas são as suas modalidades de loucura. Nunca fiz um diagnostico completo das minhas próprias modalidades de loucura, mas uma delas em especial tem me motivado a fazer muitas escolhas erradas. Falo da loucura vermelha e preta que ontem mais uma vez me obrigou a negligenciar as relações familiares.
Se arrependimento matasse… Quem como eu almoçou correndo e deixou de paparicar a mamãe como se deve pra assistir ao Fla x Flor não foi apenas um filho desnaturado, foi também um otário que fez um péssimo negocio. Valia muito mais encarar outro prato de empadão, macarronada, meninico de carneiro, boeuf bourguignon ou manjar branco do que subtrair 90 minutos de convívio familiar pra ver aquela pernadepauzagem desenfreada no já castigado gramado do estádio de 1 bilhão de dinheiros. Foi uma peladinha das mais sem graça, que deve ter dado um trabalho imenso aos editores de TV incumbidos de separar 3 minutos para os melhores momentos.
Jogos ruins desse time do Flamengo não chegam a ser uma surpresa. Mas o Flamengo é o Flamengo, tem impresso no seu código genético uma infinita capacidade de se exceder, de superar e reverter expectativas. Ontem o Flamengo conseguiu ser péssimo. Todo bagunçado, sem um plano de jogo objetivo, ofereceu pouca resistência às meninas de Laranjópolis. O que não chegou a ser surpresa pra ninguém.
Meu maior temor era que Mugni mais uma vez não segurasse a onda de começar jogando. Temor que se confirmou logo nos primeiros movimentos do clássico interdivisional. Nossa rapaziada não pareceu estar nem um pouco a fim de serviço e a rapadura foi entregue às moças sem maiores negociações logo de cara.
A entrada do Mugni no time provocou aquele fenômeno do a-ha em muita gente. Como o Mugni sabe jogar bola com ele em campo fica fácil perceber que seus companheiros do meio de campo não sabem. Ficou muito claro que el pibe Mugni não vai resolver nada sozinho, que ele precisa que haja mais alguém ao seu lado que seja fluente na linguagem da bola para dialogar. E olha que o argentino manteve-se à altura dos seus companheiro e não jogou nada.
Vou poupa-los de uma analise individual de cada jogador, não estou a fim de falar mal de ninguém, mas não pude deixar de observar que nosso goleiro pelo alto é um inútil. Onde já se viu levar gol de cabeça dentro da pequena área? Após o lance do 1º gol delas fiquei imaginando como é que o Felipe faz pra trocar uma lâmpada queimada na casa dele. Mas nada de crucificações, o time todo foi mal.
Mas se tem alguém no Flamengo que precisa mostrar serviço imediatamente esse alguém é o Jayme. Sem resultados não há diretoria, por mais comprometida com projetos de longo prazo ou economia de recursos, que possa segurar a sua cabeça sobre o pescoço durante muito tempo. Sua batata já está douradinha. Claro que essa advertência pode ser estendida aos cartolas do futebol, porque já passou da hora de trazerem reforços pro time. Vamo se ligar no serviço aí, rapaziada!
A semana promete.
Fonte: Urublog