ZR entre a cruz e a espada no Flamengo

Caros Rubro Negros,

Depois de uma pequena calmaria cá estamos nós de novo no olho do furacão. Após uma frustrante sequência de 3 jogos fundamentais com apenas 2 pontos ganhos a fúria da torcida recai sobre o time e em especial sobre o técnico, entre erros e acertos, cada vez menos desfruta de prestígio com parte da Nação, que joga toda a sua frustração nas costas do técnico.

Sobre o jogo de ontem: O time foi bem ofensivamente. Tentou. Virou o jogo. Procurou tabelas. Cruzou. Valorizou a posse de bola. Marcou pressão em algum momento. Tentou batidas de fora da área. Defensivamente falhou. Tomou 2 gols em 2 contra ataques, nas costas dos laterais ( por sinal os últimos 3 gols sofridos pelo Fla foram assim. Isso é um problema a ser corrigido pra ontem. Mas isso é assunto pra outra coluna). Perdemos um pênalti. Fomos claramente prejudicados pela arbitragem. E o resultado positivo não veio, infelizmente.

E aí, a sombra do mal resultado, aparecem alguns falando que o time não tabela, não faz triangulações, SOMENTE cruza bolas na área, que não tem padrão nem organização tática. Ou seja, repetindo críticas de outros momentos ou ditas por outras pessoas. Vejam só: Além das ponderações que fiz na coluna anterior sobre a questão da suposta falta de tabelas e organização tática, essa crítica simplesmente não é aderente a realidade do jogo de ontem. Parece má vontade. Falta coerência em algumas críticas.

Um exemplo prático: “O time não faz tabelas para tentar o jogo pelo meio, é mal treinado, culpa do ZR.” Ai sai uma tabela e o sujeito fala:“O time vive das individualidades dos jogadores”. Isso é birra. O Zé Ricardo esta em uma situação tal com parte da torcida que é praticamente impossível ele “acertar”. E isso só prejudica a todos os envolvidos. Outro exemplo: As mexidas. Vi criticas irascíveis as mexidas do ZR ontem. Mas não vida nada de absurdo. O Geuvânio entrou ( e bem ) no lugar do ER, que inclusive sentia uma pancada recebida no primeiro tempo. O Berrio entrou no lugar no MA, vejam vocês e a ideia era montar o tal do 4141 que muita gente pede. Sem o MA. E por fim, entrou o Mancuello no lugar do já cansado Everton. Não vi motivo nenhum pra drama. As mexidas não foram descabidas e, em algum ponto, atenderam os pedidos da torcida. E mesmo assim, uma avalanche de críticas. Atribuindo a queda de desempenho do time as alterações, o que eu acho um erro.

Nem vou falar dos bodes expiatórios de sempre, MA e Vaz. Tomamos dois gols, nas costas dos 2 laterais. E o xingamento tem que ir para o MA e o VAZ? Isso é perseguição, pura e simples. A falta de bom senso é tamanha que até falar em meritocracia pra criticar o ZR por não ter começado o jogo com o ER no banco eu vi. ( Por sinal, também acho que vale a pena uma coluna futura falando sobre o MA ).

A verdade é que grande parte das análises, ainda mais no furor da emoção,  são feitas com um grande vício de origem: muitos  adaptam uma análise ( ou uma ideia fixa ) ao resultado do jogo ao invés de analisar o que foi o jogo para tentar compreender melhor a partida e o resultado. Isso é errado.

Vou repetir aqui algo que já falei em outras colunas: O Flamengo está jogando aquém do que pode jogar. Existem problemas. Existem erros. Mas não é criticando”errado” que vamos chegar a algum lugar. Não é criticando por criticar. Nem cornetando. É analisando com a cabeça e não com o fígado. Sendo ponderado. E aqui fica a critica: É impressionante a falta de interpretação que algumas pessoas tem. Ser ponderado e criticar o que de fato esta errado é diferente de ser defensor, ser cego, etc. É ser justo. Correto. E responsável.

E assim, novamente o imaginário da torcida está a mil com nomes de possíveis substitutos para o comando do time Rubro Negro. De alguns poucos minimamente razoáveis a absurdos como Marcelo Oliveira e Roger, que, pasmem, está em vias de ser demitido do Galo e aparece na mente de alguns como solução para o Flamengo. Felipão, Autuori e Luxa são pedidos. Uma barbárie. Sem falar nos estrangeiros de praxe. Sempre sem se levar em conta as diversas questões que existem na troca de um técnico no meio da temporada. Por sinal, sou da opinião que trocar de técnico no meio do ano é algo temerário e só deve ser feito em último caso. Isso sem falar na supervalorização da figura do técnico por essas bandas.(Pretendo também fazer uma coluna a esse respeito outro dia).

O ponto é que a irritação de parte da torcida se elevou a níveis bem altos. A panela de pressão apitou. Os resultados não são bons. Não atendem as expectativas criadas em torno desse elenco. E a conta do ZR, de forma justa ou não, vai aumentado. Não importa o que faça, para alguns, não existe acerto. Está definitivamente entre a cruz a espada.

Opine, elogie, critique…Participe!! E se você ainda não é Sócio Torcedor…faça o seu imediatamente!!! O seu maior benefício é ver um Flamengo cada vez mais forte!!

Pixotada: Bandeira. Não é a primeira. Não é a segunda. É impressionante como nosso presidente tem dificuldade de manter a compostura que o cargo exige em situações de Revés. E não me importa se cartolas de outros clubes ou de outros tempos também faziam isso. Essa postura agressiva não é compatível com o cargo. Também está faltando alguém de bom senso para tirar o Bandeira dessas situações de”bate pronto”. Tipo aquele amigo seu que te leva pra casa quando você bebe demais e vai fazer bobagem.

Golaço: Geuvânio. Estreou dia desses, vem entrando jogo sim e outro também e já deu mostras que será um jogador bem útil.

Seção Gato Mestre: Flamengo 2×0 Coritiba. Se jogar o mesmo futebol apresentado contra o Palmeiras no ataque e corrigir os problemas de compactação que pareciam debelados e voltaram com força nos últimos 2 jogos não tem como não perder.

Pensamento do dia: O Guerrero pode ir embora do Fla. Estão obstinados a não deixar ele jogar futebol por essas bandas. Não são mais marcadas faltas nele. Ele já começa os jogos marcado pela arbitragem. Esquece.

Luiz Henrique Amorim
contato@colunadofla.com