Postado em: 18 de mar de 2013.
É com a política do bom e barato que o Flamengo aposta em Jorginho para comandar o time até dezembro de 2014. E o tetracampeão, de 48 anos, aposta na experiência adquirida na Seleção como trunfo para suportar as pressões até o fim do contrato. O ex-lateral-direito, campeão carioca em 1986 e brasileiro em 87 como jogador do clube, chega com o auxiliar Aílton Ferraz, que também tem passagem pela Gávea. Apresentado pelo vice de futebol Wallim Vasconcellos e pelo diretor Paulo Pelaipe, Jorginho disse que assumir o comando do Fla é um grande desafio, mas garante estar preparado.
– É uma enorme satisfação retornar ao Flamengo após a passagem de 1984 a 89, quando tive a honra de defender o clube. Tive a chance de ser campeão brasileiro, carioca, e jogar com o nosso maior ídolo, que foi o Zico. Ele me ensinou muito sobre como ser profissional, o que é ser profissional. Trabalhamos juntos no Kashima. É uma alegria, grande desafio, mas estou muito bem preparado. Seleção é muito grande em termos de pressão, mas assim é o Flamengo. Joguei aqui, conheço isso. A experiência de Seleção foi maravilhosa, me deixou maduro. Isso tudo foi aprendizado para que eu chegasse preparado para assumir o Flamengo – afirmou.
Sobre seu estilo, Jorginho disse ser motivador e amigo dos atletas e ainda garantiu ser “um vencedor”.
– Você tem que ser grande motivador, ser amigo dos jogadores, mas ao mesmo tempo manter certa distância. Por isso é importante ter um auxiliar, para cuidar de quem está fora. Sou muito disciplinador, gosto muito de disciplina. Com conversa a gente consegue resolver, mas quando precisar vamos bater o martelo. Assim temos conseguido sucesso, ainda que médio. Chego ao clube para ser vencedor, sou um vencedor – garantiu.
O técnico foi escolhido por causa do perfil jovem e de identificação com o clube, e também por se encaixar nas novas diretrizes financeiras. Ele receberá um salário na casa de R$ 300 mil, inferior ao de Dorival Júnior, que não chegou a um acordo de redução salarial e foi desligado na tarde do último sábado. A diretoria vai contratar um preparador físico que vai integrar a comissão técnica permanente do clube.
Aposta na prata da casa
Jorginho falou sobre o trabalho que vai realizar com o time e disse que vai investir nos jogadores que estão no clube – especialmente na prata da casa -, mas não descartou a necessidade de reforços.
– É uma filosofia parecida que tivemos no Figueirense e no América, investindo nos jovens, pagando em dia. Em primeiro lugar, é observar e ver o potencial dos atletas que temos aqui, tentar formar nossa equipe. Dentro da necessidade, trazer reforços. O time não vem de conquistas, sabemos como é importante e estamos aqui para voltar a conquistar.
Jorginho afirmou que seu esquema tático preferido é o 4-2-3-1, o mesmo que vinha sendo usado por Dorival:
– Mas temos de variar de acordo com o adversário. Dentro de uma partida, podemos ter até três esquemas.
Ele também respondeu a questionamentos sobre a necessidade de o Flamengo, campeão pela última vez no Carioca de 2011, ganhar títulos.
– Precisamos de resultados, não estamos apenas com foco no Carioca. Temos foco na Copa do Brasil e no Brasileiro. Precisamos fazer com que a maior parte dos jogadores esteja preparada para desafios maiores. Alguns mais experientes dando suporte para os jovens. Sabemos que vamos conviver com objetivos e resultados de um grande clube. Aílton e eu vivemos essa pressão em grandes clubes a vida inteira.
O treinador comentou ainda sobre as duas recusas ao Flamengo, em 2009 e 2012.
– A grande mudança é que eu estava livre, sem nenhum compromisso. Em 2009, estava na Seleção, decidi que era quase impossível assumir duas coisas tão grandes. Qualquer coisa poderia respingar aqui ou lá. Fui convidado pelo Marcos Braz, mas conversando com Dunga chegamos à conclusão que não era o momento. No ano passado, tinha o compromisso com o Kashima Antlers até dezembro.
A carreira
Ex-lateral-direito do Flamengo, Jorginho iniciou sua carreira de treinador no mesmo clube no qual se tornou jogador profissional: o América. Em 2005 e 2006, teve boa passagem pela equipe e ficou marcado por uma polêmica ao querer mudar o mascote do clube. Evangélico, tentou substituir o diabo por uma águia. Jorginho deixou a equipe para ser auxiliar técnico de Dunga na Seleção que acabou eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Pouco depois do Mundial, foi anunciado pelo Goiás, mas foi demitido dois meses depois, com o time praticamente rebaixado para a Série B do Brasileiro. Em março de 2011, acertou com o Figueirense e teve boa campanha no campeonato nacional, ficando perto de conseguir a vaga na Libertadores. Depois, acertou com o japonês Kashima Antlers (clube que já tinha defendido como jogador) e ficou ao longo de toda a temporada 2012. Lá, foi apenas o 11º colocado no Campeonato Japonês, mas levou o título da Copa da Liga Japonesa.
No início do mês, ele visitou os centros de treinamento de Barcelona e Real Madrid “em busca de reciclagem”.
Fonte: GE
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