Reinaldo Rueda é mais um treinador estrangeiro a desembarcar no Brasil cercado de expectativas. Campeão da Libertadores com o Atlético Nacional, alimenta a esperança do torcedor do Flamengo de colocar na rota do sucesso e das conquistas o elenco milionário construída pela gestão financeira responsável do clube.
Em relação à imprensa será visto com a desconfiança habitual pelos que refutam a presença de comandantes estrangeiros no país. Mas como tem perfil estudioso, porém não é nenhum garoto com seus 60 anos pode agradar aos mais atualizados, mas também à ”velha guarda”.
No entanto, a relação entre Rueda e Fla já nasce com urgências. Imediatista. Simbolizada pela chegada ao Rio de Janeiro e a viagem logo em seguida para Belo Horizonte acompanhar a derrota por 2 a 0 para o Atlético Mineiro. Pela necessidade de recuperação no Brasileiro, porque há uma semifinal de Copa do Brasil contra o Botafogo aquecida pela rivalidade regional e também a urgência em conquistar um título internacional e a Sul-Americana aparece como ótima oportunidade.
Talvez a única com o treinador colombiano. Porque no melhor dos cenários o Flamengo será uma mera ponte para o grande sonho de Rueda: voltar a comandar a seleção do seu país, mas desta vez em um ciclo completo de Copa do Mundo. Não como ”bombeiro” para buscar o milagre da classificação para o Mundial, como aconteceu, sem sucesso, no ciclo de 2006.
Ele é o favorito para suceder o argentino José Pekerman depois do Mundial da Rússia. A informação de bastidor é de que há uma cláusula de liberação sem multa no contrato. Ou seja, se não demiti-lo antes, o Fla pode ficar sem técnico no segundo semestre do ano que vem. A única competição que poderia comandar do início ao fim seria o estadual.
Diante da falta de opções mais confiáveis é uma aposta válida. Rueda é antenado e bom gestor de grupo. Tem perfil semelhante ao de Tite. Não por acaso foi atrás de Carlo Ancelotti na Alemanha para buscar aprimoramento de suas ideias. É mais administrador de elencos que um gênio criativo. No Atlético Nacional deu sequência a um projeto que passou pelas mãos de Juan Carlos Osorio e conseguiu seis títulos em sete disputados. Sem derrotas, já que o que não conquistou, da Copa Sul-Americana, foi cedido em solidariedade à Chapecoense.
Mas não faz milagres. Com o desmanche da equipe de Medellín, sem Berrío, Guerra e Borja que vieram atuar no futebol brasileiro, caiu na fase de grupos da Libertadores. Com duas derrotas para o Botafogo. Manteve a proposta ofensiva e sofreu com o jogo reativo do time de Jair Ventura.
Não quer dizer que será derrotado na quarta-feira. Assim como seus títulos na Colômbia nada garantem agora. É uma nova história. Um idioma a aprender, uma cultura a descobrir. Resultadista e intensa, até cruel nas cobranças.
Rueda pode dar muito certo, mesmo com a péssima primeira impressão que certamente teve no Estádio Independência. Consolidar a recuperação de Berrío, fazer Diego e Everton Ribeiro se entenderem na criação, aproveitar o compatriota Cuéllar de maneira mais efetiva no meio-campo, posicionar melhor o sistema defensivo e dar mais chances aos jovens do elenco – também teve passagem pela seleção sub-20 da Colômbia.
Armar o time no 4-2-3-1 ou no 4-4-2 que utilizou no Nacional ou seguir o exemplo de Tite e implantar o 4-3-3/4-1-4-1 bebendo na fonte de Ancelotti. Construir um modelo de jogo forte e competitivo, potencializando as qualidades individuais através do coletivo.
A questão é o tempo. O encaixe precisa ser rápido, a margem para testes e experiências é mínima. E há uma massa de torcedores ansiosa, querendo tudo para ontem. Rueda sabe, ou deveria saber, que os mesmos que clamaram nas redes sociais para que ele viesse e fizeram festa no aeroporto podem pedir sua saída na primeira sequência ruim.
Que não seja mais um triturado por nossa máquina de moer que já vitimou ou desgastou Gareca, Osorio, Bauza, Aguirre, Fossati, entre outros estrangeiros. Paciência é artigo raro por aqui, ainda mais com quem não fala nossa língua. Boa sorte a Rueda! Ele vai precisar…
Fonte: Blog do André Rocha | Uol
Veja mais:
PC Vasconcellos: “O caminho de Rueda no Flamengo”
Raphael Zarko: “As lições de casa de Rueda no Fla”
Se imprensa lixo, ficar impondo câo pro técnico trabalhar. Deixando o sob pressão desnecessária. Num início de trabalho, vai ficar difícil. Não dá pra esperar que já seja mágico com esse bando. Mas que os transforme num time. E mostrem algum corpo tático coordenado em campo.
Só gostaria de saber se você pensará assim se o flamengo ficar uns 10 jogos sem ganhar.
Imediatista? O cara pode ficar mais de um ano no clube, afinal só sairia no fim de 2018, e não imediatamente após a copa.
Pra mim o Rueda precisa assegurar a permanência na primeira divisão, o resto é lucro, tem condições de impor um belo time em 2017, porém, quem pensa que ele é mágico e que o Zé era o único problema do Dep de futebol vai se decepcionar.
Não sei se funciona assim não.
Se fixar fora da copa do Brasil. Fora da sul americana e fora do G5 essa mesma galera que acha ele o bonzao vai pedir ele fora.
Não duvido, tem uma galera muito corneta mesmo, só acho que se algum Flamenguista viu como solução imediata se equivocou.
Ele não montou esse elenco, não teve pré temporada, acrescente o fato de termos jogos toda quarta e domingo, sendo a segunda folga dos atletas e sábado às viagens quando o jogo é fora de casa.
Se ele colocar o MA de titular o AR fica feliz kkk
Ltom,
Quem é o AR?
SRN
O andre rocha, defensor ate a ultima do ZR e amante do futebol Marcio Araujano, que nem o juninho.