FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Por Aguinaldo Junior e João Pedro Granette
Os holofotes do futebol costumam estar todos voltados para os jogadores, comissão técnica e, às vezes, até dirigentes. Neste processo, muitos profissionais passam despercebidos pela grande mídia e também por torcedores, como é o caso dos roupeiros. No Flamengo, quatro pessoas cumprem esta função, com experiências das mais diversas, desde quem pegou o clube no tricampeonato carioca, 1999/2000/2001, a quem assumiu essa responsabilidade a pouco tempo.
O Coluna do Fla conversou rapidamente com os responsáveis pelo vestiário do Flamengo. Cléber Reis, também conhecido como Clebinho, é o mais antigo da equipe. Ele foi contratado pelo Rubro-Negro em 2000. Na época, o clube já havia vencido o primeiro título do tricampeonato carioca. Enquanto os holofotes estavam dentro de campo, com o Mais Querido lutando pelo segundo troféu seguido do Estadual, Cléber iniciava sua história silenciosa nos bastidores.
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— Cheguei em 2000 no clube. Na primeira vez que deixei o currículo, não passei. Depois de um tempo, a Vera Lúcia, chefe do departamento pessoal, entrou em contato comigo e me chamou. Entrei no clube como office boy. Após quatro anos, quando mestre Lua aposentou, fui trabalhar no almoxarifado dando apoio à rouparia. Em 2006, professor Paulo Angioni me puxou de vez pra rouparia, fui evoluindo e ganhando espaço. Hoje sou chefe do setor. No almoxarifado, eu atendia o profissional e quatro categorias da base, e cinco do futebol de salão. Trabalhava sozinho. A sala não era climatizada, nada era informatizado. Não tinha recurso que temos hoje. Trabalhava muito pra atender todo mundo -, disse Clebinho.
Se o Clebinho é o mais antigo no profissional, Moisés Azevedo, conhecido internamente como ‘Profi‘, deu seus primeiros passos ainda nas categorias amadoras, como a fraldinha. Ele, inclusive, chegou ao Rubro-Negro quando Júnior ‘Capacete’ liderava o time rumo ao pentacampeonato brasileiro, em 1992. Moisés chegara à roupagem da equipe principal apenas 19 anos depois, em 2011.
— Cheguei no clube em 1992. Comecei nas categoria fraldinha, pré-mirim e mirim do futebol de salão. No futebol de campo, iniciei no mirim também, em 1997. Batalhei muito, trabalhei nas categorias subsequentes e cheguei no profissional em 2011, após ser campeão da Copinha. Quem me puxou pro campo foi o Sérgio Helt, coordenador da base, pra cobrir uma brecha que tinha aparecido. E não saí mais, graças a Deus -, comentou Moisés.
Marcos Vinícius, por outro lado, vai na contramão dos companheiros. Antes trabalhando na cozinha, ele deu os primeiros no vestiário rubro-negro neste mês: “Cheguei no clube em 2017, na função de auxiliar de garçom. Quem me trouxe para rouparia foi o Clebinho e o Gabriel Skinner. Iniciei agora, em fevereiro. Espero poder crescer aqui dentro, como meus colegas. Estou bem feliz com a oportunidade“, contou Marcos, que pode, assim como os parceiros de profissão, levantar um troféu importante, o de campeão do Campeonato Brasileiro, logo após assumir a função de roupeiro.
Enquanto Marcos Vinícius almeja conquistar o primeiro troféu como roupeiro, Sidney Bernardes, o Sidão, é experiente no assunto. Embora tenha assumido a função no vestiário em 2019, ele chegou ao Flamengo no ano da reconstrução financeira rubro-negra, em 2013, que foi premiada com o troféu da Copa do Brasil. Sidney também presenciou os bastidores das taças do Campeonato Brasileiro e Libertadores da América da última temporada, Supercopa e Recopa Sul-Americana de 2020. Vale lembrar, ainda, que o profissional pôde acompanhar quatro conquistas de Campeonato Carioca (2014, 2017, 2019 e 2020).
— Estou desde 2013 no Flamengo. Cheguei como auxiliar de serviços gerais. Aos poucos, fui ganhando espaço, foram gostando do meu trabalho e no mesmo ano me puxaram pra ser auxiliar de campo, correspondente à função de massagista, na base. Trilhei todas as categorias, desde o sub-11. Estou no profissional desde julho de 2019. Na rouparia mesmo, propriamente dita, trabalho desde 2014, no sub-17. Em 2016, fiz um trabalho de meses no profissional pra cobrir um colega. Clebinho gostou do meu trabalho e, quando abriu uma vaga, me chamou -, afirmou Sidão.
Sendo os primeiros a chegarem e, muitas das vezes, os últimos a saírem, os roupeiros do Flamengo agora esperam arrumar o vestiário às vésperas de mais um troféu importante para a história do clube: o octacampeonato nacional. Eles serão os responsáveis por ajeitarem as roupas de Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique, Everton Ribeiro e companhia, antes do embate com o Internacional, às 16h (horário de Brasília) de domingo (21), pela 37ª rodada do Brasileirão.
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