Qual o valor do Ferjão 2017?

Caros Rubro Negros,

Finalmente o Ferjão 2017 acabou. E que forma melhor dessa pataquada acabar do que com o Flamengo campeão? Agora, passada a euforia que um título sempre traz, conclamo meus leitores para fazermos mais uma reflexão sobre o valor de mais essa conquista.

Há um bom tempo existe uma acalourada discussão acerca dos campeonatos estaduais, quanto a sua viabilidade, sua importância, seu formato. Minha opinião sobre esse assunto há alguns anos tende a ser negativa, como expus aqui semana passada. Porém, tudo na vida depende do prisma pelo qual se observa os fatos. Assim, gostaria de fazer uma avaliação sobre esse valor relacionado aos diversos atores que participam dessa obra:

Torcida: Essa quer ganhar até par ou ímpar. Pra eles é tudo festa e qualquer título ainda tem algum valor, em especial quando ganha. Até por que torcida é paixão. Se não fosse assim seria muito estranho. Apesar de entender isso como compreensível e até como fundamental, tenho uma ressalva: Acho pertinente que exista o entendimento do que é de fato importante para o clube e o que não passa de motivos para aquele famoso Bullying regional, cada vez mais efêmero e limitado quando se trata de campeonatos estaduais. Esse entendimento é fundamental para momentos nos quais prioridades devam ser definidas.

FERJ: Pra eles está tudo lindo! Campeonato nota 11 em uma escala de 0 a 10, segundo alguns. Não importa que os times amarguem prejuízos de bilheteria por quase 3 meses por estarem jogando contra adversários de pouca expressão e que estão “em outro plano da existência” no esporte. Tampouco que isso estrangule o calendário das equipes. Sequer se incomodam que o interesse das torcidas pelo estadual é cada vez menor. O que vale é que a FERJ enche o bolso, mesmo fazendo um trabalho bem porco. O descaso é enorme e os problemas são muitos. Um excesso de clássicos de pouquíssimo valor prático no torneio. Nível técnico baixo. Partidas para menos de 1000 pagantes. Brigas “de lavadeiras” entre cartolas. Fórmula horrorosa que vem piorando, alteração após alteração. Chegamos ao ponto que a final do campeonato poderia não ter nenhum dos campeões dos turnos. Poderia também ter um time campeão de ambos os turnos e sequer finalista. Eu nunca tinha visto tanto esforço em prol de debilitar o próprio produto. E esse esforço está sendo recompensado, ano a ano. Qualquer hora dessas os patrocinadores também vão perceber isso. Ai, provavelmente a FERJ vá se importar.

Flamengo: Do ponto financeiro, ser campeão estadual reforçou os cofres com uma quantia de 3,5 milhões de reais e dinheiro é sempre bem vindo. E mesmo que seja um raro caso de time que obteve lucro com bilheteria nesse campeonato, há pouco a se comemorar. Com essa pífia arrecadação de bilheteria o primeiro semestre só não foi ruim por conta do título e da Libertadores, essa sim uma competição que leva muito púbico ao estádio e contribui com o crescimento do ST. E se do ponto de vista financeiro não foi nenhuma maravilha, do ponto de vista esportivo o Ferjão já se tornou um mero capricho a pelo muito tempo…

Elenco e técnico: Esses tem que ficar bem felizes mesmo. Em especial o Zé Ricardo, que há um ano era técnico da base do Flamengo, sendo vencedor da copinha e hoje comemora seu primeiro título como profissional. Mesmo sendo um título menor hoje, certamente traz confiança e paz para todos eles. Confiança que será vital para os grandes desafios que se apresentam para nós no segundo semestre. Sem falar que para quase todos ali é o primeiro título diante da Magnética, em pleno Maracanã. Pura emoção, sem dúvida.

Diretoria: Foi o primeiro passo consolidado de todo o trabalho de saneamento administrativo feito por esse pessoal. É o início da colheita de tudo que tem sido plantado no Fla nos últimos anos em termos de gestão. 2017 é o primeiro ano no qual de fato temos condições estruturais e de elenco para estamos no topo das competições que estamos disputando. E certamente essa conquista serve também para silenciar as cornetas, aquela turma que acha nada esta bom, que sempre encontram algo para reclamar e quase sempre se fazem presentes para azucrinar. Que segunda feira tranquila nas redes sociais!!!

Espero não falar mais de campeonatos estaduais e aproveitar agora o começo do Brasileirão, da nossa participação na Copa do Brasil e do nosso avanço rumo a América. Pelo menos até ano que vem, quando novamente estaremos jogando esse modorrento campeonato que, um dia já foi chamado de charmoso, mas hoje está cada vez mais senil e tacanho.

Opine, elogie, critique…Participe!! E se você ainda não é Sócio Torcedor…faça o seu imediatamente!!! O seu maior benefício é ver um Flamengo cada vez mais forte!!!

Pixotada: Maracanã. É lindo ver o Maraca lotado e a torcida vibrando. Maravilhoso. Mas não tem a menor condição de sermos pilhados da forma que estamos sendo quando jogamos no Maracanã.

Cumpriu tabela: Estádio da Ilha. Mais um adiamento, mais uma vez a burocracia trabalhando contra o Fla. Seria uma pixotada. Mas… surpreende alguém?

Golaço: Guerrero. Esse é o jogador que queremos ver. Tem jogado muito nessa temporada, em especial nos últimos jogos. E na final, foi matador. Uma chance, um gol.

Golaço: Muricy. Bela atitude do nosso ex-comandante ao elogiar o trabalho do Zé Ricardo e admitir que o time não vinha jogando bem. Diz muito sobre o caráter do Muricy e sobre o trabalho do Zé Ricardo.

P.S: Arbitragem?Torcida que gritou mais alto que a nossa? Juiz que comemorou gol do Fla? Nem comento. Vai que é doença…

Luiz Henrique Amorim

contato@colunadofla.com